
H� uma semana funcion�rios das empresas de transporte de valores do estado est�o parados para reivindicar reajuste de 27% dos sal�rios. “Seis empresas prestam o servi�o hoje. Cada dia, um grupo paralisa as atividades”, explica Arifa Prates, diretor financeiro do Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte de Valores do Estado de Minas Gerais (Sintrav-MG). Ontem foi a vez da Rodoban, Proforte e Embraforte interromperem a distribui��o de dinheiro nas ag�ncias da regi�o metropolitana.
Com o desabastecimento, o cen�rio que se via nos bancos era desanimador. N�o foi dif�cil encontrar ag�ncias nas quais menos da metade dos terminais estava em opera��o. Naquelas em que o servi�o ainda funcionava, as filas tinham mais de 20 pessoas com quase uma hora de espera. A sa�da para muitos foi buscar o atendimento nos caixas, onde ainda era poss�vel encontrar dinheiro. Com isso, dezenas de pessoas se aglomeravam em uma longa espera que superava facilmente 60 minutos. O estudante Adriano Pomarico j� estava conformado com o atraso das contas. “Vou ter que atrasar o condom�nio. N�o sabia da greve e n�o consigo sacar o valor para pagar diretamente ao s�ndico”, lamenta.

Alternativas
Para amenizar o problema, o Bradesco chegou a reduzir os limites para saques. O Ita� reconheceu a dificuldade em garantir a oferta de valores nos terminais de atendimento e caixas eletr�nicos e orientou os clientes. “� poss�vel usar DOCs, TEDs, cheques e cart�es de d�bito e cr�dito”, afirmou em nota. As demais institui��es financeiras informaram que mant�m regime de conting�ncia.
Depois de tr�s dias de tentativas, o motorista Paulo Ant�nio Ferreira finalmente conseguiu fazer a retirada de dinheiro ontem. “Desde sexta-feira estou tentando. Fui a pelo menos tr�s ag�ncias. Em todas, o caixa eletr�nico estava indispon�vel para saque”, conta. A promotora de vendas Gisele Carvalho resolveu encarar, desanimada, a fila que se formava em uma ag�ncia do Bradesco. Dos cinco caixas dispon�veis, apenas um ainda tinha dinheiro. “Ainda corro o risco de chegar a minha vez e o dinheiro ter acabado”, lamentou.
Mau atendimento, o vil�o
O mau atendimento est� entre os principais problemas enfrentados pelos clientes quando v�o ao banco. Segundo pesquisa do instituto Data Popular, 71,7% dos correntistas disseram ser mal atendidos nas ag�ncias banc�rias, enquanto 58% dos 5.182 entrevistados se sentem prejudicados pela institui��o financeira. Eles acreditam que est�o sendo enganados pelo banco quando o assunto s�o as taxas de juros e tarifas.
“Percebemos um alto n�vel de desconfian�a dos brasileiros em rela��o �s ofertas dos bancos”, afirma o s�cio diretor do Data Popular, Renato Meirelles. N�o � por acaso que 58,7% dos correntistas mudariam de banco no caso de o concorrente oferecer taxas de juros mais competitivas. “A portabilidade, no entanto, ainda � desconhecida por boa parte dos brasileiros”, observa Meirelles.
Mas o cen�rio caminha para mudan�as. Segundo levantamento do Banco Central, em agosto foram realizadas 50.337 opera��es de transfer�ncia da d�vida entre institui��es financeiras. O resultado � recorde e representa expans�o de 30% em rela��o ao volume registrado no mesmo m�s de 2011.
Na disputa de quem det�m as menores taxas de juros, os bancos p�blicos saem ganhando na percep��o dos consumidores. Entre os entrevistados, 53% acreditam que as institui��es financeiras p�blicas oferecem produtos com o menor custo aos clientes, enquanto 35,3% n�o conseguem identificar qual � a mais vantajosa.
Considerados os seis maiores bancos do sistema financeiro nacional, a Caixa Econ�mica Federal (CEF) foi apontada como a que oferece as menores taxas entre 39,2% dos participantes da pesquisa. Em seguida est� o Banco do Brasil (13,8%). Bradesco (4,7%), Ita� Unibanco (3,8%), Santander (2,7) e HSBC (0,5%) completam a lista.
Entraves
Outro grande entrave enfrentado pelo correntista est� a utiliza��o dos caixas eletr�nicos. Pelo menos 88% das pessoas consideram dif�cil manusear as m�quinas de auto-atendimento, contra apenas 12% que acham o processo f�cil. “A diversidade de informa��es requisitadas pelos bancos no autoatendimento, al�m dos recursos gr�ficos apresentados nas telas das m�quinas eletr�nicas, provoca uma percep��o ruim aos correntista. Quase nove em 10 afirmam ser o caixa eletr�nico de dif�cil utiliza��o”, afirma Meirelles.