(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Incentivos do governo garantem tombo menor que o esperado na ind�stria brasileira

Resultados do setor em Minas mostram que medidas do governo amenizaram a retra��o do primeiro semestre e melhoraram previs�es para o fechamento do ano. Medo agora � de 2013


postado em 09/11/2012 06:00 / atualizado em 09/11/2012 07:13

A redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos e m�veis, a desonera��o da folha de pessoal de uma s�rie de ramos da ind�stria e a combina��o de juros mais baixos com amplia��o do cr�dito salvaram a ind�stria mineira de uma forte queda do faturamento e da produ��o neste ano. A Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) chegou a projetar um recuo de 3,1% da receita de 2012 e uma retra��o de 0,3% do ritmo de atividade das f�bricas. Com a rea��o do setor, apesar de boa parte das empresas estar ainda trabalhando no vermelho, a institui��o divulgou ontem ter revisto para um crescimento de 0,93% a produ��o do ano e uma esp�cie de empate t�cnico do faturamento em compara��o a 2011, com uma pequena perda de 0,29%.

As novas proje��es, de acordo com o presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica e Industrial da Fiemg, Lincoln Gon�alves Fernandes, consideram ainda um quarto trimestre melhor que o do ano passado, tendo em vista a diminui��o dos estoques e as encomendas para o Natal, que animaram as f�bricas. “Nossas previs�es melhoraram significativamente. O mercado interno est� ajudando a ind�stria a se recuperar, embora ainda seja lento o efeito das medidas para reanimar a economia”, afirmou. A Fiemg apurou redu��o de 1,4% do faturamento da ind�stria mineira de janeiro a setembro, resultado impactado, em particular, por uma queda pontual de 8,3% da receita de setembro em rela��o a agosto.

O desempenho p�fio de setembro, no entanto, foi influenciado pela alta base de compara��o com o m�s anterior, que concentrou alto volume de entregas de setores de peso na economia mineira como o automotivo, de celulose e produtos de metal (especialmente as estruturas met�licas). As confec��es e as f�bricas de cal�ados e acess�rios tamb�m ajudaram na estat�stica de queda do indicador, em raz�o de terem conclu�do em agosto as vendas da nova cole��o. Outro segmento que enfrenta redu��o de receita � o da minera��o, por conta dos pre�os do min�rio de ferro, carro-chefe da produ��o, no mercado internacional – mais baixos neste ano.

Os indicadores industriais produzidos pela Fiemg ficaram em linha com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) sobre a produ��o da ind�stria, que voltou a registrar queda em setembro. Frente a agosto e descontadas as influ�ncias t�picas do m�s analisado, houve redu��o da atividade em 12 dos locais pesquisados. Em Minas, a produ��o recuou 1,4% frente a agosto, depois de uma expans�o de 3,5%. No acumulado dos �ltimos 12 meses at� setembro, comparados ao mesmo per�odo do ano anterior, a produ��o mineira diminuiu 0,2%, representando uma melhora frente ao recuo de 1,1% em id�ntica base de compara��o at� agosto.

As ind�strias de m�veis e vestu�rio s�o dois dos segmentos que justificaram a revis�o para cima das proje��es da Fiemg. A melhora do n�vel de encomendas e do faturamento das f�bricas moveleiras do p�lo de Ub�, na Zona da Mata mineira, levaram � revis�o das previs�es de fechamento do ano, segundo Michel Pires, presidente do Sindicato Intermunicipal das Ind�strias do Mobili�rio de Ub�. De uma estagna��o neste ano, prevista antes das medidas do governo federal, as empresas passaram a trabalham com previs�es de crescimento entre 2% a 5%, dependendo do resultado de outubro a dezembro. “Os pedidos aumentaram e j� temos encomendas para entrega em dezembro da maioria dos clientes. Estamos com medo � do primeiro semestre de 2013”, afirma o industrial.

O p�lo de confec��es de Formiga, no Centro-Oeste de Minas, reagiu neste segundo semestre, observa Paulo C�sar Rodrigues da Costa, presidente do sindicato local da ind�stria do vestu�rio. “As medidas do governo federal e o regime especial de tributa��o do Imposto sobre a Circula��o de Mercadorias e Presta��o de Servi�os (ICMS) em Minas deram uma boa inje��o no mercado, mas ainda insuficiente”, afirma o industrial. S�o 180 confec��es e 4 mil empregados no munic�pio. Na m�dia do setor de vestu�rio, de fato, o faturamento real medido de janeiro a setembro pela Fiemg est� negativo em 0,63%.

No sentido inverso, contribu�ram com indicadores positivos as ind�strias de produtos aliment�cios (3,76%); m�quinas e equipamentos (16,53%), m�quinas, aparelhos e materiais el�tricos (2,12%) e metal�rgia b�sica (5,08%), al�m de ve�culos automotores (0,15%). A Usiminas foi uma das sider�rgicas que elevou a produ��o em 3,2% de janeiro a setembro, nas usinas de Ipatinga, no Vale do A�o mineiro, e e de Cubat�o (SP), beneficiada com a redu��o das importa��es brasileiras de a�o.

