Bras�lia – Apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter se mostrado surpreso com o desempenho p�fio da economia no terceiro trimestre — uma expans�o de s� 0,6% sobre o registrado no trimestre anterior, exatamente a metade da sua aposta — ele ter� de apresentar bem mais que otimismo com os pr�ximos resultados do Produto Interno Bruto (PIB). Mas sua promessa de “novas medidas” de est�mulo tende a ser a continuidade das j� adotadas, como a desonera��o de bens de consumo dur�veis. Para piorar, a efic�cia da pol�tica econ�mica � condenada por especialistas ao mesmo tempo que o cen�rio de 2013, com riscos inflacion�rios e fiscais al�m da grande incerteza global, torna “novas” sa�das ainda mais complexas.
“Todas as medidas atenuaram os efeitos da crise externa. Se o governo n�o tivesse adotado nenhuma, possivelmente ter�amos crescimento de 0% a 0,5% no ano”, avaliou Felipe Queiroz, economista da Austin Rating. Entre os instrumentos adotados pelo governo, est�o o al�vio na carga tribut�ria de setores considerados estrat�gicos, como o automotivo e o de eletrodom�sticos da linha branca, e a��es para manter o d�lar acima de R$ 2, para melhorar a competitividade externa. O BC tamb�m cortou a taxa b�sica de juros (Selic) para a m�nima hist�rica de 7,25% ao ano, indicando que vai mant�-la assim pelo pr�ximo ano. A esperan�a de Mantega est� na retomada de investimentos com a redu��o dos estoques industriais.
Para Julio Hegedus Netto, economista-chefe da consultoria Lopes Filho e Associados, a grande d�vida sobre o horizonte da economia est� nos limites da pol�tica monet�ria do governo. As press�es para elevar juros poder�o ficar mais claras no segundo semestre de 2013, em raz�o de valoriza��o cambial e o prov�vel reajuste dos combust�veis e os efeitos desses aumentos sobre a infla��o. “Se a expectativa de a economia voltar a rodar na casa de 3% a 3,5%, o aperto monet�rio ficaria inevit�vel. Vamos ver at� quando o governo suporta o tranco”, disse.
Renato Fragelli, economista da Funda��o Getulio Vargas (FGV-RJ), acha que o mercado financeiro tem raz�o em ficar pessimista com os n�meros do PIB porque representam erros na condu��o da pol�tica econ�mica. “O esforco do governo para reindustrializar o pa�s a qualquer custo n�o esta dando certo”, afirmou. Ele tamb�m lamenta que o comportamento intervencionista em setores como o setor estejam “espantando investimento mais do que necess�rio no momento de incertezas globais”. Dessa forma, analistas j� come�am a reduzir as proje��es gerais.
Investimento
Ainda que d�vidas rondam as medidas adotadas para melhorar o desempenho do PIB, especialistas acreditam em novo adiamento na retomada do crescimento mais forte da economia, consolidando o pibinho de 2012, que j� amea�a os resultados de 2013. O sinal mais terr�vel disso veio dos n�meros sobre a Forma��o Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o investimento direto, mostrados sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Seu retrocesso de 2% sobre o segundo trimestre do ano e de 5,6%, ante o terceiro trimestre de 2011 deixa claro que o setor produtivo est� com menos �nimo para fazer apostas, deixando os rendimentos futuros inevitavelmente comprometidos. O desempenho do Brasil, em expans�o do PIB, j� ficou consagrado tamb�m como o pior entre as maiores economias emergentes, os Brics.