A grande surpresa no resultado de setembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foi o fato de a ind�stria de transforma��o ter liderado a cria��o de vagas no m�s, de acordo com o professor de Economia da Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) Mauro Rochlin. "Isso mostra uma recupera��o do emprego industrial e, portanto, uma rea��o da ind�stria, que vinha puxando para baixo o desempenho econ�mico brasileiro", disse.
De acordo com Rochlin, a desacelera��o na gera��o l�quida de empregos era esperada, mas surpreende que a queda no ritmo de cria��o de postos de trabalho n�o tenha sido ainda mais forte, tendo em vista a magnitude do recuo da economia do Pa�s desde 2010.
"Passamos de um crescimento de 7,5% em 2010 para algo perto de 1 5% em 2012. Havia uma expectativa ruim para a cria��o de empregos formais", disse. Ele, no entanto, afirma que as medidas do governo para o est�mulo ao consumo, como redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de autom�veis eletrodom�sticos da linha-branca, ajudaram a segurar os empregos durante o per�odo mais dif�cil ap�s a crise internacional de 2008. A administra��o federal, ao anunciar esses benef�cios para a ind�stria, exigiu como contrapartida a manuten��o dos postos de trabalho. "Se n�o fossem essas medidas, haveria hoje um quadro muito ruim, principalmente no setor industrial", afirmou.
Em rela��o � retomada do mercado de trabalho, Rochlin disse que as medidas de incentivo governamentais ainda n�o tiveram efeito pleno. De acordo com o professor de Economia do Ibmec, o emprego � o �ltimo fator a reagir �s a��es porque o empres�rio precisa estar seguro de uma retomada do crescimento econ�mico para voltar a contratar. "Em termos de produ��o, j� vemos uma recupera��o da ind�stria no terceiro trimestre, mas ainda n�o estamos vendo essa retomada na cria��o de empregos", disse.
Na opini�o de Rochlin, o Caged deve encerrar 2012 com cria��o l�quida em torno de 1,8 milh�o de empregos. Para 2013, ele espera um n�mero semelhante ao de 2012, mesmo com a esperada retomada da economia.