F�rias coletivas

A ArcelorMittal, maior grupo sider�rgico do mundo, confirmou ontem que conceder� f�rias coletivas de 26 deste m�s a 5 de dezembro para uma parte dos empregados que trabalham em um dos seus laminadores, na usina de Jo�o Monlevade. A justificativa � que o equipamento passar� por manuten��o. Conforme informa��es do presidente do sindicato local dos metal�rgicos, Luiz Carlos da Silva, a parada deixar� em casa 80 trabalhadores da sider�rgica de um total de 1.170 empregados.

 

Rea��o est� atrelada ao investimento

 

A produ��o da ind�stria mineira mostrou desempenho positivo, com base no levantamento do IBGE, de 4,5% em setembro, ante o mesmo m�s do ano passado – movimento s� acompanhado pela Bahia (2,8%) –, e de 0,1% no acumulado do ano, �nico indicador favor�vel entre os estados. O cen�rio generalizado de queda no Brasil, em seguida a uma taxa de crescimento verificada em agosto, deixa d�vidas sobre a capacidade de recupera��o do setor. Houve uma melhora gradativa at� agosto, mas lenta, destaca Ant�nio Braz de Oliveira e Silva, analista do IBGE em Minas.

Guilherme Le�o, gerente de economia da Fiemg, concorda, lembrando que, embora setembro tenha sido “um ponto fora da curva”, todos os progn�sticos para o setor, na m�dia do Brasil, ainda indicam retra��o. Recupera��o significativa s� � esperada para 2013, na depend�ncia da volta de um ciclo de investimentos do setor privado. Conforme pesquisa da Fiemg, de janeiro a setembro, as f�bricas trabalharam com 84,92% da sua capacidade de produ��o, em m�dia, um pouco abaixo dos 85,59% observados nos mesmos meses de 2011.

Para Ant�nio Braz e Silva, do IBGE, � dif�cil antever qual dos movimentos captados pelo IBGE v�o prevalecer: o crescimento da produ��o de agosto ou a redu��o de setembro, apesar de um terceiro trimestre melhor que o anterior. De julho a setembro, o setor cresceu 2,3% em Minas, frente ao per�odo de abril a junho. “Se haver� mais ajustes na ind�stria, diante do crescimento de agosto, � algo que ainda n�o temos como avaliar. O fato � que o setor vinha andando de lado e, na m�dia do ano, a produ��o dever� ter um comportamento modesto”, afirma.

A an�lise do IBGE para setembro foi tamb�m influenciada pelo efeito de dois dias a menos de produ��o em rela��o � m�dia hist�rica do m�s. Na m�dia do Brasil, a produ��o caiu 1% comparada � de agosto, quando houve expans�o de 1,7%. Nos �ltimos 12 meses, a retra��o brasileira, de 3,1%, superou o recuo do setor em Minas. J� o levantamento da Fiemg mostrou, al�m do faturamento e da utiliza��o da capacidade instalada, que houve aumento do n�mero de horas trabalhadas, em m�dia de 1,69%, de janeiro a setembro. O resultado � coerente com a eleva��o da produ��o em segmentos como a minera��o, como forma de compensar a queda de receita. (MV)

 

Montadoras comemoram resultados

 

O ritmo das vendas da Fiat Autom�veis, de Betim, na Grande Belo Horizonte, chegou a crescer mais de 50% nos �ltimos tr�s meses, impulsionado pela redu��o do IPI. Com o benef�cio, a produ��o acelerou desde junho, informou a montadora italiana, por meio de sua assessoria de imprensa. Com os resultados melhores, a empresa est� avaliando a possibilidade de adiar as tradicionais f�rias coletivas de dezembro para janeiro, acompanhando uma decis�o que pode ser tomada por outras marcas no pa�s.

A Fiat vendeu 53.519 unidades em abril e 59.482 em maio. Depois da extens�o do IPI menor, a comercializa��o saltou para 75.240 em junho e chegou a 98.201 em agosto. Em setembro, retornou a 67.500 unidades e cresceu, novamente, no m�s passado para 80.800. Junto � redu��o do imposto, a montadora informou que seu desempenho melhorou com o destravamento do cr�dito ao consumidor, a redu��o das taxas de juros e a irriga��o da economia, com mais recursos do governo federal em obras p�blicas.

H� estimativas de que, com a diminui��o do IPI, os pre�os dos autom�veis novos tenha sofrido redu��o superior a 10%, em m�dia, na compara��o com setembro do ano passado. O comportamento do segmento acabou afetando o ramo dos ve�culos usados, que sofreram desvaloriza��o. Outra consequ�ncia j� destacada pelos analistas do setor ser� a queda dos valores do Imposto sobre a Propriedade de Ve�culos Automotores (IPVA) para o ano que vem. Essa poderia ser uma boa not�cia, mas como a cobran�a do tributo � calculada com base no valor do carro, a redu��o aponta uma indesej�vel desvaloriza��o de patrim�nio das fam�lias.

Para o analista do IBGE Ant�nio Braz de Oliveira e Silva, os n�meros mostram claramente que o setor automotivo j� respondeu ao est�mulo que a redu��o do IPI trouxe, o que deve promover um fechamento de ano positivo para a ind�stria. Vale destacar que as empresas vinham enfrentando n�meros de produ��o negativos desde fevereiro. Resta saber se os efeitos j� foram totalmente absorvidos. Nos �ltimos 12 meses at� setembro, a produ��o de ve�culos automotores em Minas ficou negativa em 0,9%, performance melhor comparada � queda de 4,2% no mesmo per�odo at� agosto. (MV)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)