O �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S) deve desacelerar at� o fim de dezembro, mas de maneira pouco intensa e incapaz de motivar comemora��es. Em entrevista � Ag�ncia Estado, o economista da Funda��o Getulio Vargas (FGV) Andr� Braz afirmou que o indicador tende a encerrar o m�s com uma taxa acima de 0,6% e abaixo do n�vel na terceira quadrissemana, quando apresentou varia��o de 0,73%. At� a semana passada, a institui��o trabalhava com um n�mero em torno de 0,5% para a infla��o no �ltimo m�s do ano.
Para o economista, o grande fator de resist�ncia para o IPC-S � o comportamento do grupo Alimenta��o. Na terceira quadrissemana de dezembro, o conjunto de pre�os apresentou avan�o de 1,31%, maior do que o porcentual de 1,23% da segunda leitura do m�s.
De acordo com Braz, o IPC-S poderia ter sido maior na quadrissemana se outras classes de despesas n�o tivessem amenizado a press�o da Alimenta��o. "Um dos exemplos � a Habita��o, que desacelerou 0,10 ponto porcentual (de 0,74% para 0,64%) da medi��o anterior para c�."
Dentro de Alimenta��o, o economista observou que o cen�rio � desfavor�vel ao consumidor, especialmente para os itens in natura. Entre a segunda e a terceira quadrissemana do m�s, a eleva��o no pre�o de Hortali�as e Legumes passou de 0,64% para 2 88%. "A cesta de produtos em alta dentro deste segmento � grande", comentou, chamando aten��o para o tomate, cujo avan�o passou de 8,89% para 14,93% no per�odo.
Fora Hortali�as e Legumes, outros pre�os de itens importantes tamb�m mereceram destaque e, segundo Braz, n�o d�o sinais de que mudar�o de comportamento. Dois exemplos s�o o feij�o e o arroz. De acordo com a FGV, o pre�o do feij�o carioquinha subiu 1,70% na terceira quadrissemana ante varia��o positiva de 0,55% na segunda quadrissemana. O valor m�dio do feij�o preto, por sua vez, apresentou eleva��o de 1,96%, menor que a de 2,25% da segunda medi��o do m�s, mas ainda em um n�vel pouco animador. Quanto ao arroz, o aumento foi de 1,07% ante alta de 1,14%.
"O arroz e o feij�o est�o definitivamente mais caros", avaliou Braz. "E s�o produtos de alto consumo e baixa substitui��o", disse.
Em rela��o �s carnes, o cen�rio tamb�m n�o � dos melhores nesta reta final de dezembro. Entre as bovinas, o avan�o passou de 1 22% para 1,70% da segunda para a terceira quadrissemana do m�s. Quanto ao frango, a alta da ave inteira passou de 2,66% para 3 05%, refor�ando a tend�ncia sazonal de aumento nas festas de fim de ano.
Para Braz, o que pode aliviar um pouco a taxa de infla��o geral no fim do m�s � a prov�vel continuidade da desacelera��o de Habita��o. Ele lembrou que um item importante que ajudou a amenizar a alta do grupo foi o de tarifa de eletricidade residencial, cuja varia��o positiva passou de 2,10% para 1,55% na terceira quadrissemana.
Em contrapartida, um grupo que pode continuar a pressionar o IPC-S � o de Despesas Diversas, em fun��o do aumento recente nos pre�os dos cigarros. Entre a segunda e a terceira quadrissemana de dezembro, a eleva��o do grupo passou de 0,86% para 1,24%, depois de um avan�o de 2,07% para 3,12% por parte dos cigarros no �mbito do indicador de infla��o a FGV.