(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mantega se rende ao efeito da crise

Depois de relutar, ministro deixa otimismo de lado e agora prev� que economia do pa�s vai crescer apenas 2%


postado em 14/09/2012 06:00 / atualizado em 14/09/2012 07:24

Ministro da Fazenda admite que desempenho ruim no primeiro semestre vai barrar avanço maior do PIB(foto: CB/D.A/Press)
Ministro da Fazenda admite que desempenho ruim no primeiro semestre vai barrar avan�o maior do PIB (foto: CB/D.A/Press)
Depois de v�rios meses tentando sustentar um otimismo exagerado com o crescimento da economia brasileira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acabou ontem reduzindo de 3% para 2% a previs�o de alta do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. A nova proje��o �, no entanto, ainda generosa se comparada com a de analistas do mercado financeiro, que esperam um crescimento abaixo de 2% – em m�dia de 1,62% segundo a �ltima pesquisa Focus do Banco Central. � a primeira vez que Mantega admite oficialmente que o PIB em 2012 ser� menor ainda do que o registrado em 2011, quando a economia brasileira j� havia apresentando um crescimento fraco de 2,7% e desagradado � presidente Dilma Rousseff.

A nova proje��o de 2% j� est� pr�xima do que o pr�prio ministro Mantega classificou de “piada”. Em junho, ao criticar duramente o relat�rio do banco Credit Suisse, que apontava um alta do PIB de 1,5%, o ministro desqualificou a proje��o ao afirmar que se tratava de uma “piada” e que o valor seria muito maior. Agora, diante do cen�rio de gradual e lenta recupera��o econ�mica, mesmo depois de uma sequ�ncia de medidas emergenciais para aumentar o cr�dito e o consumo, Mantega come�ou a se render aos fatos com a queda da previs�o, reconhecendo as dificuldades do governo em garantir um PIB mais robusto como havia cobrado a presidente Dilma. “O segundo semestre vai ser bem melhor, mas o primeiro semestre puxa a m�dia para baixo”, justificou.

A pr�pria presidente tamb�m deu in�cio a uma estrat�gia pol�tica de diminuir a import�ncia do tamanho do crescimento. Em discursos recentes, Dilma vem insistido na tese de que uma “grande na��o” n�o se mede pelo tamanho do PIB e que o governo tem uma pol�tica econ�mica de curto, m�dio e longo prazos para garantir um crescimento sustentado.

A expectativa da equipe econ�mica no in�cio do ano era de que a atividade econ�mica ganhasse ritmo maior no segundo semestre e fechasse o segundo ano do governo com um crescimento de 4,5%. Para 2013, o governo voltou a estabelecer como meta para o PIB uma alta de 4,5%, puxada pelo aumento dos investimentos. “Podemos assegurar que a economia brasileira crescer� acima de 4%. S�o an�lises do FMI e de v�rios analistas. Ali�s, j� temos tido v�rias not�cias que mostram que o crescimento j� est� retomando no pa�s”, disse o ministro.

Rea��o aos EUA


Mantega reagiu � decis�o do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de anunciar a compra de US$ 40 bilh�es em t�tulos lastreados em hipotecas por per�odo ilimitado como forma de injetar recursos nos bancos para reduzir os juros, estimular o cr�dito e acelerar o crescimento da economia. “N�s estaremos atentos para as poss�veis repercuss�es com essa nova expans�o monet�ria praticada pelo banco central americano. Se houver alguma entrada indesej�vel de recursos no Brasil, no curto prazo n�s tomaremos as medidas adequadas. N�o deixaremos ocorrer uma valoriza��o do real por causa dessas medidas”, afirmou Mantega.

A preocupa��o ocorre porque parte do dinheiro que o Fed vai injetar na economia dos EUA pode “vazar” para outros pa�ses, por meio de investidores estrangeiros, provocando a valoriza��o de outras moedas. O ministro lembrou que esse j� � o terceiro quantitative easing – QE3 (“relaxamento monet�rio”, em tradu��o livre) anunciado pelo Fed nos �ltimos anos e que, ainda assim, a cota��o do d�lar ante o real subiu neste ano para cerca de R$ 2 devido �s medidas do governo.

“O desej�vel seria que esses recursos monet�rios que est�o se expandindo no mercado americano fossem para a produ��o americana, e n�o que fossem para atrapalhar os mercados emergentes, at� porque poderia viabilizar um crescimento maior da economia americana e isso seria bom para todo mundo”, disse. “Infelizmente, n�o foi o que aconteceu com as duas medidas anteriores. N�s vamos observar e tomar as medidas adequadas”, acrescentou.

 

EUA buscam acelerar

 

Washington – O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, destacou a situa��o do emprego como uma “grave preocupa��o” ao dar in�cio � entrevista ap�s a decis�o do Comit� Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em ingl�s) de adotar uma nova rodada de est�mulo monet�rio para compra de ativos lastreados em hipotecas, manter a Opera��o Twist e prorrogar a orienta��o de manuten��o dos juros extremamente baixos nos Estados Unidos at� meados de 2015. Bernanke chamou aten��o ao garantir que o Fed “n�o ter� pressa para apertar a pol�tica’ mesmo quando a taxa de desemprego come�ar a cair, mas observou que o banco central n�o tem “instrumentos que sejam suficientemente fortes para resolver o problema do desemprego”.

Logo no in�cio da entrevista, Bernanke observou que menos da metade dos 8 milh�es de empregos perdidos no pa�s na �ltima recess�o foram recuperados. Ele afirmou que o cen�rio para a economia americana continua incerto, mas alertou que a pol�tica monet�ria n�o pode resolver todos os problemas econ�micos.

Quando perguntado sobre o motivo de ter optado por um programa de compra de ativos sem data de t�rmino nesta rodada, diferentemente do QE1 e QE2, Bernanke respondeu que o Fed busca “acelerar” a economia e n�o apenas chacoalhar a taxa de desemprego. “N�o temos um n�mero que mostre isso, mas antecipamos que teremos de fazer mais e faremos o suficiente para garantir que a economia est� no caminho certo”, disse ele.

Antes de ser questionado, Bernanke destacou que as a��es do Fed n�o s�o compar�veis aos gastos do governo, disse que o banco central est� ciente das preocupa��es dos poupadores, mas que oferecer suporte � economia em geral vai ajud�-los e afirmou que a infla��o no pa�s continua sob controle e que o Fed poder� lidar com ela quando chegar a hora. “O Fed estar� atento � infla��o � medida que comprar b�nus”, disse ele. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)