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Estado de Minas

Infla��o da cerveja � 17 vezes maior que a oficial

Enquanto custo de vida oficial subiu 0,62% em BH entre junho e setembro, pre�o de tira-gostos avan�ou mais de 12%. Praticamente no mesmo per�odo, bebidas aumentaram 10,6%


postado em 19/10/2012 06:00 / atualizado em 19/10/2012 08:29

O setor de bares e restaurantes, um dos principais motores da economia de Belo Horizonte, a ponto de levar a cidade a ser conhecida como a capital dos botecos, tem o drag�o – s�mbolo da infla��o – como cliente ass�duo. A pedido do Estado de Minas, levantamento feito pelo site Mercado Mineiro revelou que o pre�o m�dio de 15 das 16 por��es e bebidas pesquisadas em 21 estabelecimentos subiu bem mais do que o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) em BH. O indicador, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), � considerado a infla��o oficial do pa�s.

Enquanto o IPCA de Belo Horizonte fechou o acumulado de junho a setembro com alta de 0,62%, o pre�o m�dio das cervejas Brahma e Skol saltou 10,6% no intervalo de junho a 11 de outubro, de R$ 5,47 para R$ 6,05. O percentual assusta os frequentadores de bares e restaurantes, mas n�o � o campe�o do ranking. A lideran�a, com disparada de 12,16%, coube � por��o de mandioca frita, que subiu de R$ 12,33 para R$ 13,83 no mesmo per�odo (veja quadro).


Outro tira-gosto famoso, a batatinha frita, apurou alta de 3,13% entre junho e 11 de outubro. O pre�o m�dio das fritas, como muitos clientes se referem � por��o, passou de R$ 13,41 para R$ 13,83. O percentual de aumento pode at� n�o assustar boa parte dos consumidores, mas o pre�o deixa muita gente de cabelo em p� quando comparado com o quilo do produto vendido nos sacol�es e supermercados da capital. Segundo a �ltima pesquisa da Secretaria Municipal Adjunta de Seguran�a Alimentar e Nutricional (SMASAN), divulgada no dia 10, o quilo da batata- inglesa custa R$ 2,31.

Portanto, numa conta r�pida, observe que os bares e restaurantes de BH cobram, em m�dia, quase seis vezes mais. � importante ressaltar, contudo, que o pre�o dos estabelecimentos leva em conta gastos com aluguel de im�vel, impostos, funcion�rios, g�s, energia el�trica e outras despesas. Por outro lado, o estudo refor�a a import�ncia de o belo-horizontino pesquisar bem os pre�os. Por isso, o Mercado Mineiro tamb�m elaborou uma tabela entre o maior e o menor pre�o de cada produto.

Nesse caso, o valor da cerveja oscila de R$ 5 a R$ 6,70 – diferen�a de 34%. A mais barata � encontrada no Bar da Cida, que venceu o concurso Comida di Buteco, em 2008, com a por��o rola-bola (alm�ndega ao molho da casa, batata gratinada e outros ingredientes). A dona do estabelecimento, Maria Aparecida da Silva Chagas, conta que a margem de lucro com as cervejas � baix�ssima. O pre�o da bebida, na pr�tica, � uma das estrat�gias para a comerciante manter a casa, que funciona h� 24 anos no Bairro Floramar, na Regi�o Norte, sempre cheia.

De olho nos custos

O rola-bola, por exemplo, sai a R$ 26. Os clientes, como a operadora de microcomputador Sandra Rejane da Anuncia��o, de 31 anos, e o marido, o encarregado de transportes Warllem Aquiles Lajes, de 36, consideram o pre�o justo. “� uma del�cia!”, garante ela com o respaldo do marido e da filha, Ana Clara, de 6. O comerciante Rildo Moreira, de 44, tamb�m endossa o sabor do prato. E comemora o pre�o da cerveja: “Moro aqui perto e, como sou seguidor da Lei Seca, residir pr�ximo ao bar com o melhor pre�o da cerveja � um presente”.

“Al�m de procurar um lugar agrad�vel, � bom o morador ficar de olho no pre�o dos petiscos e no das bebidas”, recomendou Feliciano Abreu, diretor executivo do Mercado Mineiro.

 

Por��es variam at� 157%

 

A diferen�a entre os menores e os maiores pre�os das carnes servidas nos bares e restaurantes de Belo Horizonte atinge a casa dos tr�s d�gitos. A por��o de 500 gramas da picanha bovina, por exemplo, pode ser encontrada de R$ 34 a R$ 81,50 – diferen�a de 139,71%. No caso do contrafil�, a oscila��o � de 133,20%, com valores de R$ 25,30 a R$ 59. A disparidade da por��o da batata frita tamb�m atingiu tr�s d�gitos (157,65%), de R$ 8,50 a R$ 21,50. No caso da por��o de mandioca frita, a diferen�a foi de quase 150%, de R$ 8 a R$ 19,90.

Vale ressaltar que a carne vem acumulando altas seguidas em raz�o do custo com alimenta��o e outros gastos. Em setembro, por exemplo, o produto foi o item que mais influenciou a infla��o nacional. Conforme relat�rio do IBGE, “os pre�os subiram 2,27%, gerando impacto de 0,06 ponto percentual no IPCA, individualmente, o maior”.

Os menores pre�os das por��es de picanha e contrafil� s�o ofertados na unidade do Paracone da Avenida Brasil, onde os s�cios Lindoval Conegundes e Eduardo de Souza, quando podem, n�o dispensam um chope e uma por��o. “Um dos segredos (para ter pre�o competitivo) � n�o ficar ref�m de um �nico fornecedor”, explicou Lindoval.

Regras curiosas

J� Eduardo esclarece ainda que, dependendo do fornecedor e do produto, h� regras curiosas: “Uma fabricante de refrigerantes vende uma marca por um pre�o para esta unidade. Em nossa outra loja, no Santa Efig�nia, a mesma empresa vende igual refrigerante por um pre�o mais baixo, o que explica a diferen�a de valores (entre os dois restaurantes no caso do refrigerante)”, contou Eduardo.

� bom lembrar, por�m, que v�rios custos ajudam a entender a diferen�a no pre�o das por��es. Empregados com melhor traquejo para atender clientes, banheiros impec�veis, pre�o do aluguel e som ao vivo s�o apenas alguns exemplos. (PHL)

 


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