Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Tel�grafos (ECT) analisam hoje (21), em assembleias nos estados, uma contraproposta de acordo salarial que ser� protocolada na pr�xima segunda-feira (24), no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Formulada pelo comando nacional da categoria, a contraposta � baseada em sugest�o feita na �ltima quarta-feira (19), pela ministra Cristina Peduzzi, vice-presidente da TST, como antecipou.
Em audi�ncia na sede do tribunal, a ministra prop�s reajuste salarial de 5,2%, aumento linear de R$ 80, reajuste de 8,84% do vale alimenta��o e a manuten��o das demais cl�usulas sociais em vigor, al�m da compensa��o dos dias parados.
At� o in�cio da tarde de hoje, 18 sindicatos haviam aprovado a contraproposta, entre eles os dois maiores, de S�o Paulo e do Rio de Janeiro. Apenas dois, o de Minas Gerais e do Amazonas, haviam rejeitado. Algumas assembleias ocorrem � tarde.
A nova proposta dos trabalhadores reproduz os mesmos itens sugeridos pela ministra, com a diferen�a de que a categoria reivindica a manuten��o do plano de sa�de sem nenhuma altera��o e pede o abono dos dias parados.
"Insistimos na quest�o do plano de sa�de porque a empresa tenta impor uma adequa��o �s normas da ANS [Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar], mas o nosso plano est� acima dessas normas. Uma adequa��o significaria um retrocesso, perder�amos direitos", explicou James Magalh�es de Azevedo, secret�rio de Imprensa da Fentect, em entrevista."No caso dos dias parados, defendemos a reposi��o at� que a carga represada de cartas e encomendas durante a greve seja normalizada."
A empresa, que rejeitou a proposta da vice-presidenta do TST, oferece 5,2% de reajuste, o mesmo percentual para o vale-alimenta��o e nenhum outro aumento linear extra. "A proposta da ministra [Cristina Peduzzi] foi rejeitada devido � inviabilidade financeira: impacto de R$ 850 milh�es ao ano na folha de pagamento da ECT", argumentam os Correios, em nota.
De acordo com a Federa��o Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Tel�grafos e Similares (Fentect), a greve foi deflagrada por 26 dos 35 sindicatos da categoria no pa�s. A pr�pria empresa admite que a greve n�o atinge apenas seis estados: Acre, Amap�, Bahia, Maranh�o, Mato Grosso do Sul e Rond�nia.
Os Correios informaram que 10,4 mil funcion�rios haviam aderido � greve at� ontem (20), o que corresponde a 9% do quadro total, de 120 mil trabalhadores. A aferi��o de presen�a � feita por meio de sistema eletr�nico de ponto.
A Fentect discorda dos n�meros e diz que a orienta��o aos sindicatos � manter o efetivo de 40% determinado pelo TST. "Se a ades�o fosse de apenas 9%, a empresa n�o teria interrompido os servi�os como o Sedex em v�rios estados", disse o secret�rio de Assuntos Jur�dicos da federa��o, Evandro Leonir da Silva.
Segundo a empresa, cerca de 76% da carga di�ria est�o sendo entregues no prazo, o que equivale a 27 milh�es de cartas e encomendas. Os 24% restantes podem ter atraso de at� um dia. E, de acordo com os Correios, as ag�ncias continuam abertas.
Os servi�os prestados com hora marcada, entre eles o Sedex 10, o Sedex Hoje e o Disque-Coleta, foram suspensos na Grande S�o Paulo, no Tocantins, no Distrito Federal, no Paran�, no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. No Rio de Janeiro, houve a suspens�o da entrega apenas do Sedex Hoje e do Disque-Coleta.
A relatora do diss�dio coletivo no TST � a ministra K�tia Arruda, da Se��o Especializada em Diss�dios Coletivos. Procurada, a assessoria de imprensa do TST confirmou a possibilidade de que uma reuni�o extraordin�ria seja convocada para que o julgamento da greve dos Correios ocorra na pr�xima semana.