Proximidade da f�brica de Eike Batista e da IBM alimenta os sonhos de moradores

Ter a f�brica de semicondutores mais moderna da Am�rica Latina ao lado de casa ati�a os sonhos de v�rios moradores de Ribeir�o das Neves, na Grande Belo Horizonte. A aposentada Maria Aparecida Ac�ssio sonha em ver o filho entre os 300 funcion�rios que ir�o trabalhar na SIX Semicondutores. Segundo ela, por se tratar de uma f�brica de “inform�tica”, o adolescente pode ter a primeira oportunidade com carteira de trabalho assinada. N�o como pedreiro, como a maioria dos vizinhos, mas como um dos selecionados para fazer treinamento na f�brica da IBM, s�cia do empreendimento, em Burlington, nos Estados Unidos. “Ele adora computador”, diz ela, lembrando que um dia antes conversou seriamente com o rapaz sobre a possibilidade de ele procurar a empresa.

Em casa, o �nico computador ele ganhou h� pouco tempo, de um “coroa” que a m�e est� namorando e com quem pretende casar se o filho consentir em conviver com ele. O aparelho n�o est� conectado � internet, mas o sonho da m�e desafia os obst�culos. “ Se precisar, ele faz um curso”, diz ela. Conseguir uma das vagas, no entanto, deve ser tarefa para l� de �rdua. A empresa anunciou que vai ao Vale do Sil�cio, regi�o da Calif�rnia (EUA) onde est�o instaladas as principais empresas de tecnologia do mundo (Google, Facebook, entre outros) para selecionar brasileiros que queiram retornar ao pa�s, al�m de ter parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para contratar alguns dos mestres e doutores que cursaram as disciplinas voltadas para semicondutores.

Para concretizar o sonho de Maria Aparecida o jovem vai precisar, primeiro, voltar � sala de aula. Ele cursou at� a s�tima s�rie do ensino fundamental e abandonou os estudos. A instru��o prec�ria torna mais palp�vel outra op��o profissional. Com oito c�modos em casa, o jovem sonha montar ali uma lan house e comprar uma m�quina de fotoc�pias. Antes, precisa instalar um telefone fixo e efetivar a conex�o � internet. “As pessoas t�m as coisas aqui porque elas lutam. T�m que ir longe”, diz ela, recordando os tempos em que, para conseguir um pouco de �gua para as tarefas dom�sticas, precisava caminhar sob sol forte at� um po�o distante.