O ex-presidente do Banco Central (BC) e s�cio da Tend�ncias Consultoria Integrada, Gustavo Loyola, avaliou, nesta segunda-feira, que o "desempenho p�fio" do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve levar o indicador a ter uma alta de apenas 0,8% em 2012 ante 2011. "Projetamos ainda um PIB de 3,2% para 2013, n�mero que j� foi maior, mas os resultados recentes nos fizeram reduzir a proje��o", disse Loyola, em evento da consultoria e da Associa��o Brasileira de Concession�rias de Rodovias (ABCR), realizado em S�o Paulo.
Segundo Loyola, o crescimento de 2013 refletir� uma "recupera��o c�clica do investimento", que esteve travado neste ano. "Temos uma dificuldade grande de recupera��o do investimento, que h� quatro trimestres est� praticamente no terreno negativo, apesar das medidas do governo", explicou. "Temos convic��o de que os problemas de crescimento do Brasil n�o podem ser atribu�dos �s quest�es externas, j� que o desempenho de vizinhos, como M�xico e Col�mbia mostra que � poss�vel crescer mesmo com problemas na economia internacional".
De acordo com o s�cio da Tend�ncias, a retomada no investimento no pr�ximo ano e o crescimento industrial, previsto para ficar acima do PIB, n�o podem ser vistos como sustent�veis. Na avalia��o do ex-presidente do BC, os empres�rios ainda seguem com cautela em rela��o aos investimentos, principalmente por causa das interven��es do governo. "� preciso uma mudan�a de atitude do governo, melhorando o ambiente regulat�rio, j� que o meio ambiente para neg�cios no Brasil segue in�spito", disse.
Loyola afirmou que o conjunto de medidas adotadas pelo governo para incentivar o crescimento da economia foi uma atua��o "pontual, tempor�ria e revers�vel. N�o s�o medidas que d�o um horizonte aos investidores", disse.
Ainda segundo ele, o governo tem dificuldade de colocar a agenda de concess�es em curso. No caso de interven��es positivas no setor privado, caso da redu��o da tarifa de energia el�trica, o poder executivo foi criticado pelo intervencionismo adotado. "Mesmo com medidas bem intencionadas, como a redu��o da tarifa, a percep��o acaba sendo negativa", explicou.
Diante da grande "car�ncia estrutural" do Brasil, Loyola avaliou por fim, que os problemas de infraestrutura e log�stica s� podem ser resolvidos "com aporte forte de recursos privados e sob a regula��o do governo". Disse ainda que "no Brasil n�o avan�amos o necess�rio ainda, mas as concession�rias j� mostraram esse avan�o".