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Estado de Minas

Desigualdade salarial cai no pa�s e cresce em Minas

Enquanto no pa�s o ganho da mulher passou de 67,1% para 70,4% do que recebe um homem, no estado houve recuo de 72,3% para 67,2%, entre 2009 e 2011. Renda m�dia chega a R$ 1.345


postado em 22/09/2012 06:00 / atualizado em 22/09/2012 07:01

Assim que conquistou o diploma de ensino m�dio, a jovem Fl�via Helena Fonseca Lobo, de 19 anos, decidiu sair um pouco de debaixo das asas dos pais e conseguiu, h� poucos meses, seu primeiro emprego formal. Vendedora de uma loja na Savassi, ela economiza parte do sal�rio, de R$ 1 mil, para comprar um carro, sonho da maioria dos brasileiros. “Era horr�vel pedir dinheiro emprestado. Para qualquer gasto, precisava recorrer � fam�lia. Agora, pago minhas contas e ainda ajudo nas despesas do lar. N�o sei mais o que � pedir R$ 1 emprestado. � uma sensa��o maravilhosa”. A entrada de Fl�via para o mercado de trabalho � mais um exemplo de como as mulheres est�o conquistando maior espa�o em todo o pa�s. Tanto que, entre 2009 e 2011, o rendimento m�dio mensal do trabalho delas subiu de 67,1% para 70,4% em rela��o ao dos homens. Em Minas, por�m, tal propor��o caiu de 72,3% para 67,2%.

Os dados s�o da �ltima edi��o da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O curioso � que um indicador que ajuda a medir a desigualdade, chamado de �ndice de Gini, mostrou que o rendimento m�dio entre as pr�prias mulheres ficou mais igualit�rio. O mesmo ocorreu com os homens – o �ndice de Gini oscila de zero a um, e quanto mais baixo, melhor � o resultado. Dessa forma, o indicador que leva em conta o rendimento m�dio delas caiu de 0,499 para 0,462. O deles, por sua vez, baixou de 0,494 para 0,486.

Em 2011, o rendimento m�dio dos homens foi de R$ 1.421 e o das mulheres de R$ 955, em Minas Gerais. “Interessante observar que, entre as mulheres, melhorou a distribui��o (de renda), mas, se comparada � dos homens, houve a piora. Provavelmente porque o rendimento delas cresceu menos do que o deles. O rendimento m�dio real mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade em Minas subiu 8,4%, chegando a R$ 1.228,00. No entanto, esse aumento foi proporcionalmente maior para os homens (10,8%) do que para as mulheres (3,0%)”, explicou Luciene Longo, t�cnica do IBGE e uma das respons�veis pelo estudo em Minas.

No Brasil, o percentual do rendimento m�dio mensal das mulheres subiu na compara��o com o dos homens, de 67,1% para 70,4%. Em n�vel nacional, o rendimento m�dio mensal de trabalho dos homens ocupados foi de R$ 1.508 em 2011. O das mulheres, de R$ 1.113. De modo geral, o rendimento m�dio mensaal do brasileiro (homens e mulheres) subiu 8,3% entre 2009 e 2011, alcan�ando R$ 1.345,00. O percentual ficou um pouco abaixo do apurado em Minas (8,4%), mas o rendimento mensal m�dio nacional superou o do estado (R$  R$ 1.228).

Menos pobres O maior aumento (29,2%) em rela��o � alta do rendimento m�dio nacional foi registrado na camada dos 10% da popula��o com menor poder aquisitivo, o que revela um recuo na desigualdade social no pa�s. Por outro lado, 41,5% da renda recheiam os bolsos de apenas 10% dos residentes no pa�s. H� dois anos esse percentual era de 42,5%. Essa pequena queda tamb�m ilustra a diminui��o da desigualdade no pa�s, por�m, deixa claro que a disparidade de distribui��o de renda ainda � alarmante. O aumento no n�vel de emprego ajuda a reduzir a desigualdade. Da mesma maneira, estimula o crescimento do trabalho formal, que apurou alta entre 2009 e 2011.

