A diretora-gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse nesta segunda-feira que a Argentina tem tr�s meses para p�r em ordem suas estat�sticas e evitar o "cart�o vermelho" por parte do organismo.
O Fundo deu at� dezembro para que o pa�s sul-americano resolva esse conflito. "Agora eles levaram o cart�o amarelo e tem tr�s meses para evitar o vermelho", disse Lagarde. Segundo a diretora, a alus�o dos cart�es se refere, em um primeiro momento, � proibi��o de ter acesso a empr�stimos, depois ao direito de voto e, eventualmente, ap�s v�rios prazos, a expuls�o.
A advert�ncia de Lagarde, que � mais uma em meio a v�rias outras feitas no �ltimo ano, � para que a Argentina entregue dados confi�veis sobre a infla��o e o Produto Interno Bruto (PIB). Lagarde recorreu � analogia futebol�stica em tom ir�nico. "Todos os jogadores s�o iguais, incluindo os argentinos, apesar de eles serem muito bons jogando futebol", disse a diretora no Instituto Peterson de Washington.
De acordo com os regulamentos do Fundo, a Argentina deve responder aos requerimentos da dire��o antes de 17 de dezembro, para evitar que seja aberto o mecanismo de censura. Analistas privados dentro do pa�s e investidores internacionais questionam as cifras do pa�s sul-americano, ao qual, no entanto, o Fundo assessorou durante meses para que elaborasse um �ndice nacional de infla��o.
Lagarde falou no Instituto Peterson, faltando duas semanas para a reuni�o semestral do FMI e do Banco Mundial, que acontecer� em T�quio. A diretora-gerente do Fundo lan�ou um novo sinal de alerta ante as incertezas do panorama econ�mico mundial.
"Continuamos esperando uma reativa��o gradativa, mas o crescimento mundial deve ser mais fr�gil, inclusive com rela��o ao que antecip�vamos em julho", quando o organismo publicou suas �ltimas proje��es, disse.
A institui��o projetou em julho um crescimento mundial de 3,5% em 2012 e de 3,9% em 2013 e prev� anunciar oficialmente uma atualiza��o de suas proje��es no dia 9 de outubro em T�quio. "Minha principal mensagem de hoje � a necessidade urgente de implementar as pol�ticas que garantam a recupera��o global", afirmou.
Para Lagarde, a Europa continua sendo o centro da crise e o lugar onde se fazem necess�rias pol�ticas mais urgentes. Ao mesmo tempo, a diretora elogiou o recente an�ncio do Banco Central Europeu (BCE) de compra de d�vida de pa�ses da zona. "� claramente um ponto de virada", considerou, com rela��o ao programa ilimitado de compra de d�vida soberana de Estados em dificuldades anunciado no in�cio de setembro pelo BCE.
O FMI deveria supervisionar em parte esta iniciativa. Lagarde disse ainda que o Fundo est� muito pr�ximo de cumprir com os requisitos para reformar suas cotas internas de voto, como acordaram seus principais membros em 2010.
Pa�ses como Brasil e China exigem h� anos ter mais peso na dire��o do fundo e o compromisso h� dois anos era fechar esse processo em T�quio. Os pa�ses-membros devem aprovar o incremento de cotas e a reforma desse diret�rio para estas datas. "Estamos fazendo tudo o que podemos para ajudar a nossos pa�ses a cruzar a linha, se n�o for em outubro, ser� imediatamente depois", disse Lagarde.