Os ministros de Finan�as da Eurozona - o Eurogrupo - se reunir�o nesta ter�a-feira para decidir se desbloqueiam um lote de resgate para a Gr�cia e para debater medidas que tornem sustent�vel a d�vida grega, um assunto que desperta atritos com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) - outro dos principais credores de Atenas.
"A reuni�o do Eurogrupo, que come�a �s 17H00 local (16H00 GMT; 14H00 de Bras�lia) em Bruxelas ser� crucial para encaminhar a Gr�cia", declarou recentemente a diretora do Fundo, Christine Lagarde. "� preciso que trabalhemos duro e que tenhamos certeza de que estamos perseguindo os mesmos objetivos, que s�o que a Gr�cia possa operar sobre uma base duradoura, que o pa�s possa se recuperar e se encaminhar para obter acesso novamente aos mercados o quanto antes", disse.
Os ministros de Finan�as da Eurozona deveriam desbloquear um lote de 31,2 bilh�es de euros do resgate pendente desde junho, mas t�m s�rias d�vidas sobre como far� o pa�s para devolver os empr�stimos concedidos at� agora.
A troika de credores da Gr�cia (UE, FMI e Banco Central Europeu) j� acordaram a amplia��o em dois anos do prazo para que a Gr�cia cumpra a meta de redu��o de seu d�ficit para 3% de seu PIB, ficando a meta agora para 2016 e n�o mais para 2014. Esse adiamento, no entanto, implica que Gr�cia necessitar� de outros 32,6 bilh�es de euros mais.
A situa��o se transformou em um c�rculo vicioso e o grande dilema � como cobrir esse buraco e ao mesmo tempo garantir a viabilidade da d�vida, em meio a uma profunda crise do pa�s, que no pr�ximo ano entrar� no sexto ano consecutivo de recess�o, com o desemprego atingindo um quarto da popula��o ativa e a crescente indigna��o da popula��o, que n�o aguenta mais cortes.
A meta de que a d�vida p�blica atinja 120% do PIB em 2020, como exige o FMI, j� parece inalcan��vel, mas o Fundo insiste nesse ponto e j� advertiu que ir� retirar a ajuda no caso de desvio desse objetivo. Os pa�ses da Eurozona, por sua vez, defendem uma extens�o tamb�m desse prazo, para at� 2022.
Ap�s as duas linhas de cr�dito dos credores, totalizando 240 bilh�es de euros, a d�vida p�blica grega alcan�ar� no pr�ximo ano quase 190% do PIB, ou seja, 346,2 bilh�es de euros, segundo as �ltimas previs�es.
Nesse contexto, os olhos est�o postos agora no setor p�blico (os credores institucionais), que det�m 70% da d�vida grega, depois que o setor privado aceitou no in�cio do ano uma condena��o de 107 bilh�es de euros.
Contudo, muitos especialistas creem que � muito dif�cil pensar em um perd�o sem que este golpeie os bolsos dos contribuintes europeus. As possibilidades de redu��o da d�vida v�o desde a diminui��o das taxas de juros que a Gr�cia tem que pagar at� sua elimina��o por completo, passando por uma extens�o dos prazos de vencimento das mesmas.
"Creio que um perd�o da d�vida pelo setor oficial tal como foi feito pelos investidores privados seria um combust�vel pol�tico para a Europa", disse o diretor-geral do Instituto de Finan�as Internacionais (IIF), Charles Dallara. A Gr�cia teve que fazer frente na semana passada ao reembolso de 5 bilh�es de euros de t�tulos da d�vida de curto prazo, decorrente de uma emiss�o de d�vida realizada recentemente.
Contudo, o pa�s continua enfrentando novos vencimentos e graves problemas de liquidez. A economia da Gr�cia, que se apoia principalmente no consumo interno, se viu gravemente afetada pela queda do poder aquisitivo em vista da austeridade que se aplica desde 2010, ap�s o estouro da crise da d�vida.
O ministro grego de Finan�as, Yanos Sturnaras, afirmou que existe um risco "muito elevado" de que o pa�s declare a morat�ria caso a UE e o FMI continuem com suas diferen�as. O governo grego, por sua vez, j� cumpriu com as condi��es exigidas para receber a ajuda: aprovou o projeto de or�amento de rigor para 2013 e os ajustes que preveem 18,1 bilh�es de euros adicionais de economia at� 2016.
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Europa busca reduzir a d�vida grega em meio a desacordos com o FMI
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