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Estado de Minas

Empresas a�reas salgam pre�os e clientes v�o de �nibus

Com a disparada nos pre�os das passagens a�reas, aqueles que precisam viajar s�o obrigados a usar o transporte rodovi�rio


postado em 01/12/2012 00:12 / atualizado em 01/12/2012 07:26

Franklin Dorneles vai de ônibus:
Franklin Dorneles vai de �nibus: "Compro um computador com a diferen�a" (foto: FOTOS: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
� s� dezembro chegar e os pre�os das passagens a�reas decolam. D�lar em alta associado � maior demanda por voos, principalmente depois do Natal, e a flexibiliza��o quanto � regula��o das tarifas fazem o valor dos bilhetes ir �s alturas. Mas por que s� as tarifas a�reas sobem tanto? Segundo especialista, a composi��o da tarifa a�rea � bastante diferenciada em rela��o � dos �nibus. Incidem no custo vari�vel do sistema a�reo o valor do combust�vel e as oscila��es do d�lar, entre outros. Mas imagine se a “metodologia” do setor a�reo fosse v�lida para outras situa��es, quanto valeria uma �gua de coco � beira-mar em pleno ver�o de Ipanema? Ou um caf� num dia frio de inverno? E, por aquela cerveja gelada do happy hour de sexta-feira, voc� pagaria R$ 60 (1.000% mais que em um dia normal)?


Aproveitando a forte demanda na temporada de festas, as companhias a�reas salgam os pre�os das tarifas a�reas, obrigando os passageiros a trocar o avi�o pelo �nibus, que, com metedologia diferente, mant�m os pre�os durante o ano inteiro. Ou a desistir da viagem. Preparado para voltar do Rio de Janeiro de avi�o, o t�cnico administrativo Franklin Coelho Dorneles, se assustou ao consultar os pre�os no site da companhia a�rea, e por isso se viu obrigado a encarar as mais de seis horas que separam as capitais mineiras e fluminense no transporte rodovi�rio. “� invi�vel. Eu compro um computador com a diferen�a”, afirma. Tamb�m prejudicado, o aposentado Dorival Disessa vai passar o Natal longe da filha pela primeira vez. Ela mora em Recife e a passagem para BH nas v�speras do dia 25 estava quase R$ 5 mil. Como tamb�m tem o marido, o valor dobra. “Por que para �nibus tanto faz se chove ou se faz frio e o pre�o � mantido?”, questiona.

Especialista em setor a�reo, o professor associado da Funda��o Dom Cabral, Hugo Ferreira Braga Tadeu, explica que a varia��o est� relacionada ao fato das in�meras vari�veis que incidem sobre o custo operacional do transporte a�reo, enquanto no caso do rodovi�rio tem-se uma planilha fixa. Segundo ele, a frota das empresas de �nibus � pr�pria, enquanto as companhias a�reas trabalham com sistema de leasing para quitar as aeronaves adquiridas. Com isso, o valor das primeiras passagens � usado para cobrir o custo fixo da opera��o, que vai desde o combust�vel at� o aluguel do avi�o. Depois de pago esse custo, as demais tarifas se tornam mais caras e o valor arrecadado � usado para cobrir o custo vari�vel e a taxa de retorno.

Mas n�o � s�. Ele lembra que, apesar de a tarifa ser paga em real, a maioria das contas da empresa tem que ser convertidas para d�lar e qualquer mudan�a de c�mbio imediatamente induz a altera��o no valor tarif�rio. Como o real est� no menor patamar em compara��o com o d�lar desde maio de 2009, cotado a R$ 2,127, os gastos tamb�m aumentam.

Iris Medeiros lembra que qualquer economia é válida na hora de viajar
Iris Medeiros lembra que qualquer economia � v�lida na hora de viajar
Segundo dados das companhias a�reas, entre 30% e 40% do custo total est� ligado ao gasto com querosene de avia��o, o que com o aumento do valor do barril do petr�leo no mercado internacional onera o custo de opera��o. No entanto, segundo o especialista, outros fatores precisam ser considerados para o aumento de tarifas que se registrou, como a condi��o da infraestrutura aeroportu�ria brasileira. Ele cita que desde o tamanho reduzido das pistas at� o tempo de taxiamento da aeronave influenciam pesadamente no custo da tarifa. “Nas pistas de Congonhas, Santos Dumont e Recife, o processo de frenagem tem que ser mais brusco e o tempo de espera taxiando faz com que a turbina do avi�o esteja ligada para manter o ar condicionado em uso”, afirma o professor em tom cr�tico � situa��o da infraestrutura.

Diferen�a chega a 140%

Os pre�os das passagens a�reas para quem vai viajar nas festas de fim de ano podem variar at� 140,3% no comparativo com os valores do ano passado, segundo pesquisa feita pelo Procon da Assembleia de Minas. O levantamento mostra que a passagem de Belo Horizonte para Porto Seguro, por exemplo, que custava R$ 616 passou para R$ 1.481 para embarque entre 26 de dezembro e 5 de janeiro.

A solu��o � pesquisar. A varia��o de pre�os para um mesmo destino pode chegar a 228% dependendo da companhia a�rea escolhida. Se a op��o for por Ilh�us, tamb�m no litoral da Bahia, a tarifa pode custar R$ 1.063 a mais. Comprando na Gol, o bilhete custa R$ 465,85, mas se a companhia escolhida for a TAM o pre�o para ida e volta � de R$ 1.528,52.

Como na casa da diarista Iris Medeiros s�o sete pessoas. Por isso, qualquer economia na hora de viajar � v�lida. Por isso, depois de ouvir os coment�rios da patroa sobre os pre�os das passagens a�reas, nem mesmo consultou a internet para ver quanto pagaria. “Em julho, fomos de avi�o, mas agora n�o tive nem a curiosidade de olhar. J� sabia que n�o cabia no bolso”, afirma ela. (PRF)


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