Para se ter ideia, a quantidade de carteiras de trabalho (CTPS) assinadas no setor privado subiu 11,8% no per�odo, chegando a 33,9 milh�es de empregados em 2011. O IBGE constatou que, no pa�s, o contingente de ocupados cresceu 5,2% nos setores de servi�os (41,5 milh�es de pessoas), aumentou 1,9% no com�rcio e repara��o (16,5 milh�es) e subiu 13,6% na constru��o (7,8 milh�es). Por outro lado, ocorreram quedas no setor agr�cola (-7,3%) e na ind�stria (–8,0 %). Esse �ltimo resultado – � bom frisar – � decorrente da crise internacional, deflagrada em 2008 e que ainda n�o foi vencida pela ind�stria.

“Em 2011, os empregados com carteira de trabalho assinada obtiveram ganho real de 4,9% em rela��o a 2009. Os militares e estatut�rios e os outros empregados sem carteira de trabalho assinada tamb�m tiveram acr�scimo no rendimento do trabalho principal (6,2% e 11,6%, respectivamente). Considerando os trabalhadores dom�sticos com carteira de trabalho assinada, o aumento no rendimento foi de 5,2%, enquanto para os sem carteira foi de 15,2%”, informou o relat�rio do IBGE.

 

Baixa renda chega a 16,6%

 

Apesar do aumento do emprego formal em todo o pa�s, entre 2009 e 2011, muitas fam�lias brasileiras sobrevivem com rendimento per capita de at� meio sal�rio m�nimo. Na Regi�o Sudeste, Minas Gerais lidera o triste ranking. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domic�lios (Pnad), 16,6% da popula��o vive com at� R$ 311 por pessoa, o que corresponde a uma m�dia di�ria de R$ 10. No estado de S�o Paulo e no do Rio de Janeiro, respectivamente, esses �ndices s�o de 9,2% e 12,5% fam�lias. O IBGE n�o detalhou as regi�es do estado que concentram o maior n�mero de pessoas de baixa renda.

Aos 19 anos, depois de ter trabalhado como bab�, faxineira e vender pipoca em circo, Paloma Natal�cia dos Reis Faria decidiu mudar-se de Perd�es, no Sul de Minas, para Belo Horizonte. Ela migrou em busca de um futuro melhor para si e a fam�lia. Na terra natal, al�m dela, os pais sustentavam mais meia d�zia de filhos. Todos comiam com o sal�rio “quase m�nimo” que o pai suava para ganhar. Muitas vezes, recorda a jovem, o valor l�quido era suficiente somente para pagar as contas de �gua e luz. Sobrava, acrescenta Paloma, “um trocado para a comida”.

“A gente se virava do jeito que dava”, recorda Paloma, que, hoje, consegue remeter R$ 200 para ajudar no or�amento familiar. A quantia pode parecer pouca, mas � uma boa cifra para muitos brasileiros. Dados como a renda per capita t�m reflexo direto na habita��o. O estudo mostra que apenas dois ter�os das fam�lias mineiras que t�m renda per capita de meio sal�rio m�nimo ocupam casa pr�pria. � o caso de Paloma, que sonha em entrar na faculdade e poder comprar a sua pr�pria habita��o.

“� um plano para o futuro”, diz ela. Enquanto isso, no caso da parcela de mineiros com rendimentos superiores a cinco sal�rios (a faixa mais alta) 90,1% t�m im�vel particular. Se comparado aos capixabas, essa diferen�a � significativa. No Esp�rito Santo, da fatia mais rica apenas dois ter�os j� conseguiram comprar um im�vel.

Casa pr�pria

 
Em 2011, o numero estimado de domic�lios particulares permanentes foi de 61,3 milh�es, 4,7% a mais que em 2009. Desse total, 45,8 milh�es (74,8%) eram domic�lios pr�prios. A m�dia de moradores por domic�lio caiu de 3,3 em 2009 para 3,2 em 2011. Mais brasileiros est�o morando sozinhos. O n�mero de domic�lios unipessoais aumentou de 7 milh�es para 7,8 milh�es no per�odo.

“O rendimento m�dio mensal real dos domic�lios particulares permanentes com alguma renda foi estimado em R$ 2.419,00 em 2011, representando ganho real de 3,3% em rela��o ao de 2009 (R$ 2.341,00). Houve aumento do rendimento domiciliar em todas as grandes regi�es. O Nordeste do estado registrou a menor varia��o (2,0%) em rela��o a 2009, assim como, o valor mais baixo (R$ 1.607,00) ”, destacou o IBGE. (PRF e PHL)


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