A Eurozona est� oficialmente em recess�o, pela segunda vez em tr�s anos, arrastada pelos resultados ruins de Espanha, It�lia e Gr�cia, que tentam cumprir com a pol�tica de austeridade ditada desde Bruxelas.
"Durante o terceiro trimestre do ano, o PIB caiu 0,1% na Eurozona", indicou a primeira estimativa do Eurostat. Os t�cnicos definem uma recess�o quando s�o registrados seis meses consecutivos de contra��o da atividade econ�mica.
Na Espanha, quarta economia da uni�o monet�ria, o PIB registrou uma queda de 0,3%, segundo a Eurostat, coincidindo com os n�meros divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estat�sticas (INE) espanhol.
Em ritmo interanual, a contra��o do PIB na Eurozona foi de 0,4%, indicou a Eurostat.
"Tudo isso n�o faz mais do que confirmar uma 'double dip recession' (uma reca�da na recess�o logo depois de sair de uma), muito temida pelos mercados h� meses", considerou Martin Van Vliet, do banco ING. Imediatamente ap�s a crise financeira de 2008, que eclodiu nos Estados Unidos, a Eurozona caiu em recess�o, mas havia recuperado o crescimento no terceiro trimestre de 2009.
Segundo as autoridades gregas, o PIB caiu 7,2% no terceiro trimestre de 2012 em rela��o ao mesmo per�odo do ano anterior.
O pa�s, que atravessa seu quinto ano consecutivo de recess�o, com uma queda acumulada do PIB de 22% desde 2008, prev� em seu or�amento para 2013 um sexto ano consecutivo de recess�o com um retrocesso de 4,5% em rela��o aos 6,5% previstos neste ano.
A economia da Gr�cia, que se apoia principalmente no consumo interno, se viu duramente afetada pela queda acentuada do poder aquisitivo provocado pela austeridade aplicada desde 2010, ap�s a explos�o da crise da d�vida.
Os dados despertam o alarme e d�vidas sobre as receitas impostas por Bruxelas e chamam a aten��o de alguns pa�ses, como Alemanha e Holanda, para recuperar o crescimento e o emprego no bloco, ap�s mais de dois anos da crise de d�vida europeia.
Por enquanto, estas medidas - que alguns pa�ses, como a Espanha, cumprem rigorosamente - s� trouxeram mais recess�o, desemprego, queda do consumo, falta de confian�a na recupera��o econ�mica e mal-estar social. Para 2013, o governo espanhol prev� uma queda do PIB de 0,5%.
Elas tamb�m arrastam para baixo os pa�ses mais ricos da Eurozona. A Alemanha, por exemplo, registrou um crescimento de 0,2% no terceiro trimestre. Mas no trimestre anterior seu PIB havia sido de +0,3%. A Holanda, que registrou um leve crescimento de 0,1% no trimestre passado, passou agora a uma contra��o de -1,1%. A �ustria passou de 0,1% ao vermelho, -0,1%.
Ao menos a Fran�a se recuperou, ao passar de -0,1% para um n�mero positivo de 0,2%. A It�lia tamb�m melhorou, embora tenha se mantido na escala negativa (de -0,7% no trimestre anterior a -0,2% neste).
A queda na It�lia � inferior �s previs�es dos economistas, que estimavam uma contra��o entre 0,4% e 0,5% do PIB no trimestre, o que foi considerado "uma boa surpresa".
Os cidad�os europeus j� perderam a paci�ncia. Centenas de milhares de pessoas protestaram na quarta-feira em Madri, assim como em muitas cidades da Espanha, em um dia de greve geral convocada pelos sindicatos contra a pol�tica de austeridade do governo de Mariano Rajoy.
Essas mobiliza��es fizeram parte de um dia de protestos convocados em v�rios pa�ses europeus contra a austeridade, o desemprego e a precariedade.
O vice-ministro grego das Finan�as, Christos Staikouras, explicou recentemente que os credores do pa�s, e em particular o Fundo Monet�rio Internacional (FMI), se equivocaram sobre o impacto das pol�ticas de austeridade sobre a recess�o.
Desde 2009, "o coeficiente multiplicador" das medidas sobre a redu��o do PIB foi de "aproximadamente 1, em vez de 0,5" que a UE e o FMI levaram em conta quando impuseram medidas � Gr�cia em troca de seu resgate, explicou o ministro, e disse que o FMI reconheceu seu erro de c�lculo.
Recentemente, a Comiss�o Europeia divulgou suas previs�es de outono, nas quais previu que o PIB dos pa�ses da Eurozona se contrair� 0,4% neste ano e o crescimento estar� em ponto morto em 2013 (+0,1%) at� se consolidar gradualmente em 2014.