A Uni�o Europeia (UE) e a China iniciar�o nesta quinta-feira em Bruxelas uma reuni�o para discutir quest�es comerciais e a possibilidade de Pequim estender a m�o aos problemas da d�vida da Europa, a poucas semanas da chegada ao poder em Pequim de uma nova gera��o de dirigentes.
A 15ª reuni�o sino-europeia ser� a �ltima do primeiro-ministro Wen Jiabao, cuja sa�da ter� um impacto enorme nas rela��es da China, prev� um diplomata europeu de alto escal�o, pois o prov�vel � que a nova equipe se concentre mais nas quest�es nacionais que nas internacionais. "Por isso, esta n�o ser� uma reuni�o de grandes decis�es, mas sim de consolida��o das rela��es", diz a mesma fonte.
A UE abriu m�o de celebrar uma coletiva de imprensa ao t�rmino da reuni�o, como seria de praxe. Wen deixar� a dire��o do Partido Comunista em breve e em mar�o deixar� o governo, devido � renova��o do poder na China, realizada a cada dez anos.
A reuni�o chega em um momento importante tanto para a Europa quanto para a China, em um per�odo de desacelera��o econ�mica mundial e em um contexto internacional cada vez mais dif�cil", segundo um comunicado da UE.
Wen prev� reunir-se com o presidente da UE, Herman Van Rompuy, e com o presidente da Comiss�o Europeia, Jos� Manuel Barroso. O chefe do governo chin�s, que tem representado a China em todas as reuni�es realizadas desde 2003, tem "desempenhado um papel importante na consolida��o dos la�os entre a UE e a China", segundo Barroso.
A UE � o primeiro destino das exporta��es chinesas e o segundo provedor da China ap�s o Jap�o. A China � tamb�m o segundo s�cio comercial da UE, atr�s apenas dos Estados Unidos. "Contudo, esta rela��o tem se debilitado", disse Jonathan Holslag, do Instituto de Estudos sobre a China Contempor�nea de Bruxelas (BICCS).
As exporta��es chinesas � UE ca�ram 4,9% este ano no per�odo janeiro-agosto, enquanto que as importa��es procedentes da UE cresceram 3,1%, segundo a alf�ndega chinesa. As exporta��es chinesas � It�lia recuaram 26%, � Fran�a 9,6% e � Alemanha 7,9%. Neste contexto, os chineses ser�o reticentes e reduzir�o as subven��es a suas exporta��es, que se elevaram a 71 bilh�es de euros no primeiro semestre, segundo o BICCS.
No m�s passado, Wen Jiabao mostrou sua boa vontade ante a chanceler alem�, Angela Merkel, ao afirmar que apesar da "grave preocupa��o" sobre a Europa, Pequim continuar� comprando d�vida p�blica dos pa�ses da UE, mas que ir� "avaliar plenamente os riscos". Os europeus esperam que os chineses utilizem suas colossais reservas em divisas, avaliadas em mais de 3,100 trilh�es de d�lares.
Contudo, n�o ser� adotada nenhuma decis�o sobre novas compras de d�vida o sobre uma participa��o chinesa no fundo de ajuda da Zona Euro antes da reuni�o dos dias 18 e 19 de outubro, "que determinar� entre outros assuntos, o destino da Gr�cia", segundo Holslag.
Ao mesmo tempo, a disputa sobre energia solar amea�a ofuscar este encontro, uma vez que a UE abriu um inqu�rito anti-dumping (pr�tica que objetiva evitar que os produtores nacionais sejam prejudicados por importa��es) sobre os fabricantes chineses de pain�is solares.
O porta-voz do Minist�rio chin�s de Com�rcio, Shen Danyang, disse nesta quarta-feira que uma delega��o enviada pela China � Europa sobre este assunto obteve "resultados muito positivos". "A abertura de uma investiga��o n�o � um gesto agressivo", disse um diplomata europeu, precisando que ela apenas abre espa�o para a discuss�o e o di�logo.
No plano diplom�tico, a situa��o na S�ria, onde a China continua se negando a condenar o regime de Damasco, Ir�, Coreia do Norte e Afeganist�o figuram na agenda das discuss�es. No caso da S�ria, seria "muito surpreendente" que europeus e chineses conseguissem entrar em um acordo, admitiu um diplomata europeu.