
Portugal decidiu retirar um sal�rio inteiro dos trabalhadores do setor privado e reduziu a renda anual do pa�s em 7%. O an�ncio ocorreu justamente no momento em que indicadores apontaram que a recess�o � mais profunda do que se imaginava. Ontem, a Europa divulgou uma s�rie de novas medidas de austeridade.
O primeiro-ministro portugu�s, Pedro Passos Coelho, anunciou que os trabalhadores do setor privado passar�o a sofrer um desconto de 18% de seus sal�rios para financiar a Seguran�a Social, taxa que era de 11% at� agora. Na pr�tica, a medida representa o fim do 13.º sal�rio no pa�s, algo que j� havia sido cortado dos funcion�rios p�blicos. A medida entrar� em vigor em 2013 e aliviar� a tributa��o que era cobrada sobre as empresas. O governo tamb�m indicou que a mesma situa��o ser� mantida aos funcion�rios p�blicos em 2013 e aposentados tamb�m ficam sem os benef�cios.
Em junho de 2011, a Justi�a portuguesa havia declarado ilegal o fim do 13.º sal�rio apenas para os funcion�rios p�blicos, argumentando que essa seria uma injusti�a em rela��o aos demais. O governo decidiu, portanto, que ningu�m receber� o benef�cio, acabando com a "injusti�a".
Para receber 78 bilh�es, Portugal adotou um duro plano de cortes incluindo a eleva��o do IVA (equivalente ao ICMS no Brasil) para 23%, privatiza��es e corte de sal�rios.
As medidas foram anunciadas no mesmo dia em que dados oficiais mostraram uma agonia na economia. O Produto Interno Bruto (PIB) desabou 3,3% no segundo trimestre, queda bem mais forte que a redu��o de 2,3% no primeiro trimestre do ano.
Na Fran�a, o presidente Fran�ois Hollande prometeu apresentar at� o fim do m�s o or�amento, que ter� de vir com duros cortes e eleva��es de impostos. Para atingir a meta de d�ficit, ele ter� de ajustar as contas em 30 bilh�es. Cerca de 10 bilh�es ser�o economizados em estatais, mantendo a ajuda a essas empresas sem qualquer tipo de aumento.
Mas grande parte do esfor�o vir� do aumento de impostos, principalmente dos mais ricos. Hollande confirmou que vai manter sua ideia de cobrar impostos de at� 75% daqueles que tenham uma renda superior a 1 milh�o por ano. Essa era uma de suas promessas de campanha.
Enquanto isso, na Espanha, o governo de Mariano Rajoy informou que desempregados que estejam recebendo o seguro desemprego poder�o ser convocados por prefeituras a trabalhar para limpar ou reconstruir �reas atingidas por inc�ndios e outros desastres.
O governo espanhol, que precisa atender a 24% da popula��o que est� desempregada, tamb�m alertou que quem n�o cumprir com a convoca��o ser� "sancionado". Entre as penalidades, os desempregados podem perder tr�s meses do seguro e at� mesmo ver o fim do benef�cio