Do lado de fora, o term�metro superava a casa de 30 graus, enquanto isso, dentro dos shoppings, o term�metro de vendas supera a casa de 20% no comparativo entre o per�odo natalino de 2011 e 2012. Na antev�spera do Natal, a rotatividade de pessoas nos centros comerciais da capital equivale a 10 est�dios do Mineir�o lotados e aqueles que deixaram para a �ltima hora o presente entram r�pido nas lojas e nem fazem muitas perguntas, indo direto para o caixa. Em contrapartida, pelo segundo ano consecutivo os comerciantes da Savassi (onde n�o h� ar-condicionado) amargam vendas baixas.
A expectativa dos oito maiores shoppings de Belo Horizonte � que no �ltimo fim de semana de vendas antes do Natal mais de 1,2 milh�o de retardat�rios passassem pelos centros comerciais em busca de presentes. Mas, segundo lojistas, os atrasadinhos t�m uma caracter�stica pr�pria, de saber na ponta da l�ngua o que v�o comprar. Afinal, n�o h� muito tempo para escolher e ningu�m est� disposto a encarar shoppings lotados. A gerente da Spatifilus, no Minas Shopping, Maria Aparecida Soares, afirma que faltando uma semana para o Natal “o consumidor n�o pesquisa tanto. Sabe o que quer”. Na loja, h� uma semana para o ano acabar, as vendas superaram as expectativas muito gra�as aos dois �ltimos dias, quando as vendas mais que dobram em compara��o com fins de semana comuns.
Na loja de vestu�rio adolescente Nui Malu, de t�o cheia, �s vezesque o gerente Guilherme Aguiar � obrigado a fechar a porta para melhor atender os clientes. Segundo ele, dezembro � o m�s da multiplica��o: o n�mero de vendedores dobra para atender o maior fluxo de pessoas, que quadriplica na segunda quinzena de dezembro, influenciando diretamente no faturamento. Mas a principal conta � em rela��o ao tempo de trabalho dele. “Tenho que chegar antes das 10h para abrir a loja e, apesar de fecharmos �s 23h, s� vou para casa �s 3h, depois de arrumar tudo para o dia seguinte”, relata.
Pra�a vazia Na Savassi, depois de conclu�da a obra de requalifica��o da Pra�a Diogo de Vasconcelos, a expectativa dos comerciantes era de aumento das vendas. No ano passado, com a regi�o ocupada por m�quinas e oper�rios, a queda no movimento levou muitas empresas a fechar as portas. A expectativa era que o Natal deste ano fosse bem diferente. Nada disso. Apesar de a moderniza��o ter agradado, outros fatores pesaram contra, deixando a regi�o praticamente �s moscas no fim de semana que antecede a chegada do Papai Noel. Na sapataria Divina Scarpe, por exemplo, duas das tr�s vendedores tiveram folga ontem. “Nossas vendas ca�ram 60%. � de se perguntar cad� o Natal. Est� muito pior que o ano passado, que j� foi ruim”, avalia a gerente da loja, Priscila Nara.
Entre as poss�veis explica��es para o des�nimo dos lojistas, est�o a insufici�ncia de vagas de estacionamento e o fato de o feriado ter ca�do na ter�a-feira, o que possibilita a muitos belo-horizontinos emendar a data com o fim de semana e viajar. Gerente de uma loja de roupas, Eliana Alves tem esperan�a de igualar o faturamento de 2011. Mas, para isso, o movimento p�s-Natal ter� de ser melhor. “O m�s come�ou bem, animado, mas o movimento caiu no per�odo em que se esperava crescimento”, afirma.
Mesmo com o movimento fraco, sempre h� os atrasadinhos que deixam para a �ltima hora. H� 15 anos morando no Brasil, o italiano Luca Sola aprendeu n�o s� o portugu�s, que fala com desenvoltura, mas tamb�m a deixar as compras para a �ltima hora. A noiva brasileira, Carolina Mozelli, acaba sendo obrigada a sair com Luca para ajudar a escolher os presentes. “� trabalho de equipe”, brinca ele, que tem como argumento para o atraso assumido o aumento do trabalho em dezembro.