A Comiss�o Europeia (CE) anunciou nesta segunda-feira que "est� pronta" para agir no caso de a Espanha solicitar um resgate, incitando o pa�s, cada vez mais debilitado, a converter-se no quarto da Uni�o Europeia (UE) a pedir uma ajuda global.
O governo do conservador Mariano Rajoy ainda n�o tomou uma decis�o, temendo que o pa�s sofra duras exig�ncias em troca da ajuda. "At� agora, no entanto, n�o houve um pedido da Espanha", afirmou o comiss�rio europeu de Assuntos Econ�micos, Olli Rehn, que se reuniu em Madri com Rajoy e com seu ministro de Economia, Luis de Guindos, no primeiro dia de uma semana que pode ser decisiva.
A crise que sacode o pa�s tem sido ampliada perigosamente: novo desvio do d�ficit apesar das pol�ticas de rigor, disparada da d�vida p�blica, movimento separatista da Catalunha e manifesta��es contra a austeridade. "A Espanha tem enfrentado v�rios focos de tens�o. Apesar de que o or�amento de 2013 contempla o cumprimento da meta de d�ficit de 4,5% do PIB, a solicita��o de assist�ncia financeira � UE continua sendo uma inc�gnita", disseram analistas do Bankinter.
O pedido pode ser precipitado pelo iminente veredicto da ag�ncia Moody's, que amea�a reduzir � categoria de alto risco a nota da d�vida espanhola, provocando una nova queda da confian�a dos investidores e agravando as dificuldades da Espanha para financiar-se.
"O forte aumento do peso da d�vida pode provocar, e isso � o que temem os investidores que ocorra esta semana, a revis�o para baixo do 'rating' soberano da Espanha", disse a corretora Link Securities. Isso "dificultaria muito a capacidade da Espanha em financiar-se nos mercados e, cremos, aceleraria os pedidos de resgate", agrega.
Entre as m�s not�cias econ�micas, o executivo de Rajoy teve que admitir que os bilh�es a serem injetados no setor financeiro elevar�o em 2012 a d�vida p�blica a 85,3% do PIB e o d�ficit a 7,4%, longe dos 6,3% prometidos � Europa. Algumas perspectivas se agravam ainda mais para 2013, quando a d�vida deve chegar a 90,5%.
Caso a "Moody's anuncie a redu��o da nota da Espanha para o grau de n�o-investimento, consideramos quase imposs�vel que o governo continue atrasando por mais tempo o pedido de ajuda", disse a Link Securities. "A solu��o deve vir em alguns dias", completaram.
Neste complexo contexto, Madri tem uma apertada agenda econ�mica antes da pr�xima reuni�o do Eurogrupo, dia 8 de outubro. Na sexta-feira, o governo publicou os resultados de uma auditoria independente sobre as necessidades de capitaliza��o dos bancos. A ajuda que a Espanha solicitar a seus s�cios europeus deve ser limitada a 40 bilh�es de euros, do total de 100 bilh�es postos a sua disposi��o.
A publica��o destas cifras deve permitir que os mercados se tranquilizem. Contudo, o an�ncio de segunda-feira pelo Banco Popular, o quinto maior banco do pa�s, de um aumento de capital de at� 2,5 bilh�es de euros, seguido pela recuo de sua a��o na bolsa, � um emblem�tico exemplo da fragilidade persistente do setor.
Uma vez conhecidas as cifras dos bancos e as dos or�amentos para 2013 - que incluem 39 bilh�es de euros em ajustes e s�o acompanhados de um plano de 43 reformas -, a Espanha parece ter antecipado as novas exig�ncias de Bruxelas, preparando-se para um eventual resgate.
Na quinta-feira, o pa�s dever� fazer frente a um novo teste, ao tentar emitir d�vida a tr�s e cinco anos pelo valor de entre 3 e 4 bilh�es de euros. Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu (BCE), institui��o crucial para que seja resolvida a quest�o espanhola, celebrar� sua reuni�o mensal na Eslov�nia.
O BCE havia acalmado os mercados ao anunciar no in�cio de setembro medidas de apoio aos pa�ses fr�geis da regi�o, mediante a compra de obriga��es. Contudo, desde ent�o a tens�o voltou e os juros dos b�nus espanh�is retomaram a alta.