Paula Takahashi
Pre�os recordes, retomada de investimentos e recupera��o do volume de produ��o fizeram da ind�stria extrativa a grande propulsora do Produto Interno Bruto (PIB) dos munic�pios mineiros em 2010, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Entre as oito cidades que tiveram o PIB mais do que duplicado entre 2009 e 2010, todas tiveram a minera��o como a principal fonte de gera��o de riquezas.
Destaque para Catas Altas, na Regi�o Central, com PIB de 2010 quatro vezes superior ao de 2009, maior varia��o entre os mais de 5,5 mil munic�pios brasileiros pesquisados. O desempenho foi puxado pela produ��o da Mina de Fazend�o, controlada pela Vale, que come�ou a operar a todo vapor em 2010. Com capacidade de produ��o de 13 milh�es de toneladas por ano, a unidade � uma das principais do Complexo Mariana, que at� setembro deste ano produziu 27,5 milh�es de toneladas de min�rio de ferro.
A cidade pulou da 380ª para 143ª posi��o entre os munic�pios com maior PIB do estado e da 2.973ª para 1.119ª no Brasil. Itabira e Ouro Preto tamb�m ganharam posi��es em Minas. A �ltima passou da 19ª para a 10ª coloca��o, enquanto Itabira saiu da 15ª para a 8ª. “Todos que t�m grande produ��o e depend�ncia das commodities melhoraram a participa��o no PIB”, confirma o analista do IBGE em Minas, Ant�nio Braz.
Com as agr�colas n�o foi diferente. O pre�o baixo da soja na �poca n�o impediu que munic�pios como Uberaba e Uberl�ndia, no Tri�ngulo, ganhassem posi��o no PIB agropecu�rio nacional em 2010. A primeira pulou da oitava para a quarta coloca��o entre as cidades com o maior PIB no setor – que ultrapassa os R$ 550 milh�es –, enquanto Uberl�ndia ganhou cinco posi��es e alcan�ou o 11º lugar no ranking. “S�o cidades com grande diversidade de atividades. Uberaba, por exemplo tem cana-de-a��car, pecu�ria, milho e outras culturas que justificam o crescimento”, observa a pesquisadora do IBGE respons�vel pela pesquisa, Sheila Zani.
A especialista lembra que em casos de munic�pios muito dependentes das commodities, � comum que haja concentra��o de renda em anos de escalada de pre�os e o contr�rio em per�odos de baixa no mercado. Mas s�o nas cidades que re�nem poucos habitantes e importantes atividades econ�micas que est�o as maiores PIBs per capita do pa�s. Entre elas, Confins – na quarta coloca��o, com R$ 239,7 mil de PIB por habitante –, que desde 2006 vem ganhando posi��es. A justificativa, segundo o IBGE, est� na transfer�ncia de voos para o Aeroporto Internacional Tandredo Neves, que, em quatro anos, foi respons�vel por elevar o PIB da cidade de R$ 646 milh�es para R$ 1,4 bilh�o. Confins tem quase 6 mil habitantes.
Capitais em queda
S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bras�lia reduziram a participa��o na forma��o do PIB nacional ao passarem de 21,4% para uma concentra��o atual de 20,8%. A capital paulista passou de 12% para 11,8%, retra��o que, segundo o IBGE, pode ser explicada pelo desempenho da ind�stria de transforma��o, com�rcio e servi�os de manuten��o. Belo Horizonte manteve a quarta coloca��o entre as cidades com o maior PIB nacional, respons�vel por 1,4% da produ��o de bens e servi�os do pa�s. Na capital mineira, o PIB teve alta de 15,5% entre 2009 e 2010 ao passar de R$ 44,7 bilh�es para R$ 51,6 bilh�es. Cerca de metade das riquezas do pa�s ficaram concentradas em, 54 munic�pios, enquanto na outra ponta 1.325 cidades, juntas, detinham 1% do total do PIB nacional, sendo que 75% delas est�o no Piau�.