Pagar as contas em dia vai se tornar uma prova de fogo para os consumidores. Primeiro, os empregados das empresas transportadoras de valores pararam, deixando centenas de caixas eletr�nicos sem dinheiro. Agora, os Correios tamb�m decretaram greve por tempo indeterminado para reivindicar reajuste salarial de 43,7%, comprometendo a entrega das correspond�ncias. Por fim, os banc�rios agendaram para hoje assembleia de trabalhadores em todo o Brasil para que possa ser aprovada paralisa��o da categoria a partir da pr�xima ter�a-feira.
H� mais de uma semana, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte de Valores do Estado de Minas Gerais (Sintrav-MG) decretou greve para pressionar alta de 27% dos sal�rios. Com a mobiliza��o, mais de R$ 200 milh�es j� deixaram de ser distribu�dos �s ag�ncias banc�rias da Grande BH. Ontem, uma das tr�s empresas que aderiram ao movimento retomou as atividades, o que n�o impediu que m�quinas permanecessem desligadas em algumas ag�ncias, enquanto outras apresentavam restri��o de saques e c�dulas. “Vamos levar para assembleia amanh� (hoje) a proposta do juiz de reajuste de 6,5%, mas n�o acreditamos que ser� aprovado”, explica Emanoel Sady, presidente do sindicato, ao se referir ao percentual apresentado em audi�ncia de concilia��o com as empresas, realizado na segunda-feira. Ele calcula que as duas empresas que ainda est�o paradas sejam respons�veis por mais de 50% do abastecimento da capital.
Quem tamb�m n�o aceitou as condi��es apresentadas pelo patronal foram os funcion�rios dos Correios, que come�aram a parar ontem. Minas Gerais e Par� foram os primeiros estados a aderir ao movimento, com estimativa de que 17 mil funcion�rios j� tenham cruzado os bra�os. Em nota, a Federa��o Nacional dos trabalhadores em Empresas de Correios, Tel�grafos e Similares (Fentect) afirmou que assembleias em outros estados est�o previstas para os dias 18 e 25, com expectativa de novas ades�es. Em Minas, o resultado do primeiro dia foi animador para o sindicato. “Pelo menos 25% dos empregados j� aderiram ao movimento na Grande BH, com pico na �rea de distribui��o, onde cerca de 60% dos carteiros pararam”, calcula a diretora do Sindicatos de Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais, Irani Fernandes. Segundo os Correios, 98% do efetivo continuava trabalhando. A empresa oferece reposi��o da infla��o de 5,2%.
Tamb�m em campanha salarial, o Comando Nacional dos Banc�rios, coordenado pela Confedera��o dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), considerou insuficiente a proposta dos bancos de ajuste de 6% dos sal�rios apresentada em 28 de agosto. O sindicato ainda aguarda avan�o nas negocia��es com a Federa��o Nacional dos Bancos (Fenaban) at� o dia 17 para que a nova proposta seja apresentada durante a assembleia. Al�m do aumento de 10,25%, a categoria reivindica piso salarial de R$ 2.416,38, al�m de participa��o nos lucros e resultados de tr�s sal�rios.
Metal�rgicos
Os metal�rgicos de Betim e regi�o amea�am endurecer as negocia��es com as empresas do polo automobil�stico concentrado em torno da Fiat. “A conversa n�o caminha com proposta de 4,5% de reajuste, que sequer rep�e a infla��o. Pleiteamos 12%”, afirma o presidente do sindicato, Jo�o Alves de Almeida. Ontem, trabalhadores atrasaram em 30 minutos a produ��o da Magna, empresa de autope�as. “Novas mobiliza��es nas portas das f�bricas ser�o realizadas at� o dia 18”, afirma Alves.