A zona do euro postergou para segunda-feira o acordo para desbloquear um lote de ajuda � Gr�cia, pendente desde junho, ap�s mais de onze horas de intensos debates, nos quais voltaram a aflorar as diferen�as com o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) sobre o melhor caminho para se aliviar a d�vida grega.
Assim, na pr�xima segunda-feira, a zona do euro voltar� a se reunir pela terceira vez em quinze dias para fechar um acordo com o FMI que tire a Gr�cia de uma vez por todas do risco de quebra. Apesar de uma vez ou outra ter havido avan�os, os ministros da zona do euro t�m se mostrado incapazes at� agora de chegar a um consenso com o FMI para reduzir a d�vida grega e torn�-la sustent�vel.
A chanceler alem�, Angela Merkel, afirmou nesta quarta-feira que existe a possibilidade de um acordo, mas afirmou que os problemas da Europa n�o podem ser resolvidos da noite para o dia. "Existe a possibilidade de que cheguemos a uma solu��o na segunda-feira" sobre a Gr�cia, disse a chanceler. Contudo, uma fonte europeia pr�ximas �s negocia��es foi mais pessimista: "n�o estamos nada perto de um acordo", afirmou.
Atenas pediu � UE e ao FMI para que superem suas diferen�as ante o risco de suspens�o de pagamentos que pesa sobre o pa�s e que pode vir a desestabilizar toda a zona do euro. O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, que teve que tomar dif�ceis decis�es nas �ltimas semanas, elevou o tom ap�s o fracasso das negocia��es.
"Nossos s�cios e o FMI t�m o dever de realizar o que assumiram", disse em um comunicado. "N�o se trata apenas do futuro de nosso pa�s, mas sim da estabilidade de toda a zona do euro", completou. Segundo Samaras, as eventuais dificuldades t�cnicas que complicam a solu��o n�o servem de desculpa para qualquer atraso ou inefici�ncia. "A Gr�cia fez o que tinha que fazer e aquilo a que havia se�comprometido a fazer", afirmou.
Na semana passada, o Eurogrupo convocou uma reuni�o extraordin�ria para o dia 20 com a inten��o de desbloquear uma parcela de 31,2 bilh�es de euros de um resgate pendente h� cinco meses, a qual devem ser somadas provavelmente outras duas parcelas previstas at� o fim do ano, o que elevaria a ajuda a 44 bilh�es de euros.
Contudo, os principais credores da Gr�cia (UE, FMI e BCE) adiaram o acordo para a pr�xima segunda-feira, que depois dever� ser aprovado pelos Parlamentos nacionais. Os credores concordaram na semana passada em dar a Atenas mais dois anos para o cumprimento da meta de d�ficit de 3% do PIB em 2016, ao inv�s de 2014. Mas o adiamento implica que a Gr�cia precisar� de mais 32,6 bilh�es de euros.
Mesmo ap�s duas linhas de cr�dito dos credores, totalizando 240 bilh�es de euros, a d�vida p�blica grega alcan�ar� no pr�ximo ano quase 190% do PIB, ou seja, 346,2 bilh�es de euros, segundo as �ltimas previs�es. Segundo analistas, � quase imposs�vel que o setor p�blico (credores institucionais), que det�m 70% da d�vida p�blica grega, aceite um perd�o similar como aprovou o setor privado no in�cio do ano, como prop�e o FMI.
As possibilidades para reduzir a d�vida, por sua vez, s�o variadas e n�o excludentes: reduzir as taxas de juros que a Gr�cia tem que pagar, uma morat�ria no pagamento dos juros, uma extens�o dos vencimentos, a devolu��o por parte do BCE dos juros que obteve da Gr�cia e uma recompra da d�vida grega atrav�s de um empr�stimo do fundo de resgate permanente (MEE).
A Gr�cia j� fez frente na semana passada ao reembolso de 5 bilh�es de euros em t�tulos da d�vida a curto prazo, gra�as a uma emiss�o de d�vida realizada recentemente. Contudo, o pa�s continua enfrentando novos vencimentos e graves problemas de liquidez que impedem uma reativa��o do emprego e do crescimento.