O diretor de pol�tica econ�mica do Banco Central, Carlos Hamilton, repetiu nesta quinta-feira, que a autoridade monet�ria trabalha com a perspectiva de que a infla��o vai convergir para a meta de 4,5% no terceiro trimestre de 2013. Segundo ele, a alta de pre�os de gr�os tende a se reverter, ser menos intensa e menos duradoura do que a vista em 2010 e 2011. "Apesar de eventos externos terem manifestado vi�s inflacion�rio no curto prazo, entendemos que o cen�rio internacional se mostra desinflacion�rio no m�dio prazo", considerou.
Essa perspectiva, de acordo com o diretor, foi avan�ando e ganhando corpo e at� que a possibilidade de um choque de commodities "recuou bastante". Hamilton lembrou que, em junho, data de divulga��o do ultimo relat�rio, havia a probabilidade bastante elevada de que a infla��o, ao fim de 2012, iria, de fato, convergir para a meta.
Ele ressalta, no entanto, que a infla��o vai convergir para a trajet�ria de metas de forma n�o linear. "A gente tamb�m v� um crescimento moderado do cr�dito; vemos continuidade da disciplina fiscal, com super�vit prim�rio em torno de 3,0% do PIB; d�ficit nas transa��es correntes em torno de 2% do PIB, financiado com IED, essencialmente", afirmou.
Hamiltom lembrou que, desde o �ltimo relat�rio de infla��o, persistiu a tend�ncia de recuo dos riscos associados ao descompasso entre oferta e demanda, que est� circunscrito a segmentos espec�ficos. Falou, ainda, que o indicador do IBGE sugere um mercado de trabalho com estreita margem, que o n�vel de utiliza��o da capacidade instalada segue abaixo do patamar de longo prazo e que a infla��o no Brasil foi impactada por choques de ofertas.
Super�vit prim�rio
Segundo o diretor de pol�tica econ�mica do BC, a proje��o de cumprimento do super�vit prim�rio considerada pela autoridade monet�ria leva em conta a meta cheia, sem ajustes. "Trabalhamos no nosso cen�rio com a hip�tese de cumprimento das metas fiscais de 3,1%, porque a modelagem para a infla��o � de um super�vit em propor��o do Produto Interno Bruto (PIB) e a meta � em valores nominais, fica mais f�cil comunicar isso", justificou.
Dessa forma, pode haver varia��o de acordo com a maior ou menor expans�o do PIB. Segundo ele, a meta � de 3% ou 3,1% do PIB. Questionado sobre se havia alguma mudan�a, ele enfatizou que a meta que deve ser levada em conta � de 3,1%, e n�o de 3% como havia dito em sua apresenta��o. "Leia 3,1% no lugar de 3%, que � o que est� escrito no relat�rio", observou. O diretor acrescentou que o ciclo fiscal est� "ligeiramente expansionista".
PIB
Hamilton salientou que o BC projeta uma taxa de crescimento de 3 3% para os quatro trimestres at� junho de 2013 - contados a partir da divulga��o mais recente da taxa do PIB pelo IBGE -, depois de uma alta menor, de 1,6%, esperada para 2012. "Nossa proje��o est� em linha com nossa vis�o de que o ritmo tende a ser mais intenso nesse segundo semestre e em 2013".
O diretor ressaltou que sobre pol�tica monet�ria n�o h� mudan�as por parte do BC. "Nossa mensagem � a mesma da ata", disse, citando que, em caso de altera��o do n�vel atual dos juros, ela ser� feita com "m�xima parcim�nia".