O Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta-feira sem altera��es sua taxa b�sica de juros e insistiu que s�o os governos que devem se esfor�ar para fazer o necess�rio para estabilizar a Eurozona. "A bola est� completamente do lado dos governos e n�o do BCE", disse ap�s a reuni�o do conselho de governadores o presidente da institui��o com sede em Frankfurt, Mario Draghi.
O BCE manter� em 0,75%, o n�vel mais baixo da hist�ria, sua taxa b�sica de juros, refer�ncia para a Eurozona. Os mercados financeiros n�o esperavam um corte da mesma, j� que tal op��o teria muito pouco efeito na fragilizada economia da uni�o monet�ria, que segundo a Comiss�o Europeia apresentar� contra��o de 0,4% no conjunto de 2012 e crescer� apenas 0,1% em 2013.
O pr�prio Draghi n�o deu indica��es sobre se a taxa pode vir a ser reduzida para estimular o cr�dito e por extens�o a atividade, o crescimento e o emprego. Contudo, ele se mostrou pessimista sobre as perspectivas da Eurozona, o que alguns analistas viram como um indicador de que a taxa pode ser cortada nos pr�ximos meses.
Segundo ele, a recupera��o da Eurozona ser� "lenta, mas progressiva e s�lida", gra�as aos bons fundamentos de sua economia. Mario Draghi reconheceu que no ano que vem "se espera que o impulso do crescimento continuar� sendo fr�gil". E, em defesa de sua institui��o, insistiu que a atividade continua sendo apoiada pela pol�tica monet�ria do BCE.
A principal das iniciativas do BCE foi o an�ncio em setembro do programa de compra da d�vida de pa�ses em apuros no mercado secund�rio. Esse programa, chamado Outright Monetary Transactions (OMT), serviria para rebaixar o custo pelo qual os Estados da Eurozona s�o financiados, que previamente ter�o que solicitar assist�ncia financeira a seus s�cios e comprometer-se a sanear suas contas.
O simples an�ncio do programa, que de momento n�o foi aplicado, uma vez que nenhum Estado o solicitou, aparentemente bastou para acalmar a press�o sobre a d�vida dos Estados mais afetados, como Espanha e It�lia.
Prova disso � que nesta quinta-feira o Tesouro espanhol captou 4,763 bilh�es de euros em emiss�es a 3, 5 e 20 anos, com juros em queda nas duas primeiras linhas. Draghi recordou que o BCE "est� disposto a atuar" caso algum Estado solicite ajuda, mas enfatizou que os governos europeus tamb�m devem "apoiar esta confian�a aplicando as reformas necess�rias para reduzir os desequil�brios fiscais e or�ament�rios".
"As reformas estruturais s�o cruciais para estimular o potencial de crescimento dos pa�ses da Eurozona e para apoiar o emprego", disse Draghi. O funcion�rio felicitou tamb�m como "um passo importante" a ado��o do novo pacote de austeridade na Gr�cia, mas deixou claro que a institui��o que preside n�o renunciar� no reembolso das obriga��es gregas em seu poder.
"Isso seria um financiamento monet�ria (...), coisa que n�o podemos fazer", porque os estatutos do BCE pro�bem financiar o d�ficit p�blico dos pa�ses do euro, recordou Draghi. Contudo, os s�cios europeus de Atenas podem renunciar aos juros das obriga��es gregas para oferec�-los � Gr�cia.
O economista da ING B�lgica, Carsten Brzeski, disse que a insist�ncia de Draghi na import�ncia do programa OMT "indica que o BCE n�o cr� atualmente que a redu��o de suas taxas seja uma ferramenta efetiva para combater a recess�o".
"Inclusive com reformas estruturais, medidas de austeridade e um OMT ativo, h� muitas possibilidades de que o BCE precise adotar medidas adicionais para apoiar a economia da Eurozona. Uma dessas medidas poderia ser um corte das taxas, mas este n�o ser� decidido no pr�ximo m�s", disse o analista.