O esfor�o do governo em reduzir as taxas de juros para o consumidor n�o impediu que, em setembro, o custo para tomada de cr�dito aumentasse na ponta, interrompendo a queda que vinha sendo apurada desde mar�o. Nota de pol�tica monet�ria e opera��o de cr�dito do Banco Central (BC) mostra alta da taxa m�dia de juros para pessoa f�sica de 35,6% ao ano, em agosto, para 35,8% em setembro. Entre as tr�s principais linhas de cr�dito apuradas pela autoridade monet�ria, somente o cheque especial registrou retra��o de custos ao passar de 148,6% para 147,6% ao ano, no per�odo avaliado.
Na contram�o, o cr�dito pessoal registrou alta de 39,4% para 39,7% ao ano entre agosto e setembro e o cr�dito para aquisi��o de ve�culos foi de 20,5% para 20,9% ao ano. Para o diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi, o comportamento mostra que a tend�ncia de baixa que vinha ocorrendo nos �ltimos cinco meses foi interrompida. “De modo geral, o movimento de corte � suspenso porque j� temos uma retomada de demanda por cr�dito e uma certa recupera��o da economia em curso”, pondera.
A economista da consultoria Tend�ncias Clara Setoguchi, por sua vez, pondera que o resultado pode ser avaliado como pontual e ainda v� espa�o para que os spreads mantenham uma ligeira revis�o para baixo nos pr�ximos meses. “Nossas proje��es contemplam taxa de juros para a carteira das fam�lias de 34,5% ao ano no fim de 2012 e de 35,1% em 2013”, projeta a especialista em nota. Ainda que haja abertura para novos reajustes, a economista reconhece que a margem de cortes se reduz cada vez mais. “O espa�o para redu��es no spread deve ficar cada vez menor e n�o ser�o observadas quedas t�o expressivas quanto as registradas entre mar�o e junho, de 7,4 pontos percentuais”, avalia.
O comportamento dos juros para pessoa f�sica em setembro n�o impediu que a taxa m�dia no cr�dito livre recuasse de 30,1% ao ano para 29,9%, s�tima queda consecutiva. O custo dos empr�stimos para pessoa jur�dica foi o que puxou a taxa para baixo ao passar de 23,1% para 22,6% no mesmo per�odo.
Cr�dito em alta
Mesmo sujeito a taxas de juros mais elevadas, o volume de cr�dito n�o para de crescer e j� representa 51,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, contra 47,4% em setembro do ano passado. O estoque das opera��es de cr�dito subiu 1,1% em setembro sobre agosto, para R$ 2,237 trilh�es. No terceiro trimestre, a carteira de cr�dito cresceu 3,2% e j� acumula alta de 10,2% no ano at� setembro.
O avan�o, por�m, n�o pode ser atribu�do a compra de ve�culos, que caiu 0,5% em agosto, atingindo um total de R$ 203,534 bilh�es. O resultado � reflexo da retra��o de 31,5% nas vendas de autom�veis, segundo dados da Associa��o Nacional dos Ve�culos Automotores (Anfavea). O respons�vel pelo desempenho das opera��es de cr�dito no segmento pessoa f�sica foi a habita��o, que entre agosto e setembro registrou alta de 2,5%, totalizando R$ 256,420 bilh�es. Nos �ltimos 12 meses at� setembro, o cr�dito livre para aquisi��o de im�veis cresceu 56,3%.
A inadimpl�ncia, por sua vez, n�o arrefece e pode estar entre as justificativas para o fim do ciclo de redu��o das taxas. Est� est�vel h� tr�s meses e n�o cai desde mar�o, quando passou de 7,6% para 7,4%. Agora, mant�m o patamar de 7,9%. Para especialistas, o resultado � provis�rio e deve come�ar a cair nos pr�ximos meses diante da inje��o de recursos do 13º e rodadas de renegocia��o de d�vidas que j� est�o em andamento inclusive por institui��es financeiras.