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Estado de Minas

Dilma ataca pol�tica dos pa�ses mais ricos na assembleia da ONU

Em discurso na ONU, presidente critica bancos centrais e medidas europeias para tirar economia da regi�o do atoleiro e reage �s acusa��es e amea�as dos EUA contra o Brasil


postado em 26/09/2012 06:00 / atualizado em 26/09/2012 06:44

Na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, presidente defende ações econômicas adotadas pelo país (foto: Mike Segar/Reuters)
Na abertura da Assembleia Geral das Na��es Unidas, presidente defende a��es econ�micas adotadas pelo pa�s (foto: Mike Segar/Reuters)


Nova York — Num discurso cheio de recados, tanto internos quanto externos, e de novos conceitos, como “leg�tima defesa comercial”, a presidente Dilma Rousseff abriu a Assembleia Geral da ONU mantendo como principal foco aquilo que sabe ser crucial para o bom andamento de seu governo, por consequ�ncia, da aprova��o popular: a economia. Nesse sentido, ela deixou claro a todos que o Brasil n�o abrir� m�o de uma pol�tica que consiga combinar austeridade nos gastos com desenvolvimento e defendeu a coordena��o entre os governos para superar a recess�o. “� urgente a constru��o de um amplo pacto para a retomada coordenada do crescimento global, impedindo a desesperan�a provocada pelo desemprego e pela falta de oportunidades”, prop�s. Ainda se referiu � redu��o do Produto Interno Bruto brasileiro como “conjuntural”, num cen�rio em que prossegue a manuten��o de emprego e aumento significativo da renda dos trabalhadores.

“Superamos a vis�o incorreta que contrap�e de um lado as medidas de incentivo ao crescimento e, de outro, os planos de austeridade. Esse � um falso dilema. A responsabilidade fiscal � t�o necess�ria quanto s�o imprescind�veis medidas de est�mulo ao crescimento, pois a consolida��o fiscal s� � sustent�vel em um contexto de recupera��o da atividade econ�mica”, disse Dilma, numa cr�tica direta �s pol�ticas recessivas usadas at� o momento para tentar conter a crise europeia. “A austeridade, quando exagerada e isolada do crescimento, derrota a si mesma.”

Diante da coincid�ncia entre a Assembleia e as medidas adotadas pelo Brasil no sentido de conter as importa��es e evitar estragos na ind�stria nacional, Dilma usou o discurso para classificar essas a��es dentro de um novo contexto, o de “leg�tima defesa comercial”. Sem citar, mas numa resposta clara aos Estados Unidos, Dilma foi categ�rica ao afirmar que “n�o podemos aceitar que iniciativas leg�timas de defesa comercial por parte dos pa�ses em desenvolvimento sejam injustamente classificadas como protecionismo. Devemos lembrar que a leg�tima defesa comercial est� amparada pelas normas da Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC)”.

A inclus�o dessa lembran�a no discurso tem como endere�o o governo dos EUA, que amea�a recorrer � OMC contra o aumento das tarifas de importa��o fixadas pelo Brasil. E Dilma trata as medidas brasileiras como resposta �quelas adotadas pelos pa�ses desenvolvidos. “Os bancos centrais dos pa�ses desenvolvidos persistem em uma pol�tica monet�ria expansionista, que desequilibra as taxas de c�mbio. Com isso, os pa�ses emergentes perdem mercado devido � valoriza��o artificial de suas moedas, o que agrava ainda mais o quadro recessivo global”, disse ela, lembrando que “a pol�tica monet�ria n�o pode ser a �nica resposta para resolver o crescente desemprego”, disse ela citando os mais pobres como os mais afetados por essa pol�tica.

Conselho de Seguran�a A presidente foi incisiva ao criticar as recentes coaliz�es que passam por cima do Conselho de Seguran�a da ONU, ao mencionar a necessidade de reforma das Na��es Unidas. “As guerras e os conflitos regionais cada vez mais intensos, as tr�gicas perdas de vidas humanas e os imensos preju�zos materiais para os povos envolvidos demonstram a imperiosa urg�ncia de reforma institucional da ONU e, em especial, do seu Conselho de Seguran�a”, disse Dilma, com uma cr�tica direta a v�rios pa�ses, inclusive R�ssia e China, que recentemente se juntaram contra san��es � S�ria. “N�o podemos permitir que este conselho seja substitu�do, como vem ocorrendo, por coaliz�es que se formam � sua revelia, fora do seu controle e � margem do direito internacional”, disse Dilma. “O uso da for�a sem autoriza��o do conselho, uma ilegalidade, vem ganhando ares de op��o aceit�vel. Mas, definitivamente, n�o � uma op��o aceit�vel”, disse Dilma, numa refer�ncia a v�rias a��es.

Cuba, ilha com a qual o governo brasileiro mant�m la�os afetivos, tamb�m n�o ficou fora do discurso. Ao mencionar as d�cadas de embargo econ�mico, Dilma afirmou, no fim de sua fala, que � mais que chegada a hora de p�r fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos pa�ses das Na��es Unidas.

Voz de anfitri� 

Falando como governante do pa�s que sediou a Confer�ncia de Desenvolvimento Sustent�vel da ONU (a Rio + 20) e que receber� nos pr�ximos anos a Copa do Mundo e os Jogos Ol�mpicos, Dilma encerrou o discurso pedindo �s na��es presentes que “se deixem iluminar pela tocha ol�mpica”. A presidente fez ainda um apelo para que a coopera��o prevale�a sobre o confronto, que o di�logo se sobreponha � amea�a e a solu��o negociada chegue sempre antes, para evitar a interven��o pela for�a. A torcida da diplomacia brasileira, emendou, � para que n�o seja preciso repetir tudo de novo em 2013.

Um pacto para voltar a crescer

A presidente Dilma Rousseff encerrou sua agenda oficial na ilha de Manhattan com uma reuni�o com o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Nos �ltimos dias, paralelamente aos preparativos para a Assembl�ia Geral da ONU, v�rios chefes de Estado foram ao instituto que Clinton mant�m na cidade de Nova York, mas, no caso de Dilma, ele � quem fez quest�o de ir ao encontro dela no Hotel St. Regis, onde a presidente brasileira est� hospedada.

Na entrevista que concedeu antes do encontro, Dilma revelou uma grande simpatia pelos democratas. Contou inclusive que, ao encontrar o presidente-candidato dos Estados Unidos, Barack Obama, nas coxias do plen�rio da ONU, desejou a ele sorte na campanha. “Tenho uma simpatia muito grande por ele. Sempre perguntamos sobre nossas fam�lias. Ele estave no Pal�cio da Alvorada com Michele e as meninas; minha filha estava l� tamb�m com o meu genro”, disse Dilma.

Obama discursou na ONU logo depois do pronuncimento de Dilma cobrando um pacto entre as na��es para a solu��o da crise econ�mica. No fim do dia, ela explicou o que deseja: “Temos que buscar um pacto e n�o ficar apontando os dedos uns para os outros. No momento em que um pa�s toma decis�es de expans�o monet�ria, afeta outros. Temos que pensar em solu��es coordenadas. Nesse sentido que me referi a um pacto”, afirmou ela, dizendo ser importante inclusive para que o Brasil possa retomar o patamar de crescimento de 4,5% a 5% e a China os seus 9%. (DR)

Rea��o argentina

Um dia ap�s sofrer graves cr�ticas por parte do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), a presidente da Argentina, Cristina Kirchner disse ontem � Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que o pa�s n�o ser� submetido “a nenhuma press�o”. Na v�spera, a chefe do FMI, Christine Lagarde, declarou que o pa�s tem tr�s meses para colocar em ordem as estat�sticas oficiais, sob pena de receber um “cart�o vermelho” do organismo. “Meu pa�s n�o � um campo de futebol. � uma na��o soberana que toma soberanamente decis�es e que portanto n�o ser� submetida a nenhuma press�o e muito menos a nenhuma amea�a”, disse Kirchner em seu discurso no encontro anual da
ONU em Nova York.


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