O presidente do Conselho de Administra��o da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, afirmou nesta sexta-feira que o Brasil � um Pa�s que n�o estimula a exist�ncia de longas cadeias produtivas. Citando como desafios a educa��o, a log�stica e a carga tribut�ria, ele destacou que a competitividade das empresas brasileiras � afetada pelo fraco desempenho do Brasil nessas tr�s �reas, situa��o que apenas se multiplica em maiores cadeias.
"Hoje temos tr�s setores b�sicos a serem atacados, os quais representam de 50% a 60% da n�o competitividade brasileira", destacou o executivo, durante apresenta��o no 4º Exame F�rum, realizado em S�o Paulo nesta sexta-feira. O efeito tribut�rio dentro das empresas, segundo Gerdau, est� n�o apenas nos encargos diretos, mas tamb�m no que chamou de "impostos escondidos". Esses impostos se refletem principalmente na cobran�a de impostos sobre impostos, ou seja, na carga tribut�ria em cascata.
Integrante de um grupo de gest�o, desempenho e competitividade que atua em conson�ncia com o governo federal, Gerdau revelou a decis�o de contratar duas consultorias que ter�o o objetivo de identificar a dimens�o desses impostos escondidos para a Gerdau. "O spread banc�rio, no capital de giro, come�a l� no fabricante de botina. Falamos de um custo em toda a cadeia. Falamos em imposto escondido", afirmou Gerdau, lembrando a presen�a do imposto sobre opera��es financeiras (IOF) em cada opera��o de capital de giro. "S� tem dois trouxas que tomam dinheiro no Brasil, o pobre que n�o tem e o empres�rio que toma para empresa", ironizou Gerdau.
Para Gerdau, essas quest�es representam uma li��o de casa a ser feita pelo Pa�s. Apenas quando essas quest�es forem equacionadas o Brasil poder� estabelecer quais setores s�o de fato competitivos. "O que tem de imposto escondido do carro s�o 15% a 20%. O ICMS chega a 20%, a folha de pagamento em 30%, ou mais e pode chegar a 42% com a tributa��o escondida na cadeia", exemplificou.
Situa��o semelhante acontece no caso da educa��o, onde as empresas s�o afetadas indiretamente pela baixa produtividade de funcion�rios pouco qualificados em diferentes �reas, e na log�stica. Nesse caso, lembra Gerdau, cada etapa de uma cadeia produtiva representa um novo custo log�stico. "Somos inimigos das cadeias longas", destacou.
O ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, tamb�m presente ao evento, destacou que � "aliado" de Gerdau, a quem chamou de "paladino da boa tributa��o". Apesar disso, Pimentel destacou que o Brasil ainda precisa "avan�ar muito" para alcan�ar um cen�rio desejado por Gerdau.