Os sucessivos cortes da Selic e o acirramento da concorr�ncia entre os bancos iniciado em abril – que fez o custo do cart�o de cr�dito cair pela primeira vez em 33 meses – devem manter a inadimpl�ncia em trajet�ria de queda at� o in�cio do ano que vem. Essa � a avalia��o do Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimpl�ncia do Consumidor, que permite antecipar em seis meses o comportamento das taxas de maus pagadores. O resultado de agosto frente a julho revela queda de 1,5% no �ndice de inadimpl�ncia at� fevereiro, d�cima queda mensal consecutiva.
“O repique de alta costuma acontecer em mar�o, puxado pelas contas do in�cio do ano. Mas n�o ocorrer� obrigatoriamente. Apesar da sazonalidade, houve anos em que n�o subiu, como 2010”, antecipa o economista da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida. Segundo o especialista, a conjuntura econ�mica colabora para o cen�rio positivo que come�ou a ser tra�ado em junho, quando as retra��es foram iniciadas.
Segundo avalia��o do especialista, o barateamento do cr�dito permitiu condi��es mais vantajosas de negocia��o das d�vidas, contribuindo para que mais pessoas deixassem de figurar na lista de devedores. “O 13º sal�rio que � injetado na economia entre novembro e dezembro certamente ajudar�”, afirma Almeida ao lembrar que a primeira parcela costuma ter destino certo: a quita��o dos d�bitos em atraso.
Somado a isso, os ganhos salariais acima da infla��o nos acordos coletivos e o maior rigor por parte das institui��es financeiras nos processos de an�lises e concess�es de cr�dito, ajudaram a compor o cen�rio favor�vel para redu��o dos n�veis de inadimpl�ncia dos consumidores. A tend�ncia � de que essa retra��o gradual dos calotes crie um ciclo virtuoso na economia. “Contribuir� para uma redu��o dos spreads banc�rios n�o apenas neste ano, mas garantir� um horizonte prolongado de juros menores para a economia”, avalia Almeida.
Isso porque a inadimpl�ncia responde por 29% da composi��o do spread – diferen�a entre a taxa de capta��o e taxa de empr�stimo praticada pela institui��es financeira. “Tirando a margem l�quida do banco, � o principal componente do custo do cr�dito”, pondera Almeida. Com calote menor, a oferta de cr�dito dever� ser ampliada, garantindo inje��o de recursos para que os consumidores retomem as compras e imprimam ainda mais �nimo � ind�stria.
Empresas
O Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimpl�ncia das Empresas tamb�m caiu 1,5% no m�s de agosto sobre julho. A normaliza��o dos n�veis de inadimpl�ncia dos consumidores, o processo de reaquecimento da atividade econ�mica iniciado na virada do semestre e os menores custos financeiros provocados pelos cortes da Selic ir�o contribuir para a manuten��o do cen�rio nos pr�ximos meses.
Mutir�o para negociar d�vidas

“Temos aqui um cen�rio de vendas maior e uma das menores taxas de desemprego do pa�s. Com isso, os consumidores v�o mais �s compras, comportamento que traz consigo um percentual de inadimpl�ncia mais elevado”, pondera o economista da CDL/BH, Fernando Sasso. O movimento de barateamento do cr�dito est� entre os grandes propulsores do evento deste ano que permite a negocia��o dos valores devidos a custo reduzido.
A campanha come�a no dia 26 de novembro e segue at� o dia 30 de novembro, na sede da CDL/BH, na Avenida Jo�o Pinheiro, 495. As empresas que participar�o do mutir�o ainda est�o sendo definidas. “Grandes redes varejistas, institui��es financeiras e operadoras de telefonia est�o entre as interessadas e costumam participar”, antecipa Sasso. Na �ltima edi��o, realizada em 2010, os descontos para quitar as d�vidas chegaram a 55% e mais de 10 mil pessoas tiveram as contas regularizadas. (PT)