Trabalhadores
A favor
Carlos Fraz�o, 36, auxiliar-administrativo concursado
“� um avan�o para as empresas e para o pr�prio pa�s. Quando se contrata um terceirizado ele precisa mostrar bons servi�os, caso contr�rio a empresa tem autonomia para demiti-lo, e isso abre postos de trabalho e gera competitividade, o que � bom para a produ��o. Al�m disso, um funcion�rio concursado, por exemplo, custa muito para o pa�s e impacta na quest�o da previd�ncia. Muitos n�o rendem o necess�rio e, para fazer uma troca desse trabalhador, � muito burocr�tico”
Contra
Adriano R�gis, 36, motorista, terceirizado h� 17 anos
“H� uma desvaloriza��o na quest�o salarial. Deveria ser melhor porque a responsabilidade do terceirizado � grande. Muitos que est�o nesse setor acabam tendo que prestar outros tipos de servi�o por fora para complementar a renda. Precisa ter uma discuss�o de novas leis. Acho que falta definir um sal�rio-base para cada categoria. Tamb�m temos um grande problema, pois n�o podemos nos defender em casos de faltas ou de algum erro cometido durante o servi�o. Qualquer falha a empresa demite”
Estudiosos
A favor
Marcus Vin�cius Mugnani, advogado trabalhista e consultor da CNI
Ela n�o tem reflexo na precariza��o da m�o de obra trabalhista no Brasil. � uma forma de contrata��o de empresas, com mais especializa��o e mais tecnologia e, muitas vezes, com funcion�rios que recebem sal�rios melhores que os funcion�rios da empresa contratante. Hoje as organiza��es n�o conseguem mais centralizar a integralidade de suas atividades. Portanto, a terceiriza��o � uma pr�tica absolutamente necess�ria, que traz toda a for�a de uma rede produtiva para dentro da empresa, aumentando a competitividade e, consequentemente, resulta em um ganho para elas, para o trabalhador e para o pa�s.
Contra
�ngela Borges, cientista social e pesquisadora
O desafio maior da industria brasileira na disputa do mercado n�o � o trabalho e seus custos, pois este � o insumo mais barato e mais flex�vel neste pa�s — vide a facilidade com que se demite e se achata o leque salarial. O desafio principal remete aos grandes e hist�ricos desafios da sociedade brasileira, dos quais a nossa elite foge h� d�cadas. Ganhos de produtividade do trabalho s�o mais facilmente e consistentemente alcan�ados com melhorias quantitativas e qualitativas na educa��o. Apostar na terceiriza��o para ganhar competitividade, quase 30 anos depois da sua introdu��o como novidade no Brasil, � querer fugir do enfrentamento dos principais desafios do pa�s hoje, dentre os quais est� o efetivo fortalecimento do mercado interno atrav�s da cont�nua eleva��o dos sal�rios dos trabalhadores, e n�o o seu contr�rio.
Duas perguntas para Ant�nio Rocha, presidente da Federa��o das Ind�strias do Distrito Federal
O quanto a terceiriza��o impacta o crescimento da ind�stria brasileira?
N�o sei se reflete no crescimento do setor industrial. Acho que � um modelo extremamente necess�rio para a economia brasileira. O que tira a competitividade de fato da ind�stria � uma legisla��o ultrapassada e t�o complexa que o grande grupo econ�mico do pa�s n�o consegue compreender sua efici�ncia. Imagine as micro e pequenas empresas? Da� as rela��es trabalhistas acabam desaguando no Judici�rio. O que se deve fazer � tornar mais f�cil as negocia��es coletivas.
Como a terceiriza��o pode ser utilizada para gera��o de empregos qualificados e n�o o contr�rio?
N�o h� como, hoje, uma empresa ter todas as estruturas, toda uma escala de processos especializados. Mas algu�m que terceiriza � algu�m que contrata e que vai, ent�o, contribuir para a garantia de trabalho. A n�o ser que haja uma deforma��o da pr�tica de contrata��o, que saia do escopo corporativista do trabalho. Mas a� � outra hist�ria.