(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Biscoitos tradicionais do interior de Minas ganham selo de proced�ncia

Tradicional iguaria produzida desde o s�culo 19 em S�o Tiago, no Campo das Vertentes, entra no seleto grupo de 6 produtos mineiros que conquistaram t�tulo de proced�ncia


postado em 08/12/2012 06:00 / atualizado em 08/12/2012 07:11

Alexandre Machado é um dos produtores dos biscoitos são-tiaguenses e aposta no aumento das vendas(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Alexandre Machado � um dos produtores dos biscoitos s�o-tiaguenses e aposta no aumento das vendas (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Receita criada em meados do s�culo 19 pelas sinh�s nos casar�es coloniais do Campo das Vertentes, os deliciosos biscoitos artesanais produzidos em S�o Tiago receberam um t�tulo que permitir� aos herdeiros da tradi��o combater a pirataria dos quitutes. Reconhecendo a reputa��o dos produtores, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) concedeu-lhes o t�tulo de indica��o de proced�ncia. Com isso, os biscoitos s�o-tiaguenses entram no seleto rol de outros seis produtos mineiros que t�m o selo de origem – como a cacha�a de Salinas; os queijos da Canastra e do Serro; os caf�s do cerrado e da Serra da Mantiqueira e as pe�as de estanho de S�o Jo�o del-Rei.

Contam os produtores mais jovens que, antes mesmo de ser fundado o arraial de S�o Tiago, as escravas eram respons�veis pela fabrica��o dos biscoitos. Seja de polvilho, amanteigado, de trigo ou recheado, elas usavam os fornos de barro para dar um requinte especial. A�, era s� iniciar a contagem dos dias at� a chegada dos tropeiros. Em bando, eles vinham montados em bois e cavalos carregando mantimentos variados preparados para semanas de viagem entre o miolo central do pa�s e as terras pr�ximas � capital federal – � �poca ainda no Rio de Janeiro. “Era um produto f�cil de ser levado. N�o era perec�vel”, afirma o produtor Alexandre Nunes Machado, que, apesar de ter nascido em Jo�o Monlevade, se casou com uma s�o-tiaguense e, com isso, h� 13 anos passou a produzir os biscoitinhos da marca Mineirisse.

Os tropeiros, no entanto, n�o eram os �nicos consumidores. Os quitutes se tornaram febre na regi�o. Bastava visitar a casa de um morador para que a oferta fosse feita: “Aceita um biscoito com caf�?” A recusa era vista quase como uma ofensa. Mas n�o era s� nas casas que a dupla estava presente. Fosse em casamento, anivers�rio ou vel�rio, sempre havia biscoito acompanhado de caf�. “O Alexandre conta que, quando veio para c�, teve que aprender a nunca comer demais em uma s� casa, porque em cada visita seguinte teria que aceitar o biscoito”, afirma a secret�ria-executiva da Associa��o S�o-Tiaguense de Produtores de Biscoito (Assabiscoito), Adri�ngela Magalh�es.

De olho na possibilidade de ampliar esse mercado, nos anos 1980, mais de um s�culo depois das datas encontradas nas receitas manuscritas, os descendentes das inventoras das receitas decidiram aumentar a produ��o. Fabriquetas foram criadas e remessas enviadas para Belo Horizonte, Divin�polis e outras regi�es do estado. Hoje s�o entre 45 e 50 produtores, sendo 22 deles integrantes da associa��o. De t�o falado que o biscoito foi, outros munic�pios fabricantes passaram a dizer que seu produto tem origem em S�o Tiago.

Adeus, pirataria

Diante disso, o selo que ser� criado como forma de reconhecer a proced�ncia do biscoito ser� capaz de diferenciar o original dos fals�rios. “� uma forma de proteger os biscoitos da pirataria e garantir ao consumidor que ele tem em m�os um produto de qualidade”, afirma Adri�ngela. Uma comiss�o ser� criada para definir as normas de produ��o. Por enquanto, � sabido que para obter o selo � preciso que a maior parte da produ��o seja artesanal e atenda as normas de vigil�ncia sanit�ria, al�m de ser obrigat�rio que as instala��es da unidade produtora estejam situadas nos limites de S�o Tiago.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)