
Aproveitando a forte demanda na temporada de festas, as companhias a�reas salgam os pre�os das tarifas a�reas, obrigando os passageiros a trocar o avi�o pelo �nibus, que, com metedologia diferente, mant�m os pre�os durante o ano inteiro. Ou a desistir da viagem. Preparado para voltar do Rio de Janeiro de avi�o, o t�cnico administrativo Franklin Coelho Dorneles, se assustou ao consultar os pre�os no site da companhia a�rea, e por isso se viu obrigado a encarar as mais de seis horas que separam as capitais mineiras e fluminense no transporte rodovi�rio. “� invi�vel. Eu compro um computador com a diferen�a”, afirma. Tamb�m prejudicado, o aposentado Dorival Disessa vai passar o Natal longe da filha pela primeira vez. Ela mora em Recife e a passagem para BH nas v�speras do dia 25 estava quase R$ 5 mil. Como tamb�m tem o marido, o valor dobra. “Por que para �nibus tanto faz se chove ou se faz frio e o pre�o � mantido?”, questiona.
Especialista em setor a�reo, o professor associado da Funda��o Dom Cabral, Hugo Ferreira Braga Tadeu, explica que a varia��o est� relacionada ao fato das in�meras vari�veis que incidem sobre o custo operacional do transporte a�reo, enquanto no caso do rodovi�rio tem-se uma planilha fixa. Segundo ele, a frota das empresas de �nibus � pr�pria, enquanto as companhias a�reas trabalham com sistema de leasing para quitar as aeronaves adquiridas. Com isso, o valor das primeiras passagens � usado para cobrir o custo fixo da opera��o, que vai desde o combust�vel at� o aluguel do avi�o. Depois de pago esse custo, as demais tarifas se tornam mais caras e o valor arrecadado � usado para cobrir o custo vari�vel e a taxa de retorno.
Mas n�o � s�. Ele lembra que, apesar de a tarifa ser paga em real, a maioria das contas da empresa tem que ser convertidas para d�lar e qualquer mudan�a de c�mbio imediatamente induz a altera��o no valor tarif�rio. Como o real est� no menor patamar em compara��o com o d�lar desde maio de 2009, cotado a R$ 2,127, os gastos tamb�m aumentam.

Diferen�a chega a 140%
Os pre�os das passagens a�reas para quem vai viajar nas festas de fim de ano podem variar at� 140,3% no comparativo com os valores do ano passado, segundo pesquisa feita pelo Procon da Assembleia de Minas. O levantamento mostra que a passagem de Belo Horizonte para Porto Seguro, por exemplo, que custava R$ 616 passou para R$ 1.481 para embarque entre 26 de dezembro e 5 de janeiro.
A solu��o � pesquisar. A varia��o de pre�os para um mesmo destino pode chegar a 228% dependendo da companhia a�rea escolhida. Se a op��o for por Ilh�us, tamb�m no litoral da Bahia, a tarifa pode custar R$ 1.063 a mais. Comprando na Gol, o bilhete custa R$ 465,85, mas se a companhia escolhida for a TAM o pre�o para ida e volta � de R$ 1.528,52.
Como na casa da diarista Iris Medeiros s�o sete pessoas. Por isso, qualquer economia na hora de viajar � v�lida. Por isso, depois de ouvir os coment�rios da patroa sobre os pre�os das passagens a�reas, nem mesmo consultou a internet para ver quanto pagaria. “Em julho, fomos de avi�o, mas agora n�o tive nem a curiosidade de olhar. J� sabia que n�o cabia no bolso”, afirma ela. (PRF)