Estudo da Confer�ncia das Na��es Unidas para Com�rcio e Desenvolvimento (Unctad) aponta que o Brasil est� entre os pa�ses da Am�rica Latina que mais gastam com tecnologias da informa��o e comunica��o (TIC). De acordo com o Relat�rio da Economia da Informa��o 2012, divulgado nesta quarta-feira, empresas e governo gastaram US$ 104 bilh�es nesse setor em 2011, valor equivalente a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Apesar de a porcentagem superar a de pa�ses vizinhos a Unctad destaca que apenas 12% desses gastos est�o em softwares e servi�os. O Brasil � superado por Chile e Venezuela, onde o gasto com software � 14% do total dos investimentos em TICs.
O �rg�o da ONU destaca os investimentos em software porque eles s�o, segundo o estudo, os que oferecem maior potencial de crescimento e de impacto na economia dos pa�ses emergentes. Para os pesquisadores, incentivo a software livres e maior acesso � banda larga, por exemplo, afetam diretamente o desenvolvimento dos pa�ses. Hardware, telefonia e internet tamb�m s�o considerados TIC. "Estes �ltimos s�o setores j� bastante desenvolvidos, por isso a Unctad destaca que a oportunidade est� nos softwares", explica Alexandre Barbosa, conselheiro do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informa��o e da Comunica��o (CETIC.br), que participou da divulga��o do estudo, em S�o Paulo.
O documento conclui que o Brasil, apesar do gasto em TI relativamente alto como porcentagem do PIB para a regi�o, tem potencial inexplorado para exporta��o de software. Segundo o dado mais recente dispon�vel, o Pa�s exportou US$ 1,6 bilh�o em softwares em 2009, n�mero bastante inferior ao de outros Brics, como a �ndia (US$ 33,8 bilh�es) e a China (US$ 9,2 bilh�es). O valor brasileiro tamb�m fica abaixo do obtido pelas Filipinas (US$ 2,1 bilh�es) e por Cingapura (US$ 1,7 bilh�o).
Demanda
Barbosa destaca que, al�m do potencial inexplorado para exporta��o, o Brasil tamb�m tem uma forte demanda interna que n�o � plenamente atendida. "H� uma car�ncia forte de m�o de obra qualificada nesse setor e n�s deixamos de produzir; importamos muito software", comenta. O conselheiro do Comit� Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Carlos Afonso, completa que o Pa�s tem expertise em determinados tipos de software e que, por sua qualidade, eles poderiam ser mais exportados. Ele destaca a produ��o de softwares embarcados, que funcionam dentro de aparelhos como roteadores, calculadoras e eletrodom�sticos.
O estudo destaca que, como um todo, a ind�stria do software na Am�rica Latina � bem menos desenvolvida do que em outras regi�es do mundo. Do total de US$ 1,2 trilh�o gasto em diferentes pa�ses com softwares e servi�os, apenas 2% vieram do continente sul-americano. "Na Am�rica Latina, a maior parte das agendas n�o destaca suficientemente a necessidade de coordenar e disseminar o uso de TICs com promo��o de desenvolvimento de softwares locais, de aplicativos e da ind�stria de servi�os digitais", diz o texto da Unctad.