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Estado de Minas

Exporta��o de carros cai US$ 800 milh�es


postado em 18/11/2012 09:58 / atualizado em 18/11/2012 10:00

Apontado como polo de exporta��o de carros para a Am�rica do Sul pela maioria das montadoras nos anos 90, quando o n�mero de fabricantes locais mais que dobrou, o Brasil hoje tem dificuldades em vender at� mesmo para seus parceiros comerciais, a Argentina e o M�xico. Al�m de pre�os menos competitivos, o Pa�s enfrenta a onda de barreiras impostas pelo governo argentino, que tenta impor mais restri��es aos carros brasileiros no pr�ximo ano.

A ind�stria automobil�stica nacional perdeu US$ 800 milh�es no mercado externo este ano, levando-se em conta o total de US$ 12 6 bilh�es exportados de janeiro a outubro em compara��o aos US$ 13,4 bilh�es exportados em igual per�odo do ano passado. S� a Argentina contribuiu com 70% dessa queda, ao reduzir suas compras em US$ 570 milh�es no per�odo, para US$ 3,7 bilh�es.

As montadoras j� chegaram a exportar 30% de sua produ��o em 2005 (724 mil ve�culos). Hoje, apenas 13% do que sai das linhas de montagem brasileiras segue para outros pa�ses. A falta de competitividade do carro nacional j� era not�vel em regi�es como Estados Unidos, Europa e China, para onde as exporta��es secaram h� alguns anos.

Agora, as vendas perdem espa�o tamb�m na Am�rica do Sul, at� mesmo para pa�ses da pr�pria regi�o. A Renault deixou de vender para o M�xico 7 mil unidades ao ano do compacto Sandero produzido no Paran�. "A Col�mbia passou a ser a fornecedora do modelo, pois tivemos uma evolu��o desfavor�vel de custos e nossa competitividade se degradou muito", diz o vice-presidente para as Am�ricas da Renault, Denis Barbier.

A General Motors perdeu contratos para Chile, Col�mbia, Equador e Venezuela, que passaram a ser abastecidos por China, Coreia do Sul e Tail�ndia. Um exemplo citado pelo presidente da GM Am�rica do Sul, Jaime Ardila, � o da picape S10, que � exportada da Tail�ndia para esses mercados a pre�os entre 20% e 30% mais baixos que os do Brasil. "A ironia � que a S10 foi desenvolvida aqui no Brasil", diz o executivo.

A f�brica da GM exclusiva para CKDs (ve�culos desmontados para exporta��o) em S�o Jos� dos Campos (SP) - a �nica no Pa�s - opera com 20% de sua capacidade e cerca de 100 funcion�rios.

"O c�mbio � a menor das nossas preocupa��es; o problema s�o os custos de infraestrutura, log�stica e m�o de obra", diz Ardila, citando especialmente as dificuldades nos portos, estradas e o monop�lio mantido pelos transportadores, os chamados cegonheiros.

Excesso de capacidade

Em meados dos anos 90, quando uma leva de novas fabricantes chegou ao Pa�s - entre as quais Honda, Toyota, Renault, Peugeot e Citro�n -, o discurso quase un�nime, adotado tamb�m pelas empresas que estavam no Pa�s h� mais tempo, era fazer do Brasil a base de exporta��es para a regi�o. A maioria n�o levou a meta adiante, que ficou ainda mais dif�cil ap�s a crise de 2008, que derrubou os mercados internacionais.

Em 2002, quando a Toyota iniciou em Indaiatuba (SP) a produ��o de uma vers�o renovada do Corolla, afirmou que o Brasil seria a base de exporta��o do sed� para Am�rica Latina e Caribe. Pelo menos 35% da produ��o seria voltada ao mercado externo. Passados dez anos, cerca de 20% do que � feito na unidade segue para a Argentina e uma pequena quantidade para a Col�mbia.

"O que ocorreu, ap�s os investimentos da d�cada de 90, � que o mercado n�o respondeu �s expectativas e criou-se um excesso de capacidade que se juntou � desvaloriza��o da moeda", afirma o s�cio da PricewaterhouseCoopers (PwC), Marcelo Cioffi. A alternativa para as fabricantes foram os acordos bilaterais fechados com a Argentina e o M�xico, que agora tamb�m est�o dando sinais de esgotamento.

Novas montadoras priorizam o mercado dom�stico

As novas empresas que chegam ao Pa�s, como a coreana Hyundai e a alem� BMW, n�o falam em exportar seus ve�culos, mas em priorizar o mercado dom�stico. Embora considerados globais, v�rios modelos rec�m-lan�ados t�m como p�blico-alvo o consumidor brasileiro.

O compacto Etios, feito desde agosto pela Toyota na nova f�brica de Sorocaba (SP), por enquanto � exclusivo para o mercado local. A exporta��o est� prevista para meados de 2013, provavelmente para a Argentina. O Onix, lan�ado pela GM em outubro, e o Hyundai HB20 tamb�m t�m como prioridade as vendas dom�sticas.

Marcelo Cioffi, da consultoria PwC, lembra que, em parte, a decis�o de focar o mercado brasileiro segue a estrat�gia das grandes multinacionais do ramo automotivo de "produzir onde se vende". Mas o pr�prio presidente da Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini reconhece que "h� 29 milh�es em capacidade ociosa de ve�culos no mundo todo tentando vender em pa�ses como o nosso".

Belini diz que o Inovar-Auto, programa que entra em vigor em janeiro com metas a serem cumpridas pelas fabricantes, vai colocar o produtor brasileiro no mesmo n�vel internacional de consumo, emiss�es e seguran�a.

Ele ressalta, contudo, que o Brasil tem de melhorar em infraestrutura, custos e log�stica. "Enquanto nosso a�o custar 40% mais caro que o chin�s, podemos ter o melhor carro do mundo que n�o vamos conseguir competir", exemplifica.

Para Cioffi, com a recupera��o das economias mundiais e o c�mbio voltando a n�veis mais normais, � poss�vel que parte do mercado externo seja recuperada. Mas ressalta que a competitividade em si n�o vai garantir exporta��es. "Mas � primordial, pois, se n�o tiver competitividade, o Brasil nem sequer vai entrar no jogo."


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