A concorr�ncia entre as institui��es financeiras pode ajudar a reduzir as taxas de juros do cart�o de cr�dito, na avalia��o do professor da Universidade de Bras�lia (UnB) Newton Marques.
Para o especialista em finan�as pessoais, a a��o dos bancos p�blicos pode estimular a concorr�ncia. “N�o tem como estimar por quanto tempo os bancos p�blicos v�o aguentar [manter a estrat�gia de redu��o de juros], mas com certeza, mexe com o mercado”, diz Marques.
A Caixa e Banco do Brasil anunciaram redu��o de taxas de juros de cart�es de cr�dito na sexta-feira (6). Nesse mesmo dia, a presidenta Dilma Rousseff reclamou dos juros dos cart�es no Brasil, em pronunciamento pelo r�dio e pela televis�o.
“Estamos conseguindo, por exemplo, uma marcha in�dita de redu��o constante e vigorosa dos juros, que fez a Selic baixar para cerca de 2% ao ano em termos reais e fez a taxa de juros em longo prazo cair para menos de 1% ao ano, tamb�m em termos reais, disse a presidenta.
Mas ela reclamou do juros dos cart�es. “Isso me alegra, mas confesso que ainda n�o estou satisfeita. Porque os bancos, as financeiras e de forma muito especial os cart�es de cr�dito podem reduzir ainda mais as taxas cobradas ao consumidor final, diminuindo a n�veis civilizados seus ganhos”, disse a presidenta.
O professor da Faculdade de Inform�tica e Administra��o Paulista (Fiap) Marcos Crivelaro alerta que, mesmo com taxas menores, compras n�o devem ser feitas por impulso, mas planejadas. “Quanto mais barato, mais as pessoas v�o usar. Mas n�o se pode acumular d�vidas”, diz o professor, que tamb�m � especialista em matem�tica financeira e consultor em finan�as.
Crivelaro calcula que o ideal � n�o ultrapassar o limite de 30% da renda familiar comprometida com parcelas de financiamento. Ele orienta tamb�m a evitar o cr�dito rotativo. “Como � um cr�dito autom�tico, as pessoas n�o fazem as contas”, destaca.
Em julho, pesquisa da Associa��o Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste) mostrou que o juros cobrados no cart�o de cr�dito no Brasil s�o os maiores da Am�rica Latina.
Por ano, o brasileiro, que efetua parte do pagamento da fatura, paga uma taxa m�dia de 323,14%, quase seis vezes maior em compara��o ao segundo colocado da lista - no caso o Peru, onde a taxa m�dia anual � 55%.
Marques avalia que as taxas de juros de cart�o de cr�dito no pa�s s�o altas devido � inadimpl�ncia. “O banco n�o tem garantia de que vai receber e a� cobra juros altos. As taxas de cart�o de cr�dito, cheque especial e de agiotas s�o o fim da linha. � a d�vida do desespero”, acrescenta o professor. De acordo com dado do BC, em julho, a taxa de inadimpl�ncia, considerados os atrasos superiores a 90 dias, do cart�o de cr�dito para pessoas f�sicas chegou a 28,1%.