A frota de motos em Belo Horizonte cresceu 203% em 10 anos, de 61 mil unidades em 2002 para 185,6 mil em julho deste ano, segundo o �ltimo balan�o disponibilizado pelo Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran). O percentual superou – e muito – o emplacamento de autom�veis na cidade no mesmo per�odo (38,6%), o que favoreceu n�o somente os fabricantes dos ve�culos de duas rodas. O aumento das motos pelas ruas e avenidas da capital mineira levaram muitos empres�rios a concluir que o momento � favor�vel aos estacionamentos exclusivos para motocicletas. Estabelecimentos dessa natureza come�am a pipocar na Regi�o Central, garantindo aos propriet�rios aumentos que ultrapassam 100% na quantidade de clientes.
Alguns empres�rios, �vidos pela explos�o dessa frota, j� abriram mais de um ponto. Outros planejam inaugurar filiais em breve. “O movimento subiu mais de 100% nos �ltimos 12 meses. Pretendo abrir uma filial na Rua Guarani, no Centro, daqui a dois meses. Estou negociando com o dono do im�vel o valor do aluguel”, revelou Carlos Jos� Ribeiro, propriet�rio do estacionamento Cajori, onde a capacidade total � para 166 motos. “Os espa�os s�o preenchidos totalmente durante boa parte do m�s”, acrescentou o empres�rio, que cobra R$ 4 pela hora e R$ 50 pela mensalidade.
O estacionamento dele fica na Rua Esp�rito Santo, quase esquina com a Santos Dumont. Perto dali, na Rua dos Caet�s, Diego Carvalho presta servi�os na Esta��o Motos, com 70 vagas. Ele conta que 80% das vagas s�o preenchidas por mensalistas, que desembolsam R$ 45 pelo servi�o. “O ponto foi aberto no fim de 2011. Notamos que o movimento cresceu bastante”, comemora o rapaz, que cobra R$ 1 pela hora. “J� a di�ria � de R$ 4”.
Carvalho tem a concorr�ncia do estacionamento Rei Artur, que funciona na Santos Dumont, quase esquina com a Bahia. “H� mais de 80 mensalistas”, diz o gerente do local, Losevaldo Peres, mostrando que o empreendimento tem dois pavimentos. O movimento no local � bom, mas poderia ser melhor n�o fossem as obras na avenida para a implanta��o do BRT, sistema de �nibus com caracter�sticas semelhantes �s do metr�, como embarque em plataformas e hor�rio mais regular do que o de �nibus comuns. “Era para o fluxo ser bem melhor do que � hoje”, refor�a o rapaz.
J� na Rua Goitacazes funciona a Motos Park, cujo dono � propriet�rio tamb�m de um ponto na vizinha Rua S�o Paulo. “Abrimos ambos os endere�os h� cerca de tr�s anos. Nosso mercado cresceu de 40% a 50% entre 2011 e este ano”, comemora o gerente do primeiro estabelecimento, Bruno da Silva Mendes, acrescentando que outra fonte de renda do setor � o guarda-volume para acess�rios, como capacetes. “O pre�o da di�ria para esse tipo de equipamento � de R$ 0,75”. J� a mensalidade custa R$ 65. A di�ria da moto, por sua vez, sai a R$ 6.
O salto na frota de motos na capital, a exemplo do que ocorreu em v�rias outras capitais do pa�s, � fruto do aumento do poder aquisitivo do brasileiro e a queda no juro de financiamentos, medidas que impulsionaram as compras a prazo, principalmente de quem era dependente do ca�tico transporte p�blico. Outro motivo � o estresse causado pelos congestionamentos di�rios na cidade, levando muitos motoristas a trocarem os carros pelas duas rodas.
SEGURAN�A Hist�rias de furtos e de roubos e a dificuldade cada vez maior em encontrar vagas em vias p�blicas s�o os principais motivos que levam motociclistas a contratarem os servi�os de estacionamentos exclusivos para as motos. “H� pouco tempo, abriram o ba� da moto e roubaram meu capacete. O preju�zo foi de R$ 120. Prefiro pagar para deixar o ve�culo protegido”, recomenda Izabela Ferreira da Silva, de 27 anos, que trabalha para um escrit�rio de contabilidade.