A oposi��o reagiu duramente ao aumento de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre ante o segundo trimestre do ano, divulgado na manh� desta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O resultado, que � em m�dia a metade das previs�es de analistas, levou os l�deres do DEM e do PSDB no Senado a classificar o indicador como "desastroso" e afirmar que o Pa�s, mesmo com medidas de est�mulo � economia, est� "encalhado".
"Esses dados s�o desastrosos para o Brasil no plano internacional. � a confirma��o do que estamos lamentavelmente assistindo, que os rem�dios adotados pelo governo como forma de estimular a economia s�o claramente ineficazes", afirmou o l�der e presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN).
Para o tucano Alvaro Dias (PR), "o Pa�s est� encalhado porque o governo n�o faz a sua parte. Em tese, apesar do esfor�o dos setores produtivos, o governo n�o realiza as reformas e, assim, inibe o crescimento econ�mico".
Os dois oposicionistas dizem que as medidas tomadas nos �ltimos meses pela equipe econ�mica do governo, como a desonera��o da folha de pagamento, a redu��o da taxa de juros e o aumento na oferta de cr�dito ao consumidor, n�o t�m surtido efeito para estimular a economia brasileira. "N�o quero falar em fal�ncia, mas h� um equ�voco que o governo est� praticando com esses rem�dios", declarou Agripino Maia.
O senador Armando Monteiro (PTB-PE), ex-presidente da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), reconheceu que o resultado do indicador � "realmente frustrante". Para Monteiro, que � da base aliada da presidente Dilma Rousseff no Senado, o "mais s�rio" � que os n�meros apontaram uma "queda dos investimentos" da ind�stria. O PIB do setor registrou uma retra��o de 1,1% no acumulado do ano at� setembro, ante id�ntico per�odo do ano passado. Entretanto, o �ndice industrial subiu 1 1% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre deste ano.
Armando Monteiro elogiou as medidas econ�micas tomadas nos �ltimos meses pelo governo, mas observa que os efeitos s� v�o ocorrer futuramente. "Todas essas medidas s�o muito importantes, louve-se at� a disposi��o da presidente Dilma Rousseff de implement�-las. Mas elas come�aram a produzir efeitos, e ainda pequenos, s� agora." O petebista faz coro aos integrantes da oposi��o de que � preciso reformas estruturais para reduzir os custos de investimento. "No Brasil, apesar do esfor�o da presidente Dilma, temos custos tribut�rios e log�sticos altos", afirmou.
O senador Humberto Costa (PE), ex-l�der do PT na Casa, saiu em defesa do resultado da economia apontado pelo IBGE. Segundo ele, as medidas tomadas pelo governo foram corretas, mas s� ter�o repercuss�o positiva no PIB do �ltimo trimestre do ano e em 2013. "Se for levar em considera��o o Brasil e o resultado de outros pa�ses com recess�o e desemprego, estamos bem", afirmou o petista, ao ressaltar que as decis�es do Executivo tamb�m t�m tido repercuss�o social, com o aumento de pessoas ingressando no mercado de consumo.
Base e oposi��o concordam que a discuss�o sobre o crescimento da economia far� parte da audi�ncia p�blica marcada para a pr�xima ter�a-feira (04), quando ser�o debatidas, entre outros temas, propostas de unifica��o da al�quota do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS). Os senadores s�o un�ssonos em reconhecer que a reforma desse imposto pode impulsionar a economia brasileira, mas n�o acreditam em mudan�as das regras do ICMS no curto prazo.