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Estado de Minas

Ind�stria promove maior treinamento da hist�ria em Minas

F�bricas mineiras abrem as portas para a qualifica��o profissional. Apenas o Senai deve fechar o ano com 160 mil trabalhadores matriculados, mas h� cursos em v�rios setores


postado em 02/10/2012 06:00 / atualizado em 02/10/2012 07:26

Leonardo Frades deixou o táxi, fez curso na empresa e hoje trabalha com manutenção de elevadores(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Leonardo Frades deixou o t�xi, fez curso na empresa e hoje trabalha com manuten��o de elevadores (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Dos fornos das padarias � pintura automotiva em larga escala, a ind�stria de Minas Gerais conclui at� dezembro o maior programa de forma��o, qualifica��o e aperfei�oamento de m�o de obra que o setor j� promoveu para enfrentar a concorr�ncia no pr�prio quintal e com os produtos importados. O treinamento dos profissionais de n�vel superior � tamb�m intenso entre programas de est�gio e trainees, a despeito do crescimento modesto da economia brasileira. Al�m da corrida for�ada das empresas atr�s dos trabalhadores, com e sem experi�ncia, � no cen�rio de morno desempenho que elas mais precisam buscar resultados para n�o deixarem de atender pedidos � frente, se as expectativas positivas de expans�o do pa�s se confirmarem a partir de 2013.

Exemplo cl�ssico dessa marca hist�rica dos programas de forma��o e aperfei�oamento de m�o de obra na ind�stria mineira, o polo moveleiro de Ub�, na Zona da Mata, j� vinha trabalhando com perspectiva de aumento de vendas de 5% neste ano. O f�lego n�o s� supera as apostas para a evolu��o do Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produ��o de bens e servi�os no pa�s) em 2012, como tamb�m no ano que vem, na casa de 3% a 3,5%. A evolu��o r�pida dos equipamentos e um d�ficit de 2 mil trabalhadores nas f�bricas acelerou a oferta de cursos profissionais, principalmente nas m�dias empresas, conta Michel Pires, dono da Modecor e presidente do Sindicato Intermunicipal das Ind�strias do Mobili�rio de Ub� (Intersind).

“Quem passou pelos treinamentos n�o fica sem emprego. A escassez de m�o de obra, tanto aquela qualificada quanto os trabalhadores sem especializa��o, nos deixa um universo de vagas abertas que equivale a 7% do quadro de 35 mil empregados do setor (ao todo, 300 f�bricas)”, afirma Pires. Na ind�stria da panifica��o, a estimativa � de 5 mil oportunidades � espera de candidatos em todo o estado, das quais 1,7 mil na Grande Belo Horizonte, onde a Amip�o – sindica��o e associa��o mineira do setor – quer encerrar o ano com 800 novos trabalhadores qualificados, cerca de uma centena a mais na compara��o com 2011. “Vivemos o reflexo da crise de m�o de obra enfrentada pelas empresas, o que leva o foco do treinamento para gente nova na �rea, seja de n�vel t�cnico, seja de ensino superior”, afirma Juliana Dur�es, gerente geral da Amip�o.

Principal term�metro do rumo que a qualifica��o de m�o de obra tomou na ind�stria, as escolas do Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Minas funcionam com o n�mero m�ximo de alunos que podem abrigar, informa Edmar Alc�ntara, gerente de Educa��o Profissional da institui��o. As 130 mil matr�culas registradas desde janeiro bateram recorde, representando 30% acima de 2011, e devem chegar a dezembro num volume global do ano de 160 mil pessoas qualificadas. Esse universo inclui de aprendizes aos t�cnicos em mais de 80 �reas de forma��o, da minera��o � ind�stria de transforma��o, constru��o civil e os prestadores de servi�os � ind�stria. Estudos recentes do Senai nacional indicam que a ind�stria precisar� de 7,2 milh�es de t�cnicos at� 2015, dos quais 777,5 mil em Minas.

Produtividade e custos

“Qualifica��o n�o significa condi��o s� para produzir mais. � tamb�m necess�ria para melhora da produtividade das f�bricas, a inova��o e a redu��o de custos na encruzilhada que a ind�stria se v� na concorr�ncia internacional”, diz Edmar Alc�ntara. Outro indicador que despontou � o tempo mais longo que o trabalhador tem dedicado a sua qualifica��o, hoje entre seis e sete meses, mais que o dobro do usual. No rastro do crescimento da constru��o civil, a filial mineira da ThyssenKrupp Elevadores � uma das empresas que se antecipam � demanda de servi�os desde que o mercado se recuperou da crise financeira mundial de 2008, observa Paulo Ferrari, gerente da empresa no estado.

