
Em 2013 a escola particular vai consumir uma fatia bem maior do or�amento das fam�lias. Enquanto a infla��o deste ano deve fechar em 5,5%, e o sal�rio m�nimo da popula��o ser� reajustado em 7,9%, a educa��o vai ficar at� 11,4% mais cara em Belo Horizonte, alta que ultrapassa em mais de duas vezes a alta do custo de vida. Levantamento do site mercadomineiro.com.br em 41 escolas da rede privada apurou que o reajuste m�dio das mensalidades na capital varia de 10,16% a 11,42%. A corre��o dos valores superou a estimativa m�xima do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) que projetava alta m�dia de 9,5%, com reajustes at� o limite de 11%.
As maiores corre��es, de 11,4%, ocorreram no segundo ano do ensino m�dio e no primeiro ano do ensino fundamental. A infla��o escolar elevou o pre�o m�dio das mensalidades nessas s�ries para R$ 890 e R$ 672,60, respectivamente. Para completar a superdose de custo extra as fam�lias ter�o tamb�m que arcar com reajustes entre 15% e 20% no material escolar, segundo estimativas do varejo que j� abasteceu o estoque para o ano que vem.
Em m�dia, a renda das fam�lias com dois filhos na escola particular de Belo Horizonte � de R$ 6 mil, segundo estudos do Sinep. Considerando esse or�amento e os valores para o ensino m�dio e fundamental que ser�o praticados em 2013, o gasto das fam�lias, somente com a mensalidade escolar, sem considerar custos de transporte e material, atinge 30% do or�amento dom�stico. Essa � a margem de risco. Segundo especialistas quando o comprometimento ultrapassa o percentual � preciso redobrar os cuidados.
Com tr�s filhos na escola particular a professora Rosana Junger n�o tem d�vidas ao dizer que a educa��o est� no topo do ranking das despesas dom�sticas. Ela investe perto de R$ 2,3 mil ao m�s e considera o custo brasileiro muito alto, at� mesmo em compara��o com outros pa�ses como Europa e Estados Unidos. Rosana e o m�dico S�rgio Vilela calculam que no ano que vem a educa��o de Lara 2, Nina e Henrique 8 anos, vai arrebatar perto de 25% do or�amento dom�stico, mas mesmo assim eles consideram a despesa muito importante para sofrer cortes e preferem pensar em ajustes em outros segmentos. “ Se tivermos a necessidade de fazer algum corte no or�amento a escola ser� a �ltima na lista. Primeiro viria o lazer.”
Lista cara
A alta do d�lar que abriu o ano em R$ 1,86 mas fechou nessa segunda-feira com a cota��o de R$ 2,07 � a justificativa para o reajuste do material escolar. Adriano Boscatti, presidente da C�mara de Papelarias da C�mara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BH) diz que 70% do material brasileiro � fabricado fora do pa�s. A mudan�a do c�mbio e alta do pre�o do pepal, segundo ele, pressionaram os custos. Boscatti aponta que itens sazonais que sofrem grande press�o de personagens do cinema, como as mochilas, v�o contribuir para puxar o valor da conta nas papelarias.
Para evitar sustos com a fatura da educa��o privada Rosana, que tem uma longa estrada pela frente, conta que prefere n�o pensar no custo final do investimento. “Vamos pagando as mensalidades sem pensar no que isso vai significar at� o ensino m�dio.” Por ano, ela que tem bolsa parcial para um dos filhos desembolsa R$ 27,6 mil.
Professores Segundo o Sinep, o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (INPC) acumulado em 5,95% at� novembro � a principal justificativa para o reajuste. “O sal�rio dos professores representa at� 70% da receita e tem reajustes acima da infla��o”, diz Emiro Barbini, presidente do Sindicato. Ele admite que a alta expressiva praticada por muitas escolas pode ter como efeito o aumento da demanda pelas institui��es com valores mais competitivos. “Mesmo a educa��o sendo o melhor entre todos os investimentos, a fam�lia que fizer suas contas e extrapolar 30% de seu or�amento deve considerar buscar uma escola que encaixe em seu or�amento.”
A varia��o de pre�os entre escolas de Belo Horizonte chega a 197%. O abismo entre uma institui��o e outra se justifica, segundo o Sinep, pelo projeto pedag�gico e espa�o f�sico. O especialista em finan�as Paulo Vieira lembra que investimentos importantes como a casa pr�pria t�m o financiamento limitado pelo governo a 30% da renda. “Qualquer investimento que extrapole esse percentual � alto e deve ser bem dimensionado pelas fam�lias para evitar descontrole e endividamento.”
Pre�o de interc�mbio
A forte acelera��o dos pre�os na escola brasileira est� deixando o ensino internacional bem mais competitivo. Para se ter ideia, a mensalidade do terceiro ano do ensino m�dio na capital pode atingir R$ 1.319, o que significa ao ano um investimento de R$ 15,8 mil. J� para o primeiro e segundo ano do ensino m�dio o investimento chega a R$ 13,8 mil ao ano. Institui��es que trabalham com interc�mbios oferecem programas para o ensino m�dio nos Estados Unidos e em pa�ses como Fran�a, Alemanha e Holanda com valores variando entre R$ 14 mil e R$ 15 mil, incluindo a hospedagem e a escola.
Vanessa Lana, propriet�ria da C.I Central de Interc�mbio, diz que al�m dos pre�os atrativos se comparado com os valores nacionais, as fam�lias podem dividir os valores em parcelas sem juros se o pagamento for pr�vio, ou em financiamentos de at� 24 vezes, o que tem feito crescer a participa��o de estudantes tamb�m da escola p�blica. Ela explica que os programas com melhor custo-benef�cio s�o aqueles que trabalham com fam�lias volunt�rias no exterior e exigem uma l�ngua como pr�-requisito. Al�m disso, os estudantes abrem m�o de escolher a cidade onde v�o morar. “Incluindo os custos com passagem a�rea esses programas custam perto de R$ 20 mil.” Outras viagens mais flex�veis para os Estados Unidos podem custar a partir de R$ 18 mil e para o Canad� R$ 30 mil.
A gerente geral da STB em Belo Horizonte, Jordana Almeida, aponta que a demanda pelos programas de interc�mbio no exterior deve crescer 5% em 2013, j� a procura esperada para o ensino m�dio � quatro vezes maior, atingindo at� 20%. Segundo ela, existem programas com custo-benef�cio bem atrativos. “Percebemos uma demanda crescente por interc�mbios das classe C e D. O investimento deixou de ser exclusivo das classes de maior renda.”