Se a Apple fosse um pa�s, seria o 20º maior. Avaliada em US$ 611,7 bilh�es, a empresa fundada pelo g�nio Steve Jobs ficaria logo atr�s da Turquia, que tem um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 773 bilh�es. � maior do que as 13 maiores companhias brasileiras somadas e supera a Microsoft, o Google, a Amazon e o Facebook juntos. Um dos passatempos preferidos do mercado financeiro tornou-se adivinhar quando conseguir� atingir a posi��o de primeira companhia do mundo a superar US$ 1 trilh�o. Se isso acontecer, ser� equivalente a ocupar o lugar de 16º pa�s.
O segredo do sucesso todos conhecem: marcada pela inova��o, a ma�� come�ou conquistando os clientes com sistemas operacionais mais intuitivos e dispositivos que, apesar de n�o ser t�o inovadores — a Microsoft, por exemplo, apresentou um tablet muito antes da Apple, mas que n�o foi para a frente —, conquistaram o p�blico. A empresa soube ainda, gra�as, em parte, ao carisma de Steve Jobs, manter a fidelidade dessa rede de seguidores com produtos como o iPhone e o iPad. A d�vida �: at� quando a companhia que tem o mais alto valor de mercado de todos os tempos conseguir� manter-se como o maior fen�meno do mundo dos neg�cios neste s�culo?
“A Apple est� no auge. Ela foi constru�da em cima de produtos surpreendentes, mas a dificuldade � manter esse ritmo de inova��es”, aponta o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude. Ele explica que o temor do mercado � de que o valor das a��es da empresa cresce muito rapidamente, mas o mesmo aconteceu antes ao Facebook, que nos �ltimos meses perdeu a metade do seu valor. “N�o espero que com a Apple aconte�a uma queda abrupta como essa, mas estamos monitorando a empresa, porque os concorrentes est�o inovando muito rapidamente nos smartphones", pondera.
Em um ano, a Apple perdeu significativamente sua participa��o de mercado no segmento dos celulares inteligentes. No �ltimo trimestre de 2011, a empresa vendeu 37 milh�es de smartphones, 1 milh�o a mais do que a Samsung. Nos tr�s primeiros meses de 2012, foi ultrapassada pela concorrente, que comercializou 42 milh�es ante 35 milh�es da marca da ma��. No segundo trimestre, a diferen�a ficou ainda maior: as vendas de iPhones da Apple ficaram em 26 milh�es e as de produtos da Samsung atingiram praticamente o dobro, 50 milh�es. “Estamos prevendo que agora no terceiro trimestre a Samsung supere a Apple mais uma vez e que, no quarto, as duas fiquem equiparadas. Mas, no ano de 2012 como um todo, a concorrente ficar� � frente da ma��”, estima Tude.
Se depender do iPhone 5, a Apple tem tudo para voltar � lideran�a no segmento. Em apenas tr�s dias de vendas foram 5 milh�es de smartphones vendidos em apenas um fim de semana em nove pa�ses, 1 milh�o a mais que o iPhone 4S, o que zerou os estoques da empresa. A loja on-line vendeu 2 milh�es de unidades em menos de uma hora. Como compara��o, a ma�� vendeu em tr�s dias 20% do total de aparelhos Samsung Galaxy SIII comercializados em quatro meses. “Agradecemos a paci�ncia e estamos trabalhando duro para produzir um n�mero suficiente de iPhones 5 para todos”, disse, em nota, Tim Cook, CEO da Apple. (Com Ataide de Almeida Jr.)
A��o � valorizada
Bras�lia – Apesar de a empresa estar perdendo a lideran�a no mercado, as a��es da Apple continuaram valorizando-se de forma impressionante em 2012. Elas iniciaram o ano cotadas a US$ 409,47 e est�o hoje em um patamar superior a US$ 700, uma alta de mais de 70%. Isso sem contar que, nos tr�s anos anteriores, a valoriza��o dos pap�is da empresa foi de quase 800%.
“Acho dif�cil que a empresa continue no ritmo de valoriza��o visto nos �ltimos anos. A gera��o de lucro da Apple at� agora foi baseada nas inova��es que ela fez, mas desde o lan�amento do primeiro iPhone, em 2007, surgiu uma gama imensa de produtos concorrentes. E � muito dif�cil conseguir inovar todos os anos”, considera o consultor da Ativa Corretora Jo�o Pessine.
Bem mais otimista, o s�cio e integrante da equipe de Private Equity da Vinci Partners Ricardo Kobayashi acredita que, mesmo ap�s a morte de seu fundador, no ano passado, a empresa criada por Steve Jobs ainda ter� longa vida. “A Apple se sustenta n�o por seus aparelhos, mas pelo que est� dentro deles: uma comunidade que vai crescendo de forma muito forte e vai valer cada vez mais", aposta.
Para Kobayashi, desde que Steve Jobs fez a Apple, a empresa deixou de ser uma quest�o de hardware, para se tornar essa comunidade de apaixonados pela ma��, que tem uma expectativa incr�vel em torno de tudo o que � criado pela empresa. “Um aparelho da Apple � muito diferente de um Nokia, por exemplo, que pode ser trocado por um Motorola. Ningu�m vai resolver trocar o seu iPhone por um Galaxy (da Samsung). A fideliza��o do cliente � muito maior”, compara.
Problemas Mas para quem comprou o iPhone 5 dois problemas ainda causam dor de cabe�a: os mapas e a conex�o wi-fi. No primeiro, a Apple optou por n�o utilizar mais o servi�o do Google e adotou mapas da empresa fabricante de GPS TomTom. No entanto, h� erros grotescos de localiza��o — mesmo em grandes cidades — e ainda n�o conta com sistema de dire��o por voz. No caso do wi-fi, v�rios usu�rios t�m registrado a impossibilidade e queda frequente de conex�o. (MM)