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Estado de Minas

Classe C salva a escola particular

Popula��o de renda mais baixa investe no ensino privado dos filhos e supre a lacuna da queda na taxa de natalidade


postado em 11/09/2012 06:00 / atualizado em 11/09/2012 07:36

Crianças em instituição de periferia: pais apostam no futuro melhor(foto: MAURÍCIO LIMA/AFP - 28/10/03)
Crian�as em institui��o de periferia: pais apostam no futuro melhor (foto: MAUR�CIO LIMA/AFP - 28/10/03)
A nova classe m�dia brasileira tem garantido a expans�o n�o s� das vendas de eletrodom�sticos, alimentos e autom�veis. O investimento da classe C em educa��o est� fazendo diferen�a no caixa das escolas da rede particular, a ponto de conseguir compensar a r�pida queda da taxa de natalidade brasileira. Desde a d�cada de 1960 as fam�lias v�m encolhendo e ter mais de duas crian�as na escola � uma exce��o. A taxa de fecundidade, que j� foi de 6,3 filhos, caiu para 1,8. “A chegada da nova classe m�dia � escola particular tem compensado o decr�scimo da taxa de natalidade, com forte impacto no n�mero de matr�culas. As escolas em regi�es de menor renda est�o crescendo acima da m�dia nacional do setor, que � de 5% ao ano”, afirma Alessandro Marques, diretor-geral da Rede Pit�goras, durante congresso internacional promovido pelo grupo educacional.

 Os gastos da classe C com educa��o somaram R$ 84 bilh�es em 2011, segundo pesquisas do Instituto Data Popular, a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A pesquisa mostra que o n�mero de estudantes na universidade cresceu 77% em 10 anos, atingindo 6,2 milh�es – 63% desses alunos s�o da classe C. Mais de 3 milh�es est�o nas faculdades privadas.

“O jovem da classe C tem maior escolaridade que seus pais e quer estudar”, afirma Renato Meirelles, s�cio-diretor do Data Popular. Segundo ele, a classe que tem renda familiar mensal m�dia pr�xima a R$ 4 mil vai turbinar as escolas particulares nos pr�ximos anos porque acredita na educa��o como passaporte para um futuro melhor. “E est�o certos. Cada ano de estudo para a classe C significa 15% a mais na renda.”

Alessandro Marques lembra que h� duas d�cadas o n�mero de matr�culas por fam�lia era, em m�dia, tr�s. “Hoje � de apenas um filho. A queda da natalidade tem um grande impacto e por um tempo as matr�culas chegaram a parar de crescer. A classe m�dia significou uma recupera��o para o desempenho do setor.” Segundo ele, os indicadores de inadimpl�ncia nas classes C e D n�o s�o diferentes do que ocorre entre a classe A e B, mantendo a m�dia anual do setor, que � perto de 5% no pa�s.

Desde a d�cada de 60 a taxa de natalidade brasileira caiu perto de 60%. Entre os emergentes, o Brasil � superado pela China, com queda mais intensa impulsionada pela pol�tica governamental do filho �nico. Proje��es do IBGE apontam para uma taxa de natalidade pr�xima a 1,61 filho em 2050, o que deve voltar o foco para a classe que mais cresce no pa�s e j� soma mais de 50% da popula��o.

Segundo Marques, em 2013 o Grupo Pit�goras deve abrir 100 escolas no pa�s que v�o ser somadas a uma rede com mais de 6 mil unidades. A expectativa � de que o n�mero de alunos seja ampliado em 7%, empurrados pelas matr�culas da classe m�dia.

A cuidadora de idosos Zilneide Ferreria e Adenilson Moura, auxiliar de produ��o em BH, come�aram a investir cedo na educa��o do filho. Aos 5 anos o menino frequenta uma escola particular que custa R$ 100 por m�s. “Acho caro, mas considero importante investir em educa��o”, garante Zilneide.

Especialista em educa��o, M�nica Ferreira, diretora-geral da Kroton Educa��o B�sica, que re�ne 642 escolas no pa�s, diz que a classe C � respons�vel tamb�m por um outro fen�meno: o crescimento da oferta e da qualidade em regi�es de menor renda, nas quais at� uma d�cada atr�s n�o era t�o f�cil encontrar op��es da rede particular. se C salva a escola particular

 

Faculdade segue as mudan�as

 

A ascens�o da classe C transformou os n�meros da educa��o superior no Brasil. H� uma d�cada, ao concluir o ensino m�dio cerca de 5% dos estudantes seguiam para a universidade, percentual que hoje chega a 40%. Entre os estudantes da classe m�dia, 70% conciliam estudos e trabalho. Mais da metade, 56%, est� com um olho no gato e outro no peixe: eles estudam mas querem usar o conhecimento para abrir o pr�prio neg�cio.

Renato Meirelles, do Data Popular, diz que na universisdade a classe C opta pelos cursos de tecnol�gos, com dura��o de dois anos, e tamb�m por cursos de gest�o e direto, mas ainda est�o longe de tentar vestibular para escolas tradicionais entre os jovens das classes A e B que vieram da escola particular, como medicina e engenharias, que exigem carga hor�ria integral e maior dedica��o. Para Meirelles, o desafio do setor � conseguir ofertar produtos que atendam a esse novo consumidor. “S�o necess�rios hor�rios mais flex�veis e did�tica que ofere�a o conhecimento aplicado, voltado para o mercado de trabalho.”

Para o estudante da classe C, o financiamento dos estudos e a maternidade precoce, que torna mais dif�cil conciliar trabalho e filhos com os estudos, s�o as maiores barreiras. (MC)


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