O diretor de pol�tica econ�mica do Banco Central, Carlos Hamilton Ara�jo, disse nesta quinta-feira, que uma taxa infla��o em torno de 4,5% em 2013 � um cen�rio fact�vel para a autoridade monet�ria. Pelas proje��es do BC apresentadas nesta quinta-feira no Relat�rio Trimestral de Infla��o, o IPCA fechar� todos os anos do governo Dilma Rousseff acima do centro da meta de infla��o, de 4,5%. "A proje��o n�o est� dizendo que n�o vai chegar, est� mostrando tend�ncia. Entendemos que infla��o vai recuar no pr�ximo ano", argumentou.
O diretor enfatizou que o discurso da autoridade monet�ria n�o mudou. "Continuamos com perspectiva de que IPCA ficar� na meta em 2013." Sobre a possibilidade de a infla��o n�o atingir o centro da meta at� 2014, o diretor deu uma resposta evasiva. "S� terei resposta para isso em janeiro de 2015 (quando o IBGE divulga o resultado do ano anterior)", falou.
Segundo Carlos Hamilton, a infla��o ao consumidor no Brasil aumentou nos �ltimos 12 meses em rela��o ao verificado at� setembro deste ano. No mercado atacadista, houve certa modera��o da infla��o. Disse ainda que o crescimento da economia no terceiro trimestre foi menor do que se antecipava.
O BC v� ainda certa estabilidade da taxa de c�mbio, desde ent�o, e avalia que o N�vel de Utiliza��o da Capacidade Instalada (Nuci) permaneceu abaixo do patamar de longo prazo. Tamb�m se manteve estreita a ociosidade no mercado de trabalho, apesar dos sinais de modera��o nesse mercado.
O diretor do BC disse ainda que a institui��o trabalha com ritmo de atividade mais intenso nos pr�ximos semestres, expans�o moderada do cr�dito, do consumo em especial e modera��o na din�mica de ativos reais e financeiros, destacando expectativa de modera��o na varia��o da taxa de c�mbio.
Carlos Hamilton disse que cinco itens colaboraram para a alta da infla��o, mesmo em um per�odo de redu��o da atividade econ�mica: o c�mbio, setor fiscal, a tarifa de importa��o, o choque agr�cola e aumento do sal�rio m�nimo.
Para o diretor do BC, esse conjunto vari�veis foi fundamental para a avalia��o do Copom de que h� condi��es para a estabilidade da pol�tica monet�ria por um per�odo de tempo "suficientemente prolongado", ainda que de forma n�o linear.
Ele citou a revis�o da proje��o para o PIB de 2012 de 1,6% para 1,% e a estimativa de que, em 12 meses at� setembro de 2013, a expans�o ser� de 3,3%. "Os elementos de �mbito internacional e dom�stico, mais essa trajet�ria para a atividade, nos fizeram projetar as novas estimativas para a infla��o", disse. Ele mencionou a expectativa de alta de 5,7% do IPCA deste ano pelo cen�rio de refer�ncia, de 4,8% para 2013 e de 4,9% para 2014. No cen�rio de mercado, as taxas s�o, respectivamente, de 5,7%, 4,9% e 4,8%.
Segundo ele, h� evid�ncias de que a introdu��o de novas tarifas de importa��o certamente teve repercuss�o sobre �ndices de pre�os. O diretor destacou ainda o choque de oferta desfavor�vel de itens agr�colas, como revela o IPA agr�cola, da FGV. "Esses elementos explicam por que, apesar da fragilidade da economia, que foi revisada para 1% para este ano, a infla��o mostrou resist�ncia maior do que se poderia supor", completou.