
Gritando slogans como “m�os ao alto, isso � um assalto”, milhares de manifestantes vindos de v�rias regi�es da Espanha ocuparam ontem o Centro da capital, Madri, para protestar contra as pol�ticas de austeridade adotadas pelo governo, que, segundo eles, vai “arruinar o pa�s”. Organizados em colunas de cores para denunciar os cortes nos diferentes setores da sociedade, os manifestantes desfilaram pelo Centro da cidade entre apitos e buzinas.
Os defensores da educa��o p�blica, como pais, professores e alunos, sa�ram de verde; m�dicos e enfermeiros de branco e os trabalhadores sociais de laranja. No arco-�ris montado n�o faltou a cor violeta para reivindicar o direito das mulheres. Os funcion�rios p�blicos, que j� sofreram dois cortes seguidos de sal�rios e tiveram seus postos congelados, marcharam de negro.
A manifesta��o foi convocada pelos grandes sindicatos do pa�s e logo contou com o apoio de outras 150 organiza��es. “As pessoas n�o t�m dinheiro e t�m reduzido muito o consumo, especialmente na minha regi�o, Andaluzia, onde um em cada tr�s trabalhadores est� desempregado”, contou Rafael Navas, um recepcionista de hotel de 52 anos.
Medidas O protesto da multid�o que tomou conta das ruas � contra os ajustes de 102 bilh�es de euros que o governo conservador de Mariano Rajoy aplicar� durante os pr�ximos dois anos e meio. A medida visa obter uma r�pida redu��o do d�ficit p�blico da Espanha, de 8,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s em 2011 para 2,8% em 2014.
Na Pra�a Col�n, o secret�rio-geral da confedera��o de trabalhadores CCOO, Ignacio Fern�ndez Toxo, declarou que os manifestantes estavam ali para dizer ao governo que n�o est�o de acordo. “Essa pol�tica est� causando muitos danos, mas n�o nos resignamos porque h� alternativas. � mentira que n�o h� outra sa�da”, discursou.
Portugueses manifestam indigna��o
Portugal viveu ontem mais uma jornada de manifesta��es contra as medidas de austeridade do governo. Milhares de pessoas se reuniram nas principais cidades do pa�s para protestar contra a troika, formada por Comiss�o Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monet�rio Internacional (FMI). Em Lisboa, a passeata de manifesta��o partiu do Centro da cidade e se deslocou at� a Pra�a da Espanha com gritos e cartazes contra o Executivo conservador de Pedro Passos Coelho e as duras medidas de ajuste aplicadas em seus 15 meses no poder para cumprir as exig�ncias do resgate financeiro luso.
Tanto na capital como no Porto e em outras cidades portugueses, as manifesta��es ocorreram de forma pac�fica, mas todas contra a pol�tica de austeridade exigida pela troika, que, por sua vez, mant�m sob estreita vigil�ncia as finan�as do pa�s. Os tr�s organismos, que concederam a Lisboa 78 bilh�es de euros em maio de 2011 e evitaram a quebra do pa�s, foram os principais alvos dos protestos, assim como o governo.
As autoridades portuguesas n�o forneceram n�meros sobre as manifesta��es. Os protestos, que foram convocados por meio das redes sociais por movimentos c�vicos e grupos de “indignados”, tamb�m contaram com apoio de partidos de esquerda e de grandes sindicatos.