O presidente de Portugal, An�bal Cavaco Silva, defendeu que Portugal tamb�m desfrute das condi��es de pagamento de empr�stimo recentemente renegociadas com a Gr�cia.
“Eu n�o vejo raz�o para que n�o seja reduzida a comiss�o que � cobrada a Portugal pelos empr�stimos que recebeu do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, mat�ria que ali�s penso que j� tinha sido falada h� algum tempo. Tal como n�o vejo raz�o para que n�o seja alargado o per�odo de reembolso dos empr�stimos”, disse � Ag�ncia Lusa enquanto participava de uma cerim�nia ontem � noite.
Na semana passada, foi concedida � Gr�cia a redu��o de 0,1 ponto percentual nos juros pagos nos empr�stimos recebidos do fundo de estabilidade gerido pela chamada Troika (Comiss�o Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monet�rio Internacional).
A Gr�cia tamb�m ganhou mais 15 anos para pagar sua d�vida externa e o direito de adiar o in�cio do pagamento dos juros da d�vida por at� dez anos. O pacote de medidas � um al�vio para as contas do pa�s mediterr�neo e tamb�m para toda a zona do euro que teme o cont�gio da situa��o de colapso vivida pela Gr�cia.
Antes de anunciar o pacote de medidas em favor da Gr�cia, as autoridades europeias disseram que eventuais ajudas poderiam ser oferecidas tamb�m a Portugal e � Irlanda. Ap�s a decis�o, o discurso mudou. “N�o aconselho Portugal a tentar obter a mesma coisa. Seria um sinal terr�vel”, disse � imprensa lusitana Wolfgang Sch�uble, ministro de Finan�as da Alemanha, o principal pa�s credor da Uni�o Europeia.
Apesar de defender melhores condi��es para Portugal, Cavaco Silva faz quest�o de diferenciar seu pa�s da Gr�cia. “Portugal est� numa situa��o muito diferente da Gr�cia”, disse. “Deus nos livre de algum dia nos aproximarmos da situa��o da Gr�cia.”
O presidente da Rep�blica tem de promulgar, at� o fim do m�s, a lei do Or�amento do Estado 2013 proposta pelo gabinete do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e aprovada semana passada pela Assembleia da Rep�blica. Sindicalistas e os partidos de oposi��o questionam a legalidade do or�amento que aumenta a carga tribut�ria e diminui recursos para prote��o social. H� expectativa de que Cavaco Silva possa fazer uma consulta pr�via ao Tribunal Constitucional sobre a validade da lei.
Em Portugal, h� um grande temor de que o or�amento agrave a desigualdade social em ascens�o desde 2008 por causa da crise econ�mica na zona do euro. Um relat�rio apresentado ontem em Bruxelas pelo presidente da Comiss�o Europeia, o portugu�s Dur�o Barroso, aponta que 120 milh�es de pessoas na Europa est�o sob risco de se tornarem pobres. Desses, 2,6 milh�es s�o portugueses – o que corresponde a um quarto da popula��o.