
Madri — H� apenas uma coisa mais preocupante para os espanh�is que a atual crise econ�mica: o fato de a recess�o piorar ainda mais, em pouco tempo. A sensa��o de que o fundo do po�o n�o chegou � percebida entre autoridades e cidad�os comuns, cada vez mais dispostos a irem �s ruas para protestar. Todos os dias a capital do pa�s registra pelo menos uma grande manifesta��o contra as medidas de austeridade fiscal. Um integrante da c�pula do governo brasileiro disse que ministros da Espanha trabalham com a possibilidade cada vez mais real de ter a situa��o piorada ao longo dos pr�ximos dois anos.
Ontem, cerca de 7 mil pessoas se reuniram para protestar contra a privatiza��o da sa�de na Espanha. Parte da manifesta��o passou pelo Paseo de la Castellana, avenida onde est� localizado o hotel da presidente Dilma Rousseff, que hoje participa de encontros com o primeiro-ministro Mariano Rajoy e o rei Juan Carlos. Os manifestantes cruzavam a via por volta das 13h, no momento em que Dilma se preparava para sair e fazer um passeio em Toledo, a 80km de Madri. Com a multid�o — que n�o sabia da presen�a de Dilma ali —, a seguran�a da presidente recomendou que ela sa�sse pelo port�o dos fundos do hotel.
A enfermeira Ana, de 52 anos, foi uma das profissionais da �rea de sa�de que sa�ram �s ruas para protestar contra a privatiza��o de seis hospitais em Madri. "� necess�rio ter sa�de e educa��o p�blica. S�o �reas que deveriam ser preservadas, mesmo com a crise", disse ela, que preferiu n�o revelar o sobrenome. Os manifestantes carregavam cartazes com dizeres contra pol�ticos. Um deles tinha a frase em ingl�s "pol�ticos espanh�is n�o amam os espanh�is". As medidas do governo incluem corte de sal�rios e pens�es, aumento de impostos e reformas para eliminar regras que dificultavam demiss�es.
CR�TICAS No s�bado durante a 22ª C�pula Ibero-americana, en C�diz, a 650km de Madri, Dilma criticou as medidas de austeridade implementadas pelos pa�ses europeus e pediu a ado��o de pol�ticas de investimentos p�blicos e privados, al�m de programas sociais, para a sa�da da crise. Segundo a presidente, a ado��o de pacotes severos para sair da crise trouxe recess�o � Am�rica Latina em d�cadas passadas. "Os impactos da crise s�o diferentes entre os pa�ses, e as respostas t�m diferen�as e produzem consequ�ncias diversificadas", afirmou Dilma. Ao fim do encontro, Rajoy disse que n�o considerou o discurso de Dilma uma cr�tica ao governo da Espanha. Uma entrevista com o mesmo teor cr�tico foi publicada ontem pelo jornal espanhol El Pa�s.
Sem impacto
O ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante, disse que a facilita��o de vistos de trabalho para espanh�is n�o vai ter um impacto negativo no mercado de trabalho do Brasil. ''Isso � residual'', disse ele, que est� na comitiva de Dilma Rousseff na visita � Espanha. Os governos brasileiros e espanhol discutem hoje as formas para facilitar os vistos. Para o Brasil, seria uma forma de qualificar m�o de obra. Para a Espanha, uma esperan�a para milhares de jovens desempregados.
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PARA A GR�CIA
O membro do Banco Central Europeu Joerg Asmussen disse ontem que a Zona do Euro deve concordar na pr�xima semana com financiamento de dois anos � Gr�cia, e deixar perspectiva de uma ajuda futura caso necess�rio, uma decis�o que provavelmente irritaria o FMI, que quer uma solu��o permanente. "Devemos na pr�xima semana fechar o financiamento para os anos de 2013 e 2014, mas tenho que ser honesto e dizer que realmente n�o espero que o pa�s tenha acesso aos mercados em 2015 e 2016, o que significa que um outro programa de acompanhamento seria necess�rio", disse Asmussen � rede alem� ZDF.