(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Greve encarece os presentes de Natal

Funcion�rios da Receita Federal prometem ficar cinco dias sem liberar mercadorias. Custo da importa��o pode subir 10%


postado em 19/11/2012 06:52 / atualizado em 19/11/2012 07:29

Linha de produção em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas: entrega de equipamentos que era feita em oito dias agora demora até 20(foto: (Mario Castello/Esp. EM/D.A Press - 19/10/11))
Linha de produ��o em Santa Rita do Sapuca�, no Sul de Minas: entrega de equipamentos que era feita em oito dias agora demora at� 20 (foto: (Mario Castello/Esp. EM/D.A Press - 19/10/11))

A pouco mais de um m�s do Natal uma nuvem escura paira sobre o com�rcio exterior brasileiro. Funcion�rios da Receita Federal em greve desde o primeiro semestre prometem endurecer o movimento. Nesta semana e tamb�m em dezembro, �poca em que o fluxo das importa��es cresce perto de 20%, as alf�ndegas v�o receber press�o extra com a redu��o do ritmo dos desembara�os nos portos mar�timos, secos e nos aeroportos do pa�s. Entre hoje e sexta-feira os grevistas indicam que v�o ficar cinco dias sem fazer qualquer libera��o de mercadorias, o que deve se repetir entre 10 e 14 de dezembro, elevando os custos das importa��es para as empresas e do Natal para os consumidores brasileiros.
Representantes do setor industrial e do com�rcio exterior est�o preocupados e enviaram comunicado oficial aos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC). O documento tamb�m foi encaminhado para outros seis minist�rios.

Tradicionalmente em novembro o volume de importa��es � maior e para o setor produtivo as not�cias da greve que se arrasta desde o primeiro semestre n�o poderiam ser piores. “Com esse movimento de desembara�o zero, o custo das importa��es vai crescer at� 10%, o que pode encarecer os produtos que levam esses insumos entre 3% e 5%”, calcula Frederico Pace, importador e presidente do Conselho de Log�stica de Portos da Associa��o Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas).

“Se o desembara�o zero vier de fato, o Brasil vai ser exposto, criando uma crise de confian�a, significa que ficamos ref�ns de uma categoria. Em um momento de crise no mundo os pa�ses est�o eliminando entraves internos, enquanto o Brasil mostra uma falta de controle”, critica Jos� Augusto de Castro, presidente da Associa��o do Com�rcio Exterior do Brasil (AEB). Junto com a Federa��o das Ind�stria do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com a Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp) e outras quatro entidades do com�rcio exterior, a AEB assina o documento encaminhado ao governo federal. Segundo Castro, al�m do alerta sobre o risco da paralisa��o do setor produtivo, o documento pede ao governo federal a cria��o de uma lei. “Pedimos que seja criada uma lei de greve para o setor p�blico. A imagem do Brasil fica muito arranhada”, diz Castro.

Com a opera��o padr�o o desembara�o de mercadorias j� estava levando entre dois e cinco dias al�m da m�dia, provocando crescimento dos custos de armazenagem e falta de produtos em linhas que operam no sistema just in time, ou seja, que s�o abastecidas por pe�as e insumos no ritmo da necessidade da produ��o. Levantamento feito pelo Sindicato das Ind�strias de Aparelhos El�tricos, Eletr�nicos e Similares do Vale da Eletr�nica (Sindvel) aponta que no polo produtivo de Santa Rita do Sapuca�, no Sul de Minas, a entrega de equipamentos importados est� levando mais que o dobro do tempo. “Empresas que recebiam mercadoria com oito dias j� est�o recebendo os produtos com quase 20 dias de atraso”, aponta Roberto Souza Pinto, presidente do sindicato.

Preju�zos em cadeia O endurecimento da greve nas proximidades do Natal vai impactar a ind�stria em um momento de custos em alta com a folha de pagamento devido ao d�cimo terceiro sal�rio. Dependente do mercado externo, o polo de Santa Rita concentra 150 empresas que importam por ano perto de US$ 700 milh�es, e segundo o Sindvel uma parada na produ��o por falta de equipamentos e insumos causa preju�zos na ordem de R$ 41 milh�es por semana. “Parar a produ��o nesta �poca do ano significa um efeito em cadeia de crescimento dos custos”, observa Roberto Souza Pinto, do Sindvel.

Marcelo Veneroso, diretor da Neuman and Esser, ind�stria que fabrica compressores e utiliza cerca de 25% de componentes importados (abaixo da m�dia do setor de m�quinas e equipamentos, onde os importados t�m participa��o de 60%), lembra que a libera��o dos produtos que importa j� est� ocorrendo com tr�s dias de atraso. “O primeiro custo que cresce � o de armazenagem, mas existem v�rios outros impactos graves como o descumprimento do cronograma de obras.”

Ap�s sete dias o custo de armazenagem nos portos cresce de 0,5% para 0,8% sobre o valor total do frete e mercadoria. Ap�s esse per�odo o custo dobra em rela��o � fase inicial e chega a 1% e n�o para de subir at� atingir 1,5%. “O que mais afeta a ind�stria � a falta de previsibilidade”, argumenta Frederico Pace, da ACMinas. Segundo ele, as mercadoria j� estavam sendo liberadas no segundo per�odo e com o acirramento da greve dos servidores da receita esse tempo vai avan�ar para o terceiro, com os custos mais altos. “Diversas empresas no pa�s j� est�o utilizando mandatos de seguran�a para os navios atracarem. O movimento est� bem forte”, conta.

O que eles pedem?

Sem acordo com o governo federal, os servidores pleiteam reajustes de 27% referentes �s perdas dos �ltimos tr�s anos, mas o governo prop�e 15% parcelados em tr�s anos. Com o movimento, o pa�s registrou no �ltimo trimestre queda de R$ 9 bilh�es em lan�amentos, que correspondem a modos de infra��o e notifica��es que deixaram de ser realizados. Luiz S�rgio Fonseca Soares, presidente da delegacia sindical de Belo Horizonte do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), informa que em Minas a queda no segmento chega a R$ 900 milh�es.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)