postado em 17/11/2012 07:11 / atualizado em 17/11/2012 07:24
(foto: REUTERS/Benoit Tessier )
Paris – As autoridades francesas declararam guerra contra a revista brit�nica The Economist. Depois de o seman�rio publicar uma capa que sugeria que o pa�s � uma bomba-rel�gio no cora��o da Europa, representantes do governo sa�ram em defesa da pol�tica econ�mica do presidente franc�s, Fran�oise Hollande. Para a revista, a Fran�a age como se n�o estivesse na mesma crise que o restante da Europa. No entanto, uma volta por Paris e deixa claro que o pa�s perdeu um pouco do brilho com a desacelera��o da economia. Os jovens se mostram extremamente preocupados com o mercado de trabalho e � crescente o n�mero de pedintes nas ruas da cidade, a maioria deles estrangeiros que fugiram da crise em seus pa�ses de origem e que achavam que teriam uma nova oportunidade na Fran�a.
Segundo a revista, Hollande n�o tem sido suficientemente ambicioso nas reformas econ�micas, o que pode colocar o mercado financeiro contra a Fran�a e prejudicar o futuro do euro. A capa traz ainda uma foto com sete baguetes presas por uma fita nas cores da bandeira francesa e com um pavio aceso no centro. Arnaud Montebourg, ministro da Ind�stria, atacou a publica��o em entrevista � r�dio Europe 1. “A Economist nunca se distinguiu por seu senso de imparcialidade”, acusou. O primeiro-ministro do pa�s, Jean-Marc Ayrault, tamb�m fez cr�ticas ao seman�rio na TV francesa. “Voc�s est�o falando sobre uma publica��o que est� recorrendo ao excesso para vender”, disse.
Apesar das falas das autoridades, a crise chegou � Fran�a. Mesmo com a proximidade do Natal, lojas est�o fazendo promo��es com descontos de at� 50% e, ainda assim, continuam vazias. Os lojistas, na tentativa de atrair os turistas, trocam diariamente as vitrines. Em plena Champs-�lys�es, avenida de Paris que simboliza o glamour e concentra as maiores marcas da moda mundial, mulheres de origem mul�umana passam o dia ajoelhadas em frente �s lojas de grifes com um copo na m�o e a esperan�a de conseguir esmolas. Elas, no entanto, disputam o espa�o com franceses que tamb�m est�o em situa��o dif�cil e praticamente acamparam na avenida em busca de algum trocado.
Tamb�m nos principais monumentos da cidade, os turistas tamb�m s�o frequentemente assediados por franceses e estrangeiros desempregados. Algumas jovens chegam a fingir que fazem parte de uma associa��o criada para ajudar pessoas que passam fome. Elas pedem a assinatura da pessoa e o c�digo postal, sob a alega��o de que uma publica��o sobre o projeto ser� enviada para a casa da pessoa. A reportagem acompanhou as jovens durante parte do dia e depois que os turistas se afastaram elas usaram o dinheiro obtido para comprar comida e outros itens de primeira necessidade. Pr�ximo ao Louvre, s�o pelo menos oito meninas usando a mesma estrat�gia. A maioria dos pedintes demonstra ter boa instru��o. Comunicam-se perfeitamente em ingl�s e outras l�nguas. Chegam a arriscar, inclusive, palavras em portugu�s.
NOITE ESVAZIADA Em Montmartre, tradicional bairro bo�mio de Paris, a vida noturna parece estar se esgotando. Com exce��o do tradicional can-can do Moulin Rouge, em Pigalle, que atrai turistas de todo o mundo, e de alguns bares, os estabelecimentos t�m poucos clientes, at� mesmo na sexta-feira. Pelas ruas de Paris � comum ver lojas e bares com placas de “aluga-se” ou “entrega-se o ponto”. As ruas de Paris tamb�m mostram que, apesar da economia quase em recess�o, o pa�s representa uma esperan�a para o continente. No Aeroporto Charles de Gaulle pode-se observar a chegada constante de estrangeiros, sobretudo de pa�ses com problemas mais severos, como Portugal.