Infla��o do aluguel fecha o ano acima do esperado

O �ndice Geral de Pre�os-Mercado (IGP-M), usado como refer�ncia na maioria dos contratos de aluguel, terminou dezembro com alta de 0,68%, contra varia��o negativa de 0,03% no �ltimo m�s. Com o resultado, o indicador avan�ou 7,82% em 2012, superando, e muito, os 5,1% registrados em 2011. O percentual de crescimento tamb�m ficou acima das expectativas do mercado. Analistas ouvidos pelo Banco Central esperavam que o indicador encerrasse em 7,71% no acumulado do ano, segundo o �ltimo Boletim Focus.

Principal respons�vel pelo resultado, o �ndice de Pre�os ao Produtor Amplo (IPA) registrou expans�o de 0,73% neste m�s e terminou o ano com alta acumulada de 8,63%. Respons�vel por 60% da composi��o do �ndice geral, o IPA sofreu forte influ�ncia dos produtos agropecu�rios, cujos pre�os subiram 1,4% e figuraram como os grandes vil�es do IGP-M em 2012. A escalada do �ndice pode ser justificada pela quebra de safra de gr�os nos Estados Unidos que comprometeu o abastecimento no mercado internacional. “No ranking dos maiores impactos no �ndice, esse foi, sem d�vida, o grupo que mais pesou”, garante o coordenador de an�lises econ�micas da Funda��o Getulio Vargas (FGV), Salom�o Quadros.

A seca mais rigorosa das �ltimas tr�s d�cadas nos EUA fez com que a soja fechasse o ano com alta de 67,29%. “Como o IGP-M olha a cadeia produtiva, � poss�vel verificar os reflexos dos pre�os tamb�m nos derivados da soja, fundamental para produ��o de ra��o animal. Consequentemente, os pre�os de aves e carne su�na tamb�m subiram”, observa Quadros. Em dezembro as aves continuaram figurando entre as principais vil�s dos pre�os, com alta de 2,30%. No acumulado do ano, subiu 8,91%.

Como consequ�ncia, os alimentos tamb�m pesaram no bolso do consumidor ao subir 9,52% no ano e 1,29% no m�s de dezembro, influenciados principalmente por hortali�as e legumes (1,85%) e carnes bovinas (1,63%). O item faz parte do �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M. O indicador subiu 0,73%, ante varia��o de 0,33% no m�s anterior. O economista da Unicamp Fernando Sarti lembra ainda da influ�ncia do c�mbio sobre os pre�os. “Com a desvaloriza��o do real, � natural que os importados cheguem mais caros e impactem os resultados”, observa. Para completar, o �ndice Nacional de Custo da Constru��o (INCC), com peso de 10% no IGP-M, registrou eleva��o de 0,29% em dezembro, ap�s um avan�o de 0,23% em novembro.

ACOMODA��O Para o ano que vem, a expectativa � de que o cen�rio mude e o �ndice volte a se acomodar na casa dos 5%. “H� uma tend�ncia de acomoda��o dos pre�os das commodities para 2013”, afirma Sarti. Para Quadros, as safras recordes esperadas para o pr�ximo ano ajudam a justificar o comportamento dos produtos agr�colas no mercado internacional. “O produtor reagiu aos pre�os altos com aumento da �rea de plantio. Com isso, a produ��o vai aumentar. Somente para a soja, � esperada produ��o 20% superior, o que deve dar um al�vio ao IGP-M”, garante. Apesar das expectativas, janeiro deve manter o comportamento tradicional de press�o nos indicadores. “Tradicionalmente, a infla��o do primeiro m�s � maior at� pela recomposi��o dos estoques do com�rcio”, lembra o professor de economia da FGV/IBS Mauro Rochlin.