Os investimentos p�blicos adotados pelo governo de Pequim para aumentar o vigor do n�vel de atividade na China devem viabilizar um pouso suave da economia chinesa e tamb�m melhorar o ritmo de crescimento dos pa�ses mais pobres da �sia, aponta o Fundo Monet�rio Internacional (FMI). De acordo com o relat�rio semestral Perspectiva da Economia Mundial divulgado nesta segunda-feira, o esfor�o da China de elevar os gastos em obras de infraestrutura, junto com a pol�tica monet�ria acomodat�cia do seu banco central, far� com que sua economia avance 7,8% neste ano e 8,2% e em 2013.
As proje��es, contudo, s�o menores do que as estimativas de alta do PIB de 8% e 8,4%, respectivamente realizadas pelo Fundo em julho. Mas esse resultado, contudo, ser� importante para acelerar o n�vel de atividade das na��es do continente com menor renda, de uma expans�o pouco inferior a 7% no primeiro semestre para uma marca de 7,25% na segunda metade deste ano.
De acordo com o FMI, a redu��o no ritmo da demanda agregada na China registrada no primeiro semestre estava relacionada diretamente com a crise da Europa, seu principal mercado exportador. Al�m disso, tamb�m foram relevantes fatores dom�sticos, como a ado��o de medidas para reduzir o �mpeto do cr�dito, a fim de evitar o surgimento de uma bolha imobili�ria. Como o governo chin�s quer aumentar com modera��o a Forma��o Bruta de Capital Fixo, o Fundo acredita que a pol�tica fiscal na China ter� efeito neutro em 2012 e 2013. Al�m disso, o banco central do pa�s reduziu a taxa b�sica de juros em 0,56 ponto porcentual desde meados de 2011, para o patamar atual de 6,0% ao ano.
O FMI defende que os grandes pa�ses emergentes fa�am mais esfor�os de conten��o de despesas p�blicas para exigir menos recursos de seus respectivos Tesouros. No caso da China, o Fundo avalia que a abordagem deve ser um pouco mais flex�vel nessa dire��o. Isso deve ocorrer por dois motivos: "Primeiro, as autoridades est�o tentando reequilibrar o crescimento econ�mico na dire��o do consumo, o que vai requerer programas sociais expansionistas", aponta a institui��o. "Segundo, h� menor espa�o dispon�vel para aumento do cr�dito devido � Grande Recess�o", destacou o FMI, referindo-se ao longo per�odo de profunda retra��o da economia mundial iniciado h� cinco anos. O Fundo alerta, contudo, que a China tamb�m precisar� reduzir seus gastos p�blicos no m�dio prazo.
Apoio fiscal
O Fundo aponta que a China vem registrando crescimento r�pido do cr�dito, o que ajuda no consumo dom�stico e mant�m a moeda desvalorizada, elemento de apoio essencial para a pol�tica de exporta��es do pa�s. Na avalia��o do FMI, os esfor�os monet�rios podem dar lugar a medidas fiscais para apoiar a expans�o do PIB, especialmente porque a infla��o apresentou uma trajet�ria de desacelera��o nos �ltimos trimestres.
O movimento de desinfla��o global, que cortou os pre�os de commodities neste ano, inclusive do petr�leo, tamb�m est� beneficiando a China. O FMI projetava em abril que o �ndice de pre�os ao consumidor subiria 3,3% neste ano, mas agora passou a estimar eleva��o de 3,0%. Para 2013, o Fundo manteve a previs�o de alta de 3%.
Por outro lado, como a China est� com dificuldades para crescer pouco acima de 8%, o FMI elevou a proje��o da taxa de desemprego para este ano e o pr�ximo, que era de 4% em ambos os casos, para 4,1% em 2012 e tamb�m em 2013.
Mas a desacelera��o do n�vel de atividade global, especialmente da Europa, deve diminuir o super�vit de transa��es correntes da China em 2013, segundo o FMI. A proje��o deste saldo positivo das contas internacionais deve baixar de 2,6% para 2,5% do PIB. Para este ano, contudo, o FMI n�o alterou a proje��o de um resultado favor�vel equivalente a 2,3% do produto interno bruto.