
Os dados mostram que as recentes medidas adotadas pelo governo federal para reanimar a economia ainda n�o surtiram efeito, segundo o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto. “A balan�a comercial melhorou por causa do c�mbio. O setor est� numa situa��o cr�tica com equipamentos parados e para continuar faturando as empresas importam”, disse, ao divulgar os indicadores de agosto. Acompanhando a queda no ritmo de atividade das f�bricas, o n�vel do emprego na ind�stria dos chamados bens de capital, que ficou em 253,2 mil pessoas no m�s passado, diminuiu 0,7% frente julho e 3,9% ante agosto do ano passado.
A Abimaq n�o levanta as informa��es por estado. De acordo com o diretor regional de Minas da associa��o, Marcelo Luiz Moreira Veneroso, a ind�stria mineira costuma seguir o comportamento da m�dia nacional, embora com a caracter�stica de concentrar seu fornecimento nos clientes da minera��o e da siderurgia. “As mineradoras t�m importado muito e seguraram o freio dos investimentos. Esperamos � que as medidas de est�mulo � ind�stria adotadas pelo governo comecem a fazer efeito em outubro”, disse. Conforme levantamento da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), nos �ltimos cinco anos, 81,6%, em m�dia, do consumo de m�quinas e equipamentos no estado foi suprido com importa��es. No Brasil, a m�dia tem sido de 60%.
A tend�ncia � de melhora no desempenho do setor, embora essa melhora se mostre lenta. O governo anunciou neste m�s a desonera��o da folha de pagamento de mais 25 setores, incluindo bens de capital, e reduziu as taxas de juros da linha PSI-Finame do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para aquisi��o de m�quinas. Marcelo Veneroso lembrou que embora positivas e com o m�rito de j� enxergarem as dificuldades da ind�stria brasileira, as medidas s�o pontuais. As f�bricas est�o trabalhando com um horizonte de entrega de encomendas para 14,9 semanas, em m�dia, ante 17,4 semana em igual per�odo de 2011.
Salva��o
Por tr�s do bom resultado da queda de 3,1% do d�ficit da balan�a de com�rcio da ind�stria de m�quinas e equipamentos de janeiro a agosto, est� o resultado “salvador” das exporta��es, enfatizou Luiz Aubert. A diferen�a entre as vendas externas e as importa��es foi de US$ 11,77 bilh�es, ao passo que no acumulado de 2011 a conta havia ficado em US$ 12,14 bilh�es. Em d�lares, portanto, as exporta��es cresceram 10% at� agosto, impulsionadas pelos segmentos de m�quinas para a ind�stria de transforma��o, de log�stica e constru��o civil. Foi o que levou ao aumento, a rigor bem modesto, de 0,3% do faturamento do setor de bens de capital, de R$ 53,685 bilh�es no ano. Em rela��o a agosto de 2011, esse indicador caiu 6,6%.
Desemprego tem alta
Ao contr�rio do que tradicionalmente ocorre no mercado de trabalho no segundo semestre, o desemprego registrou ligeiro avan�o em agosto no pa�s, segundo taxa medida pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) em sete regi�es metropolitanas. O �ndice passou de 10,7% em julho para 11,1% no m�s passado. Em Belo Horizonte a taxa manteve-se praticamente est�vel, de 5% em julho para 5,2% em agosto, segundo o Dieese.
Conforme o Dieese, o que explica esse aumento no pa�s � que em agosto foram criados menos postos de trabalho (35 mil) do que os necess�rios para atender as 135 mil pessoas que buscaram uma oportunidade. Com isso, o n�mero de desempregados cresceu 100 mil. O total de desempregados estimado nas sete regi�es (BH, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, SP e DF) � de 2,5 milh�es.
Sem defeito
"A desacelera��o da economia se refletiu fortemente no ritmo de cria��o de vagas. Os benef�cios fiscais e est�mulos setoriais ainda n�o surtiram efeito no emprego", diz L�cia Garcia, coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese. Enquanto em agosto, foram 35 mil vagas abertas; em julho, 119 mil.
A tend�ncia de desacelera��o tamb�m j� foi mostrada nos dados do Caged, cadastro do Minist�rio do Trabalho. "O cen�rio econ�mico de incertezas nos �ltimos tr�s trimestres fez com que o emprego, principalmente o formal, perdesse o ritmo de crescimento", diz o economista Rafael Bacciotti, da consultoria Tend�ncias.