Os maiores bancos brasileiros perderam quase R$ 35 bilh�es em valor de mercado na semana encerrada na sexta-feira (28) por causa de uma nova rodada de press�o do governo sobre as institui��es. Entre segunda (24) e quinta-feira (27), pesou a discuss�o para a redu��o dos juros do cart�o de cr�dito. Na sexta-feira (28), foi a vez das tarifas cobradas de pessoas f�sicas e empresas.
Como vem ocorrendo desde o in�cio do processo, o governo colocar� os dois bancos que controla - Banco do Brasil e Caixa Econ�mica Federal - para tentar for�ar os concorrentes privados a baixar as tarifas.
O vice-presidente de finan�as da Caixa, Marcio Percival, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a institui��o anunciar� queda de tarifas nos pr�ximos 10 dias. “Estamos finalizando os estudos que dar�o embasamento aos cortes”, afirmou. O BB seguir� o mesmo caminho, mas deve demorar um pouco mais para divulgar as mudan�as. Nos privados, o assunto ainda est� sendo estudado.
Em raz�o dessa expectativa entre os investidores, a a��o que mais perdeu na sexta-feira (28) foi a do Banco do Brasil: 3,88%. Na semana, o recuo chegou a 6,4%. Os pap�is do Santander ca�ram 2,95% na sexta-feira (28) e 8,96% na semana. No Ita�, a desvaloriza��o foi de 2,89% e 9%, respectivamente. O Bradesco apresentou baixa de 1,75% no dia e de 8,43% na semana.
Levantamento da Austin Rating mostra que as receitas com tarifas cresceram, em m�dia, 24% entre junho de 2011 e junho deste ano. Na Caixa, a alta foi de 93% - de R$ 567 milh�es para mais de R$ 1,1 bilh�o. Entre os privados, a maior expans�o foi do Santander: 36,4%. A Caixa atribui o avan�o ao aumento do n�mero de clientes e de neg�cios. O Santander n�o comentou.
H� um consenso no mercado que o futuro das institui��es financeiras no Pa�s ser� menos brilhante do que nos �ltimos anos. A raz�o, explica o analista de bancos da Austin Rating, Lu�s Miguel Santacreu, est� nas fontes de receita sob ataque.
A primeira delas � a taxa de juros b�sica (Selic) nos n�veis mais baixos da hist�ria. Como essa taxa baliza todas as outras, significa dizer que as receitas com empr�stimos dever�o cair. Al�m disso, o governo pressiona pela redu��o do spread banc�rio (diferen�a entre a taxa que os bancos pagam na capta��o e a que cobram nos empr�stimos).
Agora, a press�o chega a outras �reas, como tarifas e cart�o de cr�dito. Os bancos, explica Santacreu, precisar�o de tempo para se adaptar a esse cen�rio. At� que esse processo se complete, os bancos ter�o rentabilidade mais baixa que a dos �ltimos anos - o que se reflete nas a��es.