A companhia criou um programa de forma��o profissional gratuita de eletromec�nicos de manuten��o de elevadores em Belo Horizonte, absorvendo 18 dos 20 trabalhadores da primeira turma formada em conv�nio com o Senai-MG. Neste ano, dos 25 alunos diplomados, 14 foram admitidos e em tr�s meses novas contrata��es ser�o feitas, antes mesmo da abertura do terceiro grupo. “A forma��o do trabalhador � complementada com treinamentos e reciclagem interna. A empresa n�o pode correr riscos, uma vez que j� temos, hoje, entregas programadas at� 2014”, conta Paulo Ferrari.

Escassez na minera��o e na moda

Setores da ind�stria como o m�nero-metal�rgico e o de vestu�rio investem na qualifica��o de m�o de obra para contornar um obst�culo talvez intranspon�vel que preveem. Deste ano at� 2016, um cons�rcio formado em Minas por grandes mineradoras e empresas sider�rgicas estima a necessidade de contrata��o de 18 mil pessoas, de operadores de m�quinas a engenheiros com alta especializa��o, informa o presidente do Instituto Brasileiro de Minera��o (Ibram), Jos� Fernando Coura. “Podemos afirmar que a prepara��o de m�o de obra n�o ser� um gargalo para o setor em Minas. As empresas est�o se antecipando”, afirma.

O Ibram mant�m estimativas de investimentos de US$ 75 bilh�es da minera��o no Brasil dentro de cinco anos, apesar da queda dos pre�os internacionais do min�rio de ferro, o carro-chefe da produ��o mineral brasileira. O or�amento ser� revisto neste m�s, a luz dos �ltimos acontecimentos na economia. Em Minas, a Vale pretende qualificar 2 mil pessoas at� 2013, depois de j� ter oferecido treinamento para 2,2 mil trabalhadores no ano passado. Por meio de uma programa de especializa��o, a companhia banca a p�s-gradua��o para engenheiros e ge�logos com at� tr�s anos de forma��o nas �reas de minera��o, ferrovia e porto.

Entre as ind�strias do vestu�rio, al�m de um d�ficit estimado em 3 mil trabalhadores na Regi�o Metropolitana de BH, o setor convive com a perda de m�o de obra para setores como a pr�pria constru��o civil, observa Michel Aburachid, dono da Marcel Philippe Jeans e presidente do sindicato das empresas do setor (Sindvest). “Apesar do mercado fraco, as empresas n�o t�m m�o de obra suficiente para atender bem os pedidos”, diz.

Do curso para a vaga

Frequentar as salas de aulas tem sido um passo essencial como porta de entrada no mercado de trabalho ou ascens�o profissional para quem se dedicou ao aprendizado e muitas vezes conciliou com esfor�o trabalho e a escola. Leonardo Frades da Silva, de 30 anos, trabalhava como motorista de t�xi, depois da experi�ncia na presta��o de servi�os de instala��o de sistemas de seguran�a eletr�nica, quando decidiu apostar na nova forma��o de oficial de manuten��o de elevadores e nem poderia se arrepender. Logo depois de concluir o curso gratuito, foi contratado e recebeu mais uma bateria de treinamentos.

“Sempre tive afinidade com a �rea de manuten��o, que abriu o horizonte da carreira profissional que eu buscava”, conta Frades da Silva. Para a hist�ria profissional que o engenheiro el�trico Felipe Daminato, de 27 anos, come�ou a escrever em 2010, a op��o por um programa de especializa��o oferecido pela mineradora Vale compensou o que parecia ser uma troca arriscada de emprego. Ele se formou num momento aquecido da oferta de vagas para engenheiros, mas buscou logo uma coloca��o que poderia oferecer mais desafios. No m�s passado, entregou � mineradora a monografia do curso de especializa��o em minera��o feito no ano passado e que lhe rendeu a vaga na companhia.

Expectativas Nas escolas do Senai-MG, experi�ncias, ou a falta delas, e expectativas semelhantes se cruzam entre alunos de �reas t�o diferentes como a automotiva e de moda. Aos 34 anos, Patr�cia Martir de Oliveira ouviu do ex-patr�o a decis�o de fechar a confec��o, onde ela trabalhava, para apostar num ramo mais promissor. Acostumada a lidar com as m�quinas tamb�m na �rea de fabrica��o de cosm�ticos, Patr�cia n�o desistiu de tentar nova chance, agora, nos servi�os de ret�fica e manuten��o de motores de autom�veis.

Enquadrada na exig�ncia legal de frequentar o curso de reciclagem enquanto recebe o seguro desemprego, Patr�cia faz o curso t�cnico de mec�nica de autom�veis. “Penso em fazer outras qualifica��es. O diploma de uma institui��o respeitada faz diferen�a na hora da contrata��o”, afirma. N�o � por outro motivo que Ludhiana Assun��o, de 21 anos, foi buscar conhecimento al�m da experi�ncia como operadora de m�quinas em uma confec��o de BH. Hoje, ela frequenta o curso t�cnico em confec��o para disputar a vaga de supervisora. “Falta gente qualificada nessa �rea para atender a ind�stria”, diz. (MV)


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