
H� 2 anos, Gleidson Miranda percebeu que a economia da pacata Catas Altas, no sop� do Pico do Sol e a 130 quil�metros de Belo Horizonte, com cerca de 6 mil moradores, come�ava a deslanchar. Alugou uma loja com vista para a Matriz de Nossa Senhora da Concei��o, que tem pinturas atribu�das ao mestre Ata�de e uma imagem que especialistas acreditam ser de Aleijadinho, e abriu uma revenda de materiais de constru��o. “Tinha apenas um funcion�rio. Agora s�o sete. O faturamento cresceu 30% entre 2011 e 2012 e precisei de um espa�o maior. Comprei um im�vel de 700 metros quadrados. A loja ser� transferida para l� em janeiro. Esse aqui tem apenas 76 metros quadrados”.
Do outro lado da matriz, no Supermercado Ara�jo, Samy Ara�jo tamb�m comemora o crescimento nas vendas: “Em torno de 20%. Tivemos at� de contratar mais funcion�rios”. Os setores em que Samy e Gleidson ganham a vida s�o considerados term�metros da economia, pois supermercados e lojas de materiais de constru��o s�o os primeiros segmentos a sentir o aumento do poder aquisitivo do brasileiro. A euforia em Catas Altas, cujo povoamento come�ou no in�cio dos anos 1700 devido � descoberta de ouro, tem um aperitivo a mais. O munic�pio liderou o ranking estadual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estudo divulgado semana passadapelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
L�, entre 2009 e 2010, anos analisados pelos pesquisadores, o PIB oscilou 327%. Em n�meros absolutos, a soma das riquezas do munic�pio passou de R$ 72,5 milh�es para R$ 309,8 milh�es. Para se ter ideia do que representa o percentual, Ouro Preto, que ficou em segundo lugar no levantamento, apurou alta de 187,6%. O Estado de Minas visitou Catas Altas na sexta-feira, para conhecer de perto o que ocorre na pequena cidade, cujo maior atrativo � o parque da Serra do Cara�a.

Houve quem saiu de longe para tentar a sorte em Catas Altas. � o caso do baiano Maur�cio Oliveira, de 27 anos, que deixou Ilh�us e foi ser armador no pequeno munic�pio mineiro. “Trabalho com corte de ferro usado na constru��o civil. Agora sou baineiro, mistura de baiano e mineiro”, brinca. O amigo de empreitada, Gilvan Pereira de Jesus, de 31, tamb�m veio de outras bandas: “Sou de Congonhas”.

A receita municipal em Catas Altas permitiu � prefeitura financiar a reforma da Capela de Santa Quit�ria. Constru�da no s�culo 18, a obra est� or�ada em R$ 1milh�o.
O crescimento do PIB em Catas Altas, no entanto, preocupa moradores. Um deles, que prefere o anonimato, questiona se a minera��o vai recuperar a �rea degradada na Regi�o